“Quitinete de um quarto que eu comprei a prestação
pela Caixa Federal, au, au, au,
eu não sou cachorro não.”
(Raul Seixas, “É fim de mês”)
Muito já foi falado aqui no blog sobre financiamento imobiliário. Comentamos antes sobre o tema de hoje, amortização do saldo devedor do financiamento. Trago um exemplo particular de um amigo que me pediu conselho. Há aproximadamente 4 anos ele financiou R$ 210 mil em 30 anos. A prestação inicial era de cerca de R$ 2 mil, sendo que menos de R$ 600 eram amortização, o restante eram juros, seguros, encargos etc.
Daí se vê que o financiamento imobiliário não é exatamente um excelente negócio, do ponto de vista financeiro. Paga-se uma carga imensa de juros, principalmente no início de contratos longos – nesse exemplo, a amortização representava 30% do valor da parcela, o restante eram custos financeiros. Mas, muitas vezes, é o negócio possível para quem quer ter seu imóvel próprio. Não é meu objetivo julgar o negócio em si, e sim opinar sobre o que se pode fazer agora, nesse caso.
O saldo devedor do financiamento atualmente é de R$ 180 mil, e é corrigido mensalmente pela TR. A prestação mensal, decrescente, está em R$ 1.800. A taxa de juros efetiva é de 9,6% ao ano. Para conceder essa taxa, o banco exigiu a contratação de cartão de crédito e abertura de conta corrente, ao custo mensal de R$ 30.
Meu amigo tem R$ 100 mil poupados em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez, que rende 9% ao ano, já descontado o Imposto de Renda. Ele é financeiramente estável e disciplinado, consegue poupar mensalmente cerca de R$ 1 mil. A dúvida dele é se deveria usar a poupança para amortizar o financiamento.
O raciocínio básico é o seguinte: se os juros do financiamento são maiores que a remuneração das aplicações, compensa amortizar. O banco oferece duas modalidades de amortização: diminuir o valor da prestação ou antecipá-las. Se a prestação está comprometendo o orçamento familiar, a melhor opção é a primeira; se a pessoa tem uma quantia de dinheiro guardada e não vê uma boa opção de investimento, ou não quer correr o risco de gastá-lo, a melhor opção é a segunda.
Caso ele estivesse com o orçamento familiar apertado, a amortização de R$ 100 mil para diminuir o valor da parcela lhe traria um alívio de aproximadamente R$ 900 por mês, pois o valor da prestação cairia praticamente pela metade.
A outra opção, mais indicada no caso dele, que é uma pessoa disciplinada e com orçamento equilibrado, é a antecipação de parcelas. Com os mesmos R$ 100 mil, ele anteciparia aproximadamente 170 prestações, ou seja, mais da metade das parcelas restantes no contrato de financiamento dele.
A minha conclusão é a de que, na atual situação, ele não deve ficar ansioso para amortizar. É uma pessoa disciplinada, com orçamento equilibrado, tem um financiamento com taxa de juros não tão alta e uma aplicação com remuneração razoável. Com isso, a descapitalização para amortização não faz muito sentido.
Como eu disse, este é um exemplo bem particular. Para o leitor que tem financiamento, sugiro que faça uma análise detalhada da sua estrutura de endividamento e investimento, para tomar a melhor decisão. Está com dúvida? Entre em contato, fale do seu caso, talvez possamos ajudar. Se preferir, use nossa calculadora abaixo e simule você mesmo o resultado de amortização por prazo ou parcela!
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Atualização: Para tornar mais rentáveis suas aplicações financeiras, recomendo que visite também o nosso comparador de investimentos clicando aqui!
boa noite tenho um financiamento de 300 meses com um sal do devedor de 105,00 mil com juros de 7.9 ao ano e viavel eu ir pagando esse financiamento e as prestacao ir desvalorizando ou fazer um abatimento de 40,000 mil e ir diminuindo essa divida . as poucos ?
Emerson, obrigado pela sua mensagem.
