Você já tem uma carteira de investimentos mas não sabe se está conseguindo os melhores resultados? Ou você ainda não iniciou seus investimentos e precisa de umas dicas para começar? Então, esse texto é para você!
Hoje vamos conversar com o Carlos Pessoa, CEO e gestor da Vêneto, que é uma administradora de fundos com mais de R$2,5 bilhões de recursos. Nosso bate-papo de hoje irá te ajudar a aplicar melhor o seu dinheiro, descobrir o seu perfil de investidor, além de te contextualizar em relação ao atual cenário do mercado de investimentos.
Ah, e se preferir, você consegue ter acesso a esse conteúdo tanto em formato de podcast (disponível em todos os players acima) quanto em vídeo no nosso canal do YouTube!
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O que é a Vêneto?
A Vêneto é um Multi-Family Office (escritório multifamiliar), ou seja, uma organização que oferece suporte a várias famílias para gerenciar toda a sua riqueza. A empresa foca no público de alta renda, administrando seus recursos, oferecendo melhores investimentos de acordo com cada perfil.
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Como está o mercado de investimentos atual?
De acordo com o entrevistado, no cenário atual temos notícias boas e ruins em relação ao mercado financeiro.
Carlos fala sobre a alta da inflação no mundo inteiro, destacando o Brasil, Estados Unidos e Europa. O aumento generalizado de preços antecede o conflito Russia-Ucrânia e é fruto da desorganização econômica causada pelo Covid-19. Logo, a alta da inflação leva a um aumento dos juros, o que acarreta num menor desempenho econômico dos países.
O CEO da Vêneto nos conta que esse cenário de altas taxas de juros e inflação é negativo para a grande maioria dos consumidores, de forma geral, mas se mostra ainda pior para os investidores tomadores de risco, como os compradores de ações e de fundos imobiliários.
Gráfico Ibovespa de fevereiro de 2021 até o começo de 2022
Entretanto, podemos olhar de outra forma esse mesmo cenário, quando falamos dos investimentos em renda fixa, atrelados aos juros. Para esses investidores, a situação é bem animadora, pois devem conseguir um rendimento de aproximadamente 13% ao ano sem muito esforço.
Fred acrescenta que, pelos juros existentes de 2018 até o início de 2020, para ele, não fazia muito sentido aplicar em renda fixa, a não ser para proteger o capital, já que se perdia muita rentabilidade em relação a investimentos um pouco mais arriscados. Porém, no cenário atual, pelos novos patamares de juros, a aplicabilidade em renda fixa se torna mais interessante no seu ponto de vista.
Como montar uma carteira de investimento com menos risco e boa rentabilidade?
Segundo o gestor, o brasileiro concentra seus investimentos demais em aplicações domésticas em reais.
De acordo com o CEO da Vêneto, em uma carteira moderada de risco, com 70% em renda fixa (CBD, CDI e Tesouro Direto), parte dos outros 30% devem ser aplicados em moedas, ações e fundos estrangeiros. Dessa forma, diminui-se o risco e a volatilidade da carteira, mas aumenta-se a possibilidade de rentabilidade.
O entrevistado nos diz também que pode ser interessante aplicar em diferentes classes de investimentos, como metais. Ele exemplifica que, em momentos de crise externa, as ações no Brasil caem, o dólar sobe e o ouro também tende a subir, que é justamente o que está acontecendo agora.
Logo, ele complementa que com essa diversificação dentro da carteira, o investidor tem sempre a possibilidade de vender o que valorizou, e comprar o que desvalorizou, diminuindo o risco da sua carteira.
Como descobrir o seu perfil de risco?
Normalmente, quando as aplicações de risco estão indo bem, é comum que um investidor acredite que aguenta o risco, e aposte cada vez mais. Assim, quando ocorre uma desvalorização, ele descobre que não aguentava tanto a volatilidade quanto imaginou.
Dessa forma, nosso entrevistado nos diz que, geralmente, o perfil de cada um é revelado no médio prazo. Ou seja, descobre-se o perfil real de cada investidor quando ele enfrenta uma baixa que não se resolve rapidamente. É assim que se descobre que o investidor aguenta ou não o risco.
Do que se trata a “regra de bolso”?
Assim, o gestor da Vêneto nos diz que, quando vai dar a sua consultoria para um cliente, ele aplica uma “regra de bolso”. Se, ao traçar o perfil do cliente, e perceber inicialmente que ele possui perfil moderado, por exemplo, ele faz duas perguntas:
- “Se esses 30% de risco forem aplicados em bolsa, e ocorrer uma desvalorização de 50%, você manteria o dinheiro lá?”
- “E, mantendo o dinheiro lá, você compensaria o valor que foi perdido (metade de 30%, que resulta em 15%) com o valor que está investido em renda fixa para realocar na bolsa?”
Se ambas as respostas forem sim, o investidor provavelmente tem o perfil para bolsa, caso contrário, a aplicação de risco deve ser diminuída.
