Você tem dinheiro parado na poupança, quer que esse dinheiro renda, mas tem medo de correr riscos? Uma boa opção pode ser investir no Tesouro Direto. Inclusive, recebemos uma mensagem de um dos nossos leitores chamado Washington, que mora no Rio de Janeiro, e que pode ter dúvidas bem parecidas com a sua.
Washington trabalha com carteira assinada há 8 anos e é extremamente disciplinado com o próprio dinheiro. No passado, essa disciplina lhe rendeu uma pequena reserva de R$10.000, sendo que todo mês sobrava cerca de R$500 para colocar na poupança. Após um período, sua renda aumentou e Washington passou a ter R$2.000 sobrando mensalmente. Essa quantia está sendo guardado na conta poupança de seu banco. Entretanto, nosso ouvinte percebeu que está perdendo dinheiro.
Por ser controlado com seus gastos, Washington afirma quase não ter vínculos com bancos, apenas uma conta salário, uma conta corrente, uma conta poupança (aberta pelos pais dele quando era criança) e um cartão de crédito da Nubank (não cobra anuidade). Agora, por conta do cenário econômico do país, Washington está interessado em investir o dinheiro de forma que gere mais ganhos ou que não tenha prejuízo.
O que fazer com esse dinheiro que está sobrando?
Washington chegou a comentar sobre investir no Tesouro Direto. No entanto, fica receoso de aplicar nesse tipo de investimento por considerá-lo “modismo”. Entretanto, investir no Tesouro Direto é uma opção muito adequada para o perfil conservador do Washington.
Mas e aí, como eu faço para investir no Tesouro Direto então?
O Tesouro Direto possui várias modalidades de títulos que se adequam aos diferentes tipos de investidores. Também existem diferentes formas de se aplicar em Tesouro Direto. Porém, a maneira mais simples de se investir no Tesouro Direto é por meio de uma corretora. A maior parte dos bancos possuem uma corretora própria. Entretanto existem corretoras independentes boas e confiáveis no Brasil.
Dentre essas diferentes formas de investir no Tesouro Direto tem uma que se aplica diretamente ao Washington: o Tesouro Selic. Esse tipo de aplicação é mais interessante que a Caderneta de Poupança. Isso porque, enquanto a Poupança rende 4,55% ao ano (atualizado) a Selic rende cerca de 6,5% ao ano (atualizado), por isso pessoas estão saindo em massa da Caderneta de Poupança. Vale ressaltar que o imposto de renda incide sobre o Tesouro Selic, assim seu rendimento liquido pode variar de 5,07% ao ano (investimento de curto prazo) a 5,52% ao ano (investimentos de médio e longo prazo).
Inclusive, caso você utilize nosso simulador de investimentos, será possível averiguar a diferença de rendimento da Poupança e do Tesouro Direto (além de CDB e LCI). Em uma simulação de 2 anos de investimento (no nosso sistema), o Tesouro Selic apresentou uma rentabilidade 11,21%, enquanto a Poupança rendeu apenas 7,99% no mesmo período.
Tudo bem, a rentabilidade é maior que a poupança, mas e a segurança?
Investir no Tesouro Direto é, basicamente, emprestar dinheiro à União. No caso do Tesouro Selic, a única forma de você perder dinheiro é se o Estado parar de honrar seus compromissos com os investidores. Todavia, esse é um cenário muito pessimista e improvável. Portanto, a segurança do Tesouro Selic é a mesma da poupança. Além disso, o Tesouro Direto ainda tem proteção do Tesouro Nacional, o que significa que o governo garante o retorno do título, sendo assim um investimento muito seguro.
Além do Tesouro Direto ainda existem outras formas de investir tão seguras quanto a poupança, como CDB e LCI. Caso você esteja interessado em saber mais sobre esse assunto, nós aqui do blog já escrevemos muito sobre isso. Você ainda pode usar nosso simulador, que compara os tipos de investimentos mais seguros no Brasil.
Como funciona o Tesouro Direto?