No seu lugar, eu preferiria investir os R$ 40 mil em alguma aplicação segura e com bom rendimento, e iria pagando as prestações do financiamento. Você certamente consegue uma aplicação com taxa bem mais alta que os juros do seu financiamento. Sugiro que você leia uma série de 3 textos que publicamos no blog, sobre esse assunto. Pode te ajudar a escolher um investimento mais rentável. O primeiro deles está aqui.
Mais alguma dúvida? Entre em contato. Abraço!
Ewerton
Boa tarde Ewerton. Possuo um financiamento imobiliário cujo saldo devedor atual é de cerca de R$ 55.000,00 reais e consegui juntar o referido montante na poupança. Estou em dúvida se devo quitar ou não o imóvel. Eis algumas informações: I – O prazo total do financiamento é de 300 meses, dos quais já quitei 40 parcelas; II – A parcela gira em torno de R$ 450,00 reais, dos quais cerca de R$ 210,00 são de amortização e o restante de juros e seguros; III- O imóvel foi comprado como investimento, e está alugado pelo valor de R$ 600,00 reais, o que cobre exatamente a parcela e a taxa de condomínio. A minha dúvida é se devo quitar ou não o imóvel.
Vinícius, obrigado pela sua mensagem, e parabéns pelo seu investimento!
Sua situação é confortável. O cálculo básico que você deve fazer é se o rendimento da sua aplicação é maior do que o custo do seu financiamento. Com R$ 55 mil é bem provável que você consiga algo seguro e com bom rendimento, muito melhor do que caderneta de poupança. Sugiro que você leia uma série de 3 textos que publicamos no blog, sobre isso. Pode te ajudar a escolher uma aplicação mais rentável. O primeiro deles está aqui.
Para fazer a comparação, não se esqueça de duas coisas: para avaliar o rendimento da aplicação, você precisa deduzir o Imposto de Renda; e para avaliar o custo do financiamento, você precisa levar em conta o Custo Efetivo Total – CET, que inclui, além da taxa de juros em si, também o seguro, taxa de administração etc.
Mais alguma dúvida? Entre em contato. Abraço!
Ewerton
Qual dica você daria pra fazer alavancagem sobre sistema de financiamento? Tô querendo construir e vender
Prezado Luciano, obrigado pela sua mensagem, e peço desculpas pela demora na resposta.
Eu confesso que ainda não entendo tanto sobre isso, a ponto de te dar alguma dica. É uma questão mais de negócios e empreendedorismo do que de finanças. Mas não deixa de ter relação próxima com nosso tema. Quem sabe, pode ser tema de um post futuro. Nesse caso, entrarei em contato com você.
Abraço!
Ewerton
Olá,
Tenho um financiamento sistema de amortização SAC cujo débito remanescente é de 184mil, com prazo de 35 anos. Fiz duas amortizações no ano passado para chegar nesse remanescente mas sempre amortizando do valor da parcela pois o valor estava alto para o meu orçamento. Agora, possuo na minha conta vinculada do FGTS 25mil que pretendo usar para amortizar mais uma parte do financiamento e gostaria de entender se neste momento a amortização do prazo passa a ser mais interessante ao invés do valor da parcela. Pretendo ir utilizando o FGTS a cada dois anos até quitar o valor, o que deve acontecer em 10 anos se fosse considerar os depósitos anuais de cerca de 15mil (pretendo que seja mais daqui pra frente, rs). Então, minha dúvida é qual a melhor opção de amortização neste momento considerando este cenário ora exposto.
Obrigada, abraços.
Juliana, obrigado pela sua mensagem. Peço desculpas pela demora na resposta.
Parabéns pelo seu plano. Na minha opinião, está perfeito.
No seu lugar, enquanto a taxa Selic estiver alta, eu usaria apenas o FGTS e manteria o dinheiro aplicado em algo que renda mais que os 8,5% do seu financiamento. Já o FGTS, que rende apenas 3%, deve ser usado sempre.
Quanto à modalidade de amortização, eu optaria por diminuir o valor da parcela. E, todo mês, aplicaria a diferença (por exemplo, se a prestação cair de R$ 1200 para R$ 1000, eu aplicaria os R$ 200 todo mês). Essa opção é adequada para pessoas disciplinadas, que não vão gastar o dinheiro.
Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato. Abraço!
Ewerton
Prezado Ewerton, me ajude com o minha dúvida.
Hoje disponho de R$ 23 mil, aplicado no FIC, e minha divida de financiamento imobiliário é de R$ 82.442,76, valor da prestação R$ 617,00.
É inteligente utilizar o valor aplicado para amortizar a prazo.
Parabéns pelo blog.
Abraços
Olá, Liliana, obrigado pela sua mensagem!
O raciocínio básico é comparar o custo do seu financiamento e o rendimento da sua aplicação. Verifique no seu contrato o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento. Em seguida, verifique a taxa de rendimento da sua aplicação, e desconte dessa taxa o Imposto de Renda, para apurar o rendimento líquido.
Se não souber como fazer isso, leia esse texto no nosso blog. Se a dúvida persistir, entre em contato conosco novamente.
Por fim, compare as duas coisas: se o rendimento líquido da aplicação for maior que o CET do financiamento, em princípio não compensa amortizar.
Veja bem: eu disse “em princípio”. Não é que eu queira ficar em cima do muro. É porque há outros fatores que podem influenciar a decisão (se você pode e pretende fazer outras amortizações no futuro, por exemplo).
Mas, em linhas gerais, o raciocínio é esse.
Quanto a amortizar diminuindo o prazo ou o valor da prestação, você precisa avaliar se esses R$ 617 estão cabendo bem no seu orçamento. Se estiverem, amortizar diminuindo o prazo tem a vantagem de te deixar menos tempo exposta aos juros e à TR.
Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato, será um prazer. Abraço!
Você é 10 Ewerton, muito obrigada !
Boa tarde, gostaria que me ajudasse!
Tenho um imóvel financiado junto a caixa com juros de 5% ao ano, financiei em 360 meses, com parcelas de 650,00. Financeiro apenas 92.000,00, pois dei a maior parte da entrada para construtora de 80.000,00! Minha duvida é a seguinte: tenho 40 mil na poupança, compensa deixar lá, trocar de carro ou amortizar o tempo das parcelas? Obrigada, muito obrigada, e muita luz!
Olá, Márcia, obrigado pela sua mensagem. Muita luz para todos nós!
Vamos dividir sua pergunta em três:
1) Compensa deixar na poupança? Não! Com R$ 40 mil você consegue aplicações com rendimentos bem melhores, e tão seguras e líquidas quanto a poupança. Sugiro ler a série de 3 textos que publicamos recentemente no blog. O primeiro está aqui.
2) Compensa amortizar o tempo das parcelas? Na minha opinião, em princípio, não. Compensa você deixar o dinheiro bem aplicado e manter, ao mesmo tempo, a aplicação e o financiamento. Você consegue rendimentos líquidos (isto é, descontando o Imposto de Renda) bem superiores a 10% ao ano, enquanto paga apenas 5% de juros no financiamento. Assim, a aplicação vai render e te permitir quitar o financiamento mais cedo. Ou mesmo levar o financiamento até o final, pode ser uma boa opção, se os rendimentos de aplicações continuarem altos.
3) Compensa trocar de carro? Essa é outra história, não tenho como opinar. Se seu carro estiver dando muita dor de cabeça, compensa pensar em trocar. Se não estiver, eu, particularmente, prefiro ter um carrinho mais velhinho e ir levando a vida, rs. Carro não é investimento, é prazer, praticidade e, consequentemente, despesa. Mas, como eu disse, essa é outra história, independente da questão do financiamento.
Se quiser falar mais, entre em contato novamente. Abraço!
Boa tarde,gostaria de saber sua sugestão ,tenho um financiamento habitacional de 15 anos já paguei 3 anos prestação atual 1800,00 reais atualmente tenho uma reserva mensal de 2.000,00 reais deveria aplicar este valor mensalmente ou pagar 1 prestação a mais por mês? Grata junia
Oi, Júnia, obrigado pela sua mensagem.
Vai depender da Custo Efetivo Total (CET) do seu financiamento. Atualmente há boas aplicações (seguras e líquidas) rendendo mais do que o CET da maioria dos financiamentos.
