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Banco Central cria o Drex: o Real digital vai acabar com o dinheiro físico?

Educando Seu Bolso
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Banco Central cria o Drex: o Real digital vai acabar com o dinheiro físico?
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Você já ouviu falar em moedas digitais? Criptomoedas? Bitcoin? Real Digital? Drex? A verdade é que quase todo mundo já escutou algo sobre esses assuntos, mas pouca gente realmente entende o que são e como funcionam. 

Pensando nisso, o Educando Entrevista conversou sobre as moedas digitais dos bancos centrais, em especial o Real Digital, com Marcelo Prates, ex-advogado do BC e atual advogado da NCR.

Para contextualizar, o Real Digital é uma moeda digital que está sendo projetada pelo Banco Central para ser mais uma opção de pagamento para o cidadão, assim como as cédulas, mas de forma virtual.

E aí, ficou curioso com a novidade? Então, para entender com mais detalhes, nosso bate-papo está no player acima e também no nosso canal do YouTube! E caso prefira, continue a leitura!

Neste texto você vai encontrar:

O que é o Real Digital?

O Real Digital, nomeado Drex, é uma forma de moeda virtual de uso público. Ou seja, embora tenha um valor financeiro semelhante às cédulas físicas, ele não é negociado independentemente, como acontece com as Bitcoins, por exemplo. 

Inclusive, um dado interessante é que grande parte do dinheiro que circula no Brasil já é digital. Quer dizer, 9 a cada 10 reais que circulam na economia nacional, já circulam de maneira virtual, seja como um saldo nas contas bancárias, ou por pagamentos via  cartão ou transferências eletrônicas.

Vale ressaltar também que estamos tão acostumados com esse “dinheiro virtual”, que a maioria das pessoas nem anda com dinheiro na carteira mais. Então, quando é preciso pagar algo necessariamente com dinheiro físico, é comum ter que ir até um caixa eletrônico para realizar o saque.

Ou seja, essas informações nos mostram que, apesar do Real Digital ser uma novidade, grande parte do dinheiro que usamos no dia a dia não é mais físico.

Vamos comparar…

Para ficar ainda mais clara a diferença entre o Real Digital e as demais moedas virtuais, vamos fazer uma comparação.

O Bitcoin, por exemplo, nasceu para substituir a usabilidade do dinheiro, porém, até hoje não alcançou esse objetivo de maneira efetiva e costuma ser comprado como investimento de renda variável.  Embora seja possível pagar uma coisa ou outra com ele. 

Porém, as moedas digitais de bancos centrais são versões digitais das cédulas físicas, com menos potencial de valorização e mais estabilidade.

Mas se o dinheiro já é virtual, qual a novidade do Real Digital?

Bem, ainda que boa parte das transações monetárias no Brasil já sejam feitas de forma virtual, ter uma moeda digital soberana e pública como o Real Digital garante que qualquer um consiga acesso a esse dinheiro virtual, assim como temos acesso ao físico.

Resumindo, assim como o real, o Drex é uma moeda nacional, mas digital. 

O que é o Drex?

Drex

O Drex é o nome oficial dado pelo Banco Central para o Real Digital. A sigla significa “Digital Real Eletrônica x”: 

D → O “D” significa Digital

R → O “R” significa Real 

E → O “E” significa eletrônica;

X →  O “x” foi usado para que a população associe o “Drex” ao “Pix” e remete à modernidade;

Quanto vale 1 Drex?

A cotação do Drex é igual à do real. Ou seja, um Drex vale um real: 

1 Drex = 1 Real

Qual a diferença entre o Drex e o Pix?

Bem, como citado anteriormente, o Drex é uma moeda digital. Por outro lado, o pix é um sistema de pagamento instantâneo no Brasil, permitindo transferências de dinheiro entre contas bancárias. 

Inclusive, se quiser entender com mais profundidade o que é o pix e como ele funciona, recomendamos que confira nossos conteúdos sobre o assunto: 

Como vai funcionar o Drex?

O Drex nada mais é do que a representação virtual do dinheiro físico, que já estamos acostumados. Assim, você poderá converter um Drex em uma cédula física e vice-versa. 

Entendendo o Drex na prática

Sabe quando você quer comprar um carro, e o vendedor tem medo de entregar o carro sem receber o dinheiro primeiro? E, ao mesmo tempo, você, como comprador, tem medo de pagar antes de ter o carro nas suas mãos? É uma situação complicada, né?!

Aqui entra o Drex! Imagine que você e o vendedor decidem usar o Drex para essa transação. Vocês criam um tipo de acordo eletrônico, um “contrato inteligente”. Agora, não importa quem dá o primeiro passo. O acordo só é finalizado quando ambos cumprem o combinado.

Então, você faz o pagamento usando o Drex, e o vendedor também transfere a propriedade do carro para você. Tudo isso acontece ao mesmo tempo, de forma automática, e é super seguro, porque se uma das partes não cumprir, o acordo é cancelado, e o dinheiro e o carro voltam para quem eram donos antes.