Para investir no Tesouro Direto é necessário que haja um intermédio de um banco ou corretora. Nós, do Educando seu Bolso, aconselhamos que seus investimentos sejam feitos através de uma corretora (caso você ainda não tenha uma conta em uma corretora, não se preocupe, você pode criar uma online, de forma rápida e fácil). Caso você não conheça nada sobre corretoras, aqui no blog também temos textos que tratam sobre esse assunto e podem tirar suas dúvidas.
Para fazer o investimento você deve solicitar à corretora ou ao banco que compre um título do Tesouro Direto. Essa ordem pode ser feita pela própria internet a partir da interface de sites das corretoras ou de aplicativos dos bancos. E não é preciso começar investindo alto: a partir de R$30,00 já é possível aplicar nos investimentos de Tesouro Direto. Além disso, é importante ressaltar que que mesmo as formas mais simples de aplicar possuem rentabilidade maior do que a poupança.
Antigamente o Tesouro Direto era como se fosse uma sopa de letrinhas, existiam vários títulos diferentes, de forma que nem especialistas no ramo de economia conheciam todos. Entretanto, hoje o Tesouro é bem mais simplificado, são menos títulos e com nomes mais amigáveis. Desses títulos de Tesouro Direto, o que mais se aplica ao nosso ouvinte Washington, com já foi dito, é o Tesouro Selic. Esse é um investimento sem risco e com possibilidade de sacar no momento que você quiser.
Então nenhuma aplicação de Tesouro Direto tem risco?
Não é bem assim. Existem alguns títulos do Tesouro Direto que podem te fazer perder dinheiro. Os investimentos em Tesouro Direto chamados de prefixados são aqueles que mais arriscados. Isso porque nessa modalidade, o valor do título do pode variar, o que pode te fazer perder dinheiro ao sacar o antes do vencimento. Portanto, esses tipos de investimentos não podem substituir a poupança. Por isso tome cuidado na hora de investir no Tesouro Direto e preste atenção em qual modalidade você está aplicando o dinheiro.
Apesar de os investimentos prefixados não serem tão seguros quanto a poupança, eles podem ser úteis até mesmo para pessoas mais conservadoras. Isso é devido ao feto de que esse tipo de aplicação te garante um determinada quantia ao final do prazo caso você não retire o valor investido antes. Ou seja, ao colocar determinado valor em um investimento prefixado, você já sabe exatamente o quanto vai receber ao final do prazo. Mas lembre que se você retirar o dinheiro antes você pode acabar perdendo dinheiro com isso. Então FIQUE ATENTO se for investir nessa modalidade de aplicação. É necessário que você tenha uma reserva financeira e não precise do dinheiro até o encerramento do título, ok?
Como funciona para aplicar e sacar o dinheiro via corretora?
As corretoras possuem uma conta própria no Banco Central onde é possível transferir o dinheiro da conta corrente para a conta na corretora. Essa conta funciona como se a corretora fosse um banco, não tendo nenhuma relação direta com o Banco Central. A partir dessa transferência, você já pode solicitar à corretora os investimentos que deseja fazer. No entanto essa ordem não é automática, é necessário que você transfira o dinheiro manualmente.
Para sacar o dinheiro também é muito simples. Normalmente isso é realizado pelo próprio site da corretora. A retirada é feita de forma direta entre a corretora e a sua conta bancária.
Qual a diferença entre a rentabilidade da poupança para o tesouro?
Existem vários títulos de Tesouros Direto. O Tesouro Selic, por exemplo, rende de acordo com a taxa Selic (6,5% ao ano) o que já é maior que a poupança (4,55% ao ano), o que mostra a diferença entre as rentabilidades. Também existem títulos que são excelentes negócios dependendo do investidor e da situação. Por exemplo, caso você acabe de ter um filho e queira guardar dinheiro para a faculdade dele, você pode aplicar em um Tesouro prefixado de longo prazo (18 anos por exemplo). Dessa forma você guardará um valor maior para o futuro do seu filho se comparado com a Poupança.
Por que as pessoas antigamente não investiam em tesouro?
Nos anos de 1990 a inflação era muito alta e a poupança acompanhava. Por isso, naquele período, fazia sentido colocar dinheiro nesse tipo de aplicação. Não era uma decisão ruim, era uma forma de se proteger em tempos de inflação muito alta. Além disso, naquele período não existia o Tesouro Direto, sendo que no geral não existiam muitas opções de investimento naquele período.