Se o CET do seu financiamento for de, digamos, 9% ao ano, e você conseguir uma aplicação que renda mais que isso, compensa você manter as duas coisas: a aplicação e o financiamento.
Para isso você precisa escolher bem a aplicação e não se esquecer de calcular o rendimento líquido, isto é, descontando o Imposto de Renda. Não sabe como fazer isso? Leia esse texto no nosso blog.
Por exemplo, se você conseguir uma aplicação que renda 13% ao ano, e deixar o dinheiro aplicado por 2 anos, ele renderá 11% líquidos de Imposto de Renda. É mais do que a maioria dos financiamentos por aí.
Além disso, em alguns bancos não é tão simples pagar uma prestação a mais por mês. É necessário ir à agência, emitir uma guia e pagar. Em outros essa operação pode ser mais simples, mas no meu, por exemplo, é um pouco burocrático.
Se tiver alguma dúvida, entre em contato novamente, dando mais informações. Abraço!
Tenho um financiamento CEF de 15 anos,ja paguei 3 anos,prestacao 1800,00,tenho uma reserva mensal de 2.000,,vale a pena aplicar esta quantia ou usar para para abater no financiamento mensalmente. grata
Ewerton, bom dia!
Gostaria de sua ajuda para esclarecer algumas dúvidas. Possuo uma certa quantia guardada poupança e não sei se deveria utilizá-la para a amortizar a divida do meu financiamento ou aplicar o dinheiro em uma aplicação de baixo risco.
No final 2014 fiz um financiamento na Caixa de R$ 215.289,42 em 360 parcelas, taxa de juros efetiva de 8% a.a + TR. Agora no mês de outubro pagarei a 11° parcela no valor total de R$ 2.042,82, sendo 598,01 de amortização + 1.366,12 de juros + 53,69 de seguro + 25,00 de taxa administrativa. Ficando um saldo devedor de R$ 211.728,89.
Atualmente tenho na poupança um valor de R$ 50.000,00 que gostaria de utilizar para amortizar o meu saldo devedor. Entretanto estou na dúvida se esta seria realmente a melhor opção, ou se seria mais adequado eu investir este valor em algum fundo de DI, sendo que pelas informações do banco este tem apresentado nos últimos 12 meses um rendimento de 9,78%.
Sou uma pessoa de perfil conservador e que possui um bom planejamento financeiro mensal e procuro guardar cerca de R$ 2.000,00 todo mês.
Como informação adicional, eu tenho intenção em a cada 2 anos utilizar meu FGTS (aproximadamente 15.000,00) para amortizar parte da divida, buscando sempre optar pela redução do prazo, ou seja, mantendo o valor das parcelas.
Desde já agradeço sua atenção.
Atenciosamente.
Oi, Anna Karla, obrigado pela sua mensagem. E me perdoe pela demora na resposta.
Parabéns pelo evidente zelo com que você cuida das suas finanças!
Eu sugiro que você tire o dinheiro da poupança e procure uma aplicação mais rentável. Para te ajudar a escolher, sugiro a leitura de uma série de três textos que publicamos recentemente aqui no blog. O primeiro é está aqui.
Achei o rendimento desse fundo DI meio baixo, 9,78%. Com seus R$ 50 mil você consegue coisa melhor. E cuidado com os fundos, eles não são garantidos pelo FGC, como são os CDB, LCI e LCA (os textos que indiquei falam sobre isso). Se for de um banco grande, o risco é menor.
Já o FGTS deve ser usado para as amortizações, porque ele rende apenas 3% ao ano, mais a TR.
Minha sugestão é manter os R$ 50 mil bem aplicados e usar o FGTS para amortizar, a cada 2 anos.
Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato novamente. Abraço!
Ewerton,
Boa Tarde!
Obrigada pela atenção e respeito ao responder tão rapidamente minha mensagem.
Gostaria de te dar os parabéns pelo belo trabalho do seu blog e pelo apoio que você dá aqueles que te procuram.
Se não for abusar da atenção gostaria de saber quais são as considerações feitas para uma análise deste tipo, pois gostaria de saber por exemplo quando será o momento mais adequado de retirar o R$ do investimento e aplica-lo na amortização ou quitação o meu imóvel.