Eis a questão: Você suportaria perder dinheiro?
Um outro exemplo dado, para saber o seu perfil, é se o investidor aguentaria longos prazos de desvalorização da sua aplicação, mantendo o dinheiro lá. Essa situação ocorreu tanto de 1998 a 2002 quanto de 2010 a 2015, quando a bolsa foi se desvalorizando por todos esses anos, e depois subiu mais de 100%.
Por fim, entende-se então que, para diagnosticar o perfil de um investidor como cabível ou não na bolsa, deve-se questionar se ele aceitaria perder 50% do valor investido, e se ele suportaria ficar grandes períodos (5 a 6 anos, por exemplo) sem rentabilizar.
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Dicas de alocação para cada perfil de investidor
Em relação a diversificação da carteira recomendada por Carlos, Fred o questiona se existiria um “número mágico” de quanto se deve investir no exterior para cada perfil de investidor, o conservador, o moderado e o arrojado.
Para um investidor conservador
Carlos, então, nos responde que, para um investidor conservador, não é ideal o expor muito ao câmbio, pois ele pode não suportar a volatilidade do processo.
Então, se esse investidor tem 90% em renda fixa e 10% em risco, seria interessante aplicar de 3% a 5% do total investido em moeda estrangeira. O restante do risco deve ser alocado em risco Brasil, como fundo imobiliário e Ibovespa.
E para o investidor moderado? Como deve ser a construção da carteira?
Agora, para um investidor moderado, que aplica 70% em renda fixa e 30% em risco, desses 30%, deve-se ter até metade desse valor em outras moedas e classes, ou seja, 15% do total.
Já para o investidor agressivo…
Por fim, se tratando de um investidor agressivo, que aplica 50% em renda fixa e 50% em risco, nosso entrevistado sugere que ele tenha uns 25% em moeda externa, já que esse cara tem uma tolerância maior à volatilidade do mercado.
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Existe o momento certo para se apostar em renda variável?
Um bom ponto a ser pensado é que o rendimento da renda variável sempre vai depender do momento de compra das ações. Assim, é interessante conseguir diagnosticar o momento do “fim da festa”, ou seja, o momento em que a ação vai começar a perder valor.
Mas o que é o “fim da festa”?
Dessa forma, o CEO da Vêneto nos diz que um momento inadequado de entrada na bolsa é o “fim da festa”. Ele ocorre quando todo mundo começa a investir em renda variável, ou quando, ao invés de terem poucas empresas de grande valor listadas na bolsa, se passa a ter várias empresas sem resultado listadas.
De forma prática, Carlos nos deu alguns indícios para diagnosticar o fim da festa:
- Capas de revistas divulgando determinada ação;
- Pessoas sem formação adequada na área falando sobre o assunto;
- Muita gente ganhando muito dinheiro de forma repentina com a mesma ação;
O fim da festa então, é quando o valor de uma ação para de subir e deve começar a cair, ou seja, o momento ideal para retirar o seu investimento. Esse cenário definitivamente não é o adequado para realizar a compra de uma ação.
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Dicas para melhores investimentos em Renda fixa e Renda Variável
Renda variável
Carlos nos diz que, para o investidor que tem o mínimo de conhecimento e dedicação aos seus investimentos, a renda variável é a que vai fazer a maior diferença na rentabilidade. Porém, essa renda precisa um estudo para poder funcionar.
Assim, para que funcione, é muito necessário que o investidor saiba o seu perfil, para conseguir tolerar o risco. Logo, nosso entrevistado reitera a importância da adequação do perfil, tolerância de risco e a noção do prazo de investimento.
Então, o gestor da Vêneto nos traz dicas para o investidor que vai assumir risco. O ponto destacado é que, o sistema de ações é muito bem remunerado giro de mercado, quer dizer compras e vendas em excesso, desnecessárias, que só geram corretagem, comissão, imposto.
Dessa forma, para o pequeno investidor, é mais interessante ser sócio de bons negócios a longo prazo, do que ficar comprando ações menores que possibilitam menos giro.
Renda fixa
Por fim, para quem prefere apostar com mais segurança, a renda fixa no momento se mostra uma boa oportunidade. Com a alta da inflação, esses investimentos estão dando uma boa rentabilidade, sendo uma opção muito boa para investidores iniciantes ou investidores mais conservadores.
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Pontos relevantes para melhores investimentos
Nosso entrevistado nos lembra da importância de pensar no longo prazo. É necessário que o brasileiro saia da cultura do curto prazo e comece a pensar mais adiante.
Além disso, ele reforça a importância da educação financeira para que um investidor se lance ao mercado de forma mais segura. Essa educação os protege os pequenos investidores de caírem em furadas
Carlos alerta ainda para sempre desconfiar de quem indica vários investimentos mas não aposta em nenhum.
E aí, depois da leitura, já pensa em procurar um bom investimento que encaixe com o seu perfil? Então conheça o nosso simulador de investimentos!