Existem outras formas de não perder dinheiro além de investir fora da poupança?
Muitos brasileiros perdem dinheiro com a poupança. Entretanto, existem outras áreas que as pessoas investem mal além das aplicações. Inclusive em alguns casos comprar um carro ou uma casa podem ser uma mal investimento dependendo do caso.
É ruim investir dinheiro em casa ou carro?
Aqui no blog já falamos algumas vezes sobre esse assunto. Inclusive temos um simulador de financiamento de veículos e um de amortização de financiamento de imóveis que podem te ajudar muito, caso precise.
Um dos questionamentos do Washington, que não se tratava de investimentos, foi em relação a problemas com o carro e casa que ele tem. Ele diz que mora longe do trabalho e tem que ir de transporte público até o serviço todos os dias. No entanto, deparou-se com uma complicação: gasta muito dinheiro e tempo com transporte público, mas não tem interesse em comprar um carro pois acredita que não é um bom investimento.
Para resolver esse dilema, Washington acredita que comprar uma casa perto do trabalho é a melhor solução. Por ironia, essa solução causou uma nova dúvida ao nosso ouvinte. O que é melhor: alugar um imóvel perto do trabalho, fazer o financiamento de uma casa próximo ao serviço ou aguentar o trânsito por um tempo para comprar um imóvel a vista nas redondezas do trabalho?
Como resolver esses problemas?
Antes de falar do problema do Washington é bom ressaltar que nós aqui no blog já escrevemos dois posts em relação ao custo de ter um carro e também um sobre o custo benefício das bicicletas compartilhadas, como as da Yellow e da Itaú. Caso você tenha interesse dê uma olhadinha, talvez você possa estar perdendo dinheiro e nem sabe disso ainda.
O carro
Para algumas pessoas, ter o veículo próprio não compensa financeiramente. Mas mesmo assim, compram um carro por modismo, sem pensar no impacto financeiro dessa compra. Afinal, os custos do carro não param na gasolina. Um veículo tem custos como IPVA, seguro, pneu, estacionamento, etc. Entretanto o Washington diz que luta contra essa ideia de ter um carro por modismo.
A casa
Apesar de o brasileiro, de forma generalizada, gostar de ter sua casa própria, do ponto de vista financeiro, o melhor investimento geralmente é morar de aluguel quando se trata de curto prazo, como 5 ou 6 anos. Os aluguéis atualmente estão em torno de 0,3% a 0,4% do preço do imóvel. Então, por exemplo, se você for alugar um imóvel de R$300.000 reais, você vai pagar um valor de aluguel em volta de R$1.050. Esse valor pode variar dependendo da região ou época, entretanto o preço do aluguel não deve ser uma quantia muito distante da citada.
Qual a melhor decisão a se tomar então?
Visto que Washington busca uma solução voltada para um aspecto financeiro, ele pode gastar parte de sua renda em um aluguel de uma casa próxima ao trabalho e investir o resto. Essa será uma excelente ação do ponto de vista financeiro. No futuro, caso seja do interesse dele, Washington pode comprar uma casa à vista ou com uma entrada maior utilizando o dinheiro que investiu. Mas preste atenção, para fazer esse tipo de investimento é necessário ter foco e inteligência financeira. Isso porque é preciso ficar atento com planejamentos de longo prazo como este.
Pronto para parar de perder dinheiro?
Apesar de a pergunta do Washington tratar de alguns temas diferentes, todas elas buscam um mesmo fim: EVITAR PERDER DINHEIRO! Para isso é muito importante que você tenha foco e saiba mexer com seu dinheiro de maneira responsável. Mas lembre-se, nessa jornada você não está sozinho, nós do Educando seu Bolso estamos aqui para te ajudar. Qualquer dúvida que você tenha é só nos contactar, seja utilizando os comentários abaixo ou até mesmo diretamente pelo chat. Não se esqueça de usar nossos simuladores de Veículos e Imóveis. Assim você pode ter uma ideia de qual o melhor financiamento para você! Além do simulador de investimento, é claro, para saber qual a melhor forma de aplicar para seu dinheiro.