Hoje tive como sugestão de amigos aplicar o minhas economias no tesouro nacional. Qual sua posição sobre este tipo de investimento?
desde já agradeço novamente pela sua atenção.
Atenciosamente.
Boa noite!
Antes de tudo, parabéns pelo site! Muita informação útil e sempre respondendo aos comentários do leitores! Realmente muito bom!
Minha dúvida é a seguinte: se faço uma amortização com FGTS das últimas parcelas, reduzindo assim o prazo do financiamento, não haveria uma redução na parcela atual?
Minha lógica é que fazendo a amortização diminuo o saldo devedor, como faria a opção pela redução do número de parcelas, o valor de amortização mensal continuaria o mesmo, porém o valor de juros a ser cobrado mensalmente seria sobre um saldo devedor menor, já que houve amortização. A redução da parcela atual poderia ser pequena, mas haveria uma redução. Meu raciocínio está correto?
Uma outra questão que gostaria de levantar é que, quando se opta por reduzir o valor das parcelas ao invés de reduzir o número delas, você fica refém do pagamento dos valores referente a taxa de operação (em geral R$25,00) e do seguro em todas as parcelas, sendo que o seguro tem correção a medida que o mutuário envelhece, já que é um seguro que cobre também risco de vida e não apenas residencial, e como esses valores não são reduzidos com a amortização acaba tornando a opção de diminuir o número de parcelas ainda melhor. Estou certo?
Obrigado!
Prezado Pedro, obrigado pela sua mensagem!
Sua primeira colocação não está correta. Quando opta pela redução do prazo (e manutenção do valor da parcela), o valor que amortiza a cada mês aumenta, enquanto os juros diminuem. Por exemplo, se a parcela, antes, era de R$ 1500, sendo R$ 1000 de juros e R$500 de amortização mensal, depois que você faz a amortização extraordinária ela permanece em R$ 1500, mas passa a ser de, digamos, R$ 800 de juros e R$ 700 de amortização.
Já a segunda colocação está correta. Realmente, quando opta pela redução do valor da parcela (e manutenção do prazo), você está se submetendo ao seguro e à taxa de administração por mais tempo. Esse é um item a ser levado em conta na hora de optar pela melhor forma de amortizar.
Mais alguma dúvida? Entre em contato, será um prazer.
Abraço,
Ewerton
Prezado Ewerton, gostaria de consultá-lo. Tenho um FGTS de aproximadamente 40 mil que pretendo utilizar para dar como entrada em um financiamento imobiliário. Considerando que futuramente pretendo amortizar a dívida, com o próprio FGTS, (aquele que posso usar de 2 em 2 anos) é melhor contrair um financiamento com prazo mais curto, por exemplo, 180 meses, ou mais longo mesmo, 360 meses? A taxa de juros anual está em aproximadamente 8,5%a.a. Outra dúvida, acha que seria vantajoso fazer o resgate do LCI, R$ 35 mil (taxa de 0,83 DI), para dar uma entrada maior? Ou é melhor usar os próprios juros do LCI para ajudar a quitar as parcelas do financiamento imobiliário?
Prezado Irving, obrigado pela sua mensagem!
Já que a taxa básica de juros, hoje, está superior a 14% ao ano, não vejo problema em contratar um financiamento por prazo mais longo, à taxa de 8,5% (o Custo Efetivo Total deve ser um pouco maior que 9%). Aliás, foi o que eu fiz. Contratei em 360 meses (30 anos), mesmo tendo o plano de quitá-lo em menos de 10.
Justamente por isso, não acho vantajoso resgatar sua LCI, que rende 83% do DI (11,7% ao ano) para amortizar o financiamento.
Eu recomendo manter, ao mesmo tempo, o financiamento que custa 9% e a aplicação que rende 11,7%. E monitorar as taxas. Se a SELIC (e, consequentemente, o DI) cair, aí sim, pode compensar usar a LCI para amortizar o financiamento. Essa é uma decisão que você poderá tomar a qualquer momento (desde que o contrato da sua LCI permita resgate a qualquer momento).