E claro que isso não se aplica somente para carros, mas também caso você queira comprar uma casa ou precise receber benefícios do governo, por exemplo. 

Vou ter que pagar para usar o Drex?

Bem, se houver algum custo para usar o Drex, ele vai depender do serviço que o banco ou a empresa estiver oferecendo. 

Ou seja, são eles quem vão decidir o preço do serviço, respeitando as regras e a concorrência. Assim, pode até ser de graça ou bem mais barato do que antes de usar o Drex.

Então, quer dizer que vou abrir uma conta bancária no Banco Central?

Não! Com as tecnologias já existentes, como o blockchain e os API’s, já é possível que os cidadãos consigam acessar esse dinheiro virtual sem que o Bacen(Banco Central) tenha que virar uma agência bancária.

Resumidamente, blockchain é uma rede que armazena todas as informações de transações com Bitcoins, e API é uma aplicação que realiza a integração de sistemas. Isto é, uma API é como um “ponteiro” que permite que um programa use recursos de outro de forma organizada.

Então, uma forma simples de democratizar o acesso ao Real Digital é a partir do desenvolvimento de um app utilizando essas tecnologias, para que as pessoas possam guardar sua reserva de Real Digital sem grandes dificuldades.

Nesse sentido, talvez fosse interessante que o BC desenvolvesse o aplicativo de fornecimento do Real Digital, pensando em oferecer também  o Tesouro Direto, por exemplo, que ainda só estão disponíveis acoplados a contas

As contas digitais existentes atualmente, já oferecem vários serviços que economizam tempo e democratizam o acesso ao mercado financeiro.

Se você ainda não tem uma conta digital, conheça o nosso simulador de contas digitais e encontre a melhor opção para você! Mas, caso prefira uma resposta mais rápida, confira nosso ranking de contas!

Ranking melhores contas digitais segundo Educando seu Bolso

Posição Instituição Nota Post
1 Inter Inter
4.2
Confira!Confira!
2 NuBank NuBank
4.0
Confira!Confira!
3 Mercado Pago Mercado Pago
3.9
Confira!Confira!
4 Woop! Sicredi Woop! Woop! Sicredi Woop!
3.7
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5 PicPay PicPay
3.7
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6 Banco BMG Banco BMG
3.4
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7 Will Bank Will Bank
3.3
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8 Neon Neon
3.2
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9 PagBank PagBank
3.2
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10 Agibank Agibank
3.1
Confira!Confira!

Quais os riscos e desvantagens do Drex?

Pelo fato do Drex depender de uma tecnologia complexa, ele possui algumas desvantagens:

  • Ser mais suscetível a ataques cibernéticos;
  • Possibilidade de ser usado para fins ilegais, por ser mais difícil de rastrear quando comparado ao dinheiro físico; 

O Real Digital é mesmo necessário?

Marcelo nos disse na entrevista que até mesmo dentro dos Bancos Centrais essa dúvida existe, se a criação do Drex é de fato uma necessidade.

Ora, no Brasil já existe um sistema financeiro consolidado, grande parte da população é bancarizada, diariamente são lançadas novas contas digitais sem tarifas e cheias de funcionalidades e temos o sucesso do Pix.

Além disso, com o avanço do Open Banking e Open Finance, o acesso a produtos e serviços mais adequados fica ainda mais evidente para os clientes.

Então, qual a verdadeira necessidade do Real Digital?

O objetivo é que ele seja uma moeda digital soberana, mais do que apenas uma alternativa a todas as outras moedas que vem surgindo.

Além disso, o BC vê o Drex como o próximo passo dessa evolução virtual que vem acontecendo na economia, não só no Brasil mas no mundo. O BCB está criando uma porta para o futuro, uma opção fortíssima para responder ou até mesmo reagir às inovações e a problemas que ainda sequer existem.

E como surgiu a ideia da criação do RD?

A ideia surgiu com a proposta de lançamento da libra pelo Facebook, uma criptomoeda própria. Inclusive, caso queira se aprofundar nesse assunto, confira nosso podcast com o Fábio Lacerda a respeito da evolução das criptos.

Voltando… Foi nesse contexto que os Bancos Centrais se atentaram à necessidade de disponibilizar uma moeda digital soberana para seus cidadãos.

Além desses motivos, foi evidenciado pela pandemia que pessoas que não têm acesso a qualquer forma de dinheiro virtual, acabam sendo excluídas e marginalizadas de tudo o que é digital. 

Então, é praticamente papel do Bacen – Banco Central –  oferecer uma opção de pagamento virtual segura, estável e barata, para que os cidadãos não fiquem de fora dessa nova realidade.

Qual o “público alvo” a ser atendido pelo Real Digital?

De acordo com o entrevistado, existem dois principais grupos a serem atendidos, são eles:

1- Pessoas e empresas que não tem acesso à moeda digital privada

Querendo ou não, para se ter acesso às criptomoedas é necessário ter uma conta bancária, ou então uma conta de investimentos para conseguir comprá-las, e muitas vezes o preço pode ser salgado!

Veja, mesmo com toda a evolução e bancarização que vem ocorrendo, muitas pessoas ainda não possuem acesso a moedas digitais devido a burocracia para consegui-las e ao preço.