Mais alguma dúvida? Entre em contato, será um prazer.
Abraço,
Ewerton
Boa tarde Ewerton, poderia me ajudar??
Tenho um imóvel com saldo devedor de 78,5 Mil, prestação de 680,00 com juros de 394,00 (58%)
Tenho 2 opções para amortizar esse saldo:
-10 mil de FGTS;
-18 mil de LCI (Rendimento de 1% ao mês).
Algumas dessa alternativas vale apena para fazer essa amortização??
Só mais um pergunta, se eu uso esse FGTS para essa amortização, eu posso utilizá-lo depois denovo para uma nova nova amortização ou para um novo financiamento da Caixa???
desde já agradeço sua atenção…
André, obrigado pela sua mensagem!
De modo geral, se a aplicação tem liquidez (isto é, se você pode resgatá-la a qualquer momento, sem ser penalizado por isso) e se o rendimento dela (descontado o Imposto de Renda) é superior ao Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, compensa mais deixar o dinheiro aplicado, em vez de amortizar. Há outros fatores a serem levados em conta, mas o raciocínio básico é esse.
Você não me informou a taxa de juros do seu financiamento, mas deve ser inferior ao 1% ao mês que sua LCI rende. Se for, compensa você ficar com a LCI (mas, repito: é importante verificar a liquidez dela).
Pelo mesmo motivo, compensa você usar o FGTS para amortizar. O rendimento dele é de 3% ao ano, mais a TR. Certamente os juros do financiamento são superiores a isso, por isso a amortização é vantajosa.
Você poderá usar o saldo do FGTS para amortização a cada 2 anos. Quanto a usá-lo para fazer um novo financiamento, a Caixa não permite que você faça isso enquanto tiver algum financiamento ativo em qualquer parte do país.
Mais alguma dúvida? Entre em contato, será um prazer.
Abraço,
Ewerton
Ewerton, muito obrigado mesmo, não conhecia o seu blog e desde já gostei muito de sua didática para tirar dúvidas e prestatividade em responder a todos. Fiquei Fã! e vou “super-indicar” para amigos!
Grande Abraço!
Ewerton, boa tarde.
Estou achando muito estranho um parâmetro do meu financiamento imobiliário. Contratei um financiamento de R$ 180.000,00 em 420 meses em fevereiro de 2014. Usei um pequeno saldo de FGTS para amortizar arte da dívida, sendo que, no momento de fazê-lo, em AGOSTO de 2015, meu saldo de dívida era de 171.386,82 pela parcela retirada do site da Caixa, que será quitado em 373 parcelas, com uma amortização mensal de 460,17. Porém, verifiquei na parcela de OUTUBRO de 2015 (infelizmente não tenho a de Setembro para comparar, mas terei a de Novembro no próximo mês se quiser) que o saldo devedor está em 171.034,58. Ora, tal fato parece-me incorreto, uma vez que a amortização é constante e já deveria ter sido compensada por 2 meses, no valor mensal de R$ 460,17 – totalizando R$ 920,34. Verificando com o meu gerente, notei que o banco está atualizando o meu saldo devedor, somando a ele valores diários do que estão chamando de juros. Porém, da forma como está ocorrendo, estou notando que a amortização não é linear, sendo que, ao final do contrato, teoricamente, ainda haverá um valor a pagar, uma vez que as amortizações mensais não serão suficientes para cobrir o saldo total da dívida. Você sabe me dizer se o procedimento adotado está correto?
Muito obrigado.
Élcio Rodrigues do Couto
Prezado Élcio, obrigado pela sua mensagem!
O procedimento está correto, sim. As pessoas estranham quando percebem que, a cada mês, o saldo devedor cai menos do que o valor da amortização, destacado no boleto. Mas a explicação é essa que você verificou: o saldo devedor é corrigido mensalmente pela TR. Então ele cai um tanto (a amortização), mas, ao mesmo tempo, sobe um pouco (a correção). E, ao contrário do que pode parecer, ao final do prazo não haverá valor a pagar. O cálculo é feito de forma que os juros vão caindo um pouco a cada mês, e a última parcela terá o valor da última amortização, zerando o saldo.
Mais alguma dúvida? Entre em contato, será um prazer.
Abraço,
Ewerton
Bom dia Ewerton.
Tenho um financiamento de 420 meses faltam 408, Amortização de 490,72 R$, Juros de R$ 1.407,48, seguros de 63,65, R$, Administrativo de 25,00, Total de 1980,43 R$ na ultima Parcela e saldo devedor de R$ 200.159,89.
Tenho 20.000,00 disponível, queria saber se abato o tempo ou diminuo o valor das parcelas, eu gostaria de diminuir o valor das parcelas mas você e mais indicado para a resposta. E ainda no px.ano usarei novamente o meu FGTS para abatimento, na sua opinião o que vale a pena?
Se for para diminuir o valor da prestação, quanto pagarei? e o prazo quanto tempo irá diminuir?
O que vale mais a pena?
Obrigado
Oi, Priscilla, obrigado pela sua mensagem!
Alguma coisa não encaixou, nos dados que você enviou. A soma dos quatro componentes que você informou dá R$1986,85. Com isso, não consegui saber qual a taxa de juros exata que você contratou. Mas fiz uma simulação aproximada, que vai servir bem.
Se diminuir o valor da parcela, ela cairá para aproximadamente R$ 1800,00. Se diminuir o prazo, ele irá para cerca de 290 meses.
Caso a parcela atual esteja cabendo no seu orçamento, uma boa opção é diminuir o prazo. Assim você fica menos tempo exposta a juros e TR.
Sob o ponto de vista estritamente financeiro, caso você tenha disciplina para poupar e tempo para pesquisar, o melhor é diminuir o valor da parcela e investir mensalmente os R$ 180 que você vai economizar, em alguma aplicação líquida e segura, que renda pelo menos 0,9% ao mês.
Mas, como dificilmente você vai encontrar uma aplicação líquida e segura que renda MUITO mais que esses 0,9%, eu diria que, financeiramente, as duas opções quase se equivalem. E, como a primeira – diminuir o prazo – é mais simples que a segunda, talvez ela vá te atender melhor.
Abraço!
Ewerton
Ewerton, obrigado pelo retorno.
Posso te mandar mais dados se achar necessário.Quais as informações que precisa para calcular?
No momento o que acha mais viavél, antecipar o financiamento do imóvel ou aplicar (CDB/ou Tesouro Direto). Tenho cerca de R$ 34.000,00.
Fico no aguardo,
Priscila
Oi, Priscilla, obrigado novamente.
Com R$ 34 mil você provavelmente consegue um CDB com liquidez e com rendimento superior à taxa de juros do seu financiamento, mesmo levando em conta o Imposto de Renda. Leia os dois textos que publicamos recentemente no blog, este é o primeiro e aqui o segundo. Eles poderão te ajudar a pesquisar.
É o que eu faria.
Na sua mensagem anterior, você me perguntou sobre o uso do FGTS e disse que gostaria de diminuir o valor das parcelas. Eu acho um bom negócio usar a cada 2 anos o saldo do FGTS para amortizar o saldo devedor. E, se a prestação atualmente aperta seu orçamento, sugiro fazer a amortização diminuindo o valor da parcela.
Abraço!
Ewerton
Bom dia Ewerton Veloso.
Gostaria por favor de uma luz referente ao financiamento da minha casa.O Saldo financiado foi de R$ 245.000,00 com juros de 8,52%, em 420 meses, está na prestação 016/420.Como verifico mês a mês o saldo devedor quase não diminuí (está em R$ 240.329,66). Então estou fazendo um planejamento financeiro para “corrigir o erro” e gostaria de uma ajuda para calcular o tempo que levaria para pagar se amortizar todo ano em torno de R$ 30.000,00. Desde já grata.
Paula, obrigado pela sua mensagem!
Fiz uma simulação, lançando uma amortização de R$ 30 mil todo mês de setembro, a partir de 2016. Desta forma, você quitaria o financiamento daqui a aproximadamente 84 meses (7 anos).
Abraço!
Ewerton