Agora, como o Drex é público, esses gastos não existirão, e o acesso deve ser facilitado.

2- Pessoas e empresas que têm acesso mas preferem a opção pública

Optando pelo Drex, os dados e transações monetárias não serão compartilhados com a empresa que você compra suas moedas digitais.

Por exemplo, vamos supor que você compre criptomoedas com o Mercado Bitcoin. Desse modo, a empresa teria acesso aos seus dados, e talvez não seja o seu desejo.

Então, como a ideia é que o Real Digital seja disponibilizado num app público, isso pode ser evitado.

O Drex vai acabar com as criptomoedas?

Parece que não. O Drex vem para ser mais uma opção de pagamento, assim como as cédulas, para ser usado no dia a dia. Além disso, as criptomoedas costumam ser usadas como investimentos, porque elas são capazes de render, o que não é o caso do Real Digital. Logo, as utilidades não são tão semelhantes.

Contudo, o Drex pode vir a se utilizar da mesma tecnologia do Bitcoin, o bockchain, o que pode acabar roubando um bocado da importância da cripto.

Então é o fim do dinheiro físico?

Também não! Como dissemos, o Real Digital será mais uma opção de pagamentos e não a única opção.

Uma das grandes questões para a sua plena implementação é: “como oferecer uma moeda digital que funcione offline?”

Por exemplo, aconteceu em 2020 no Amapá um apagão em que a cidade ficou dias sem energia elétrica. Nesse caso, se só houvesse o Real Digital como opção, a economia da região teria paralisado por dias.

Desse modo, ainda não existe nenhuma tecnologia consistente que garanta o funcionamento de moedas digitais de forma offline, o que fortalece a ideia de que não, o real físico não irá acabar.

Inclusive, o desenvolvimento de uma tecnologia que atenda essa necessidade já está sendo projetada, até para que o Pix possa acontecer offline também.

E as instituições financeiras, também vão continuar existindo?

Sim! Só existirão impactos negativos no sistema privado se o Banco Central errar em determinadas escolhas.

Porém, por experiência,  Marcelo nos garante que essas decisões serão tomadas com cautela para que não ocorra danos à economia do país.

E quais seriam essas escolhas erradas?

1- Alocação de crédito

Se o Bacen decidir, além de oferecer a moeda, começar a conceder empréstimo para os cidadãos, pode gerar problemas.

Isso porque são as empresas privadas que têm o costume de oferecer esse serviço, tendo condições de avaliar perfil e risco, coisa que o Bacen não tem preparo para fazer.

Nós do Educando tivemos o cuidado de avaliar quais empresas são mais adequadas para oferecer esse serviço de forma confiável e com isto criamos o nosso simulador de empréstimos

Caso esteja precisando de empréstimo, você pode fazer uma simulação gratuita e definir qual o melhor para você! Mas, caso prefira uma resposta mais rápida, confira nosso ranking de empréstimos!

Crédito Pessoal
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
GERU
Crédito Pessoal4.20%
2
Provu
Crédito Pessoal4.80%
3
Bom Pra Crédito
Crédito Pessoal8.00%
Consignado
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Creditas
Consignado – Privado1.80%
2
bxblue
Consignado – Público2.05%
3
bxblue
Consignado – INSS2.14%
Negativados
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Moneyman
Crédito Pessoal8.75%
2
Simplic
Crédito Pessoal17.90%
Empréstimo
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Bom Pra Crédito
Empréstimo com Imóvel em garantia1.00%
2
Creditas
Empréstimo com Imóvel em garantia1.36%
3
Tutu Digital
Peer-To-Peer PJ2.83%
4
Nexoos
Peer-To-Peer PJ4.18%
5
IOUU.
Peer-To-Peer PJ4.40%

2- Aderência pelo público maior do que a esperada

“E se o Real Digital for um completo sucesso e todo mundo tirar o dinheiro das instituições privadas para o Real Digital?”

Bem, além da chance disso acontecer ser baixa, justamente por não oferecer rendimento e ser só mais uma opção de pagamento, caso aconteça, o Banco Central pode tomar certas medidas, como conceder empréstimos às instituições privadas, para que elas se mantenham.

Com Real Digital (Drex) o BC vai me monitorar?

De forma nenhuma! Mesmo utilizando o Real Digital (Drex), que será emitido pelo Banco Central do Brasil, não significa que seus dados estarão expostos a todo momento.

Inclusive, tanto a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) quanto a Lei do Sigilo Bancário garantem na constituição a proteção e privacidade desses dados.

Mas é óbvio que existe um monitoramento similar ao que existe nas movimentações financeiras atuais. Por exemplo, todos os nossos dados de movimentações de contas correntes, de pagamentos, ou cartões são monitorados com objetivo de detectar operações de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

A questão é que deve ser definido por leis como e quem pode acessar as informações, e quais informações podem ser acessadas.

Mas e aí, gostou da novidade do Real Digital? Já conhecia? Conta pra gente o que achou nos comentários! Também achamos que você vai se interessar:

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