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O Gerente responde: Ainda é seguro aplicar no Tesouro Direto?

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O Gerente responde: Ainda é seguro aplicar no Tesouro Direto?
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Caro Frederico,

Sou ouvinte e quero parabenizá-lo pela dedicação e qualidade do programa.

Não há dúvida de que o governo atual não gosta de poupar, cumprir metas e não vê problemas em ter dívidas cada vez maiores.

Assim, diante do cenário atual, especialmente depois do novo rebaixamento do Brasil, ainda é seguro aplicar no Tesouro Direto? Há outra aplicação recomendável?

Abraço,

Felipe

Olá, Felipe, me desculpe a demora em respondê-lo e obrigado pelo elogio. Vamos à sua pergunta, muito boa por sinal.

Quanto à insegurança do Tesouro Direto, é preciso que você saiba que nenhum investimento é livre de risco, ou seja, há sempre o risco de você não ter uma parte ou todo o seu dinheiro de volta ou mesmo de recebê-lo fora da data marcada.

Outra questão que você bem colocou é que a indisciplina fiscal do atual governo aumenta este risco, tanto é assim que as agências de rating pioram a classificação de riscos do Brasil a cada dia.

Ocorre que o que você não mencionou, mas também vem acontecendo é o rebaixamento das demais empresas e bancos. Após a piora da nota do Brasil, dezenas de empresas e instituições financeiras tiveram também por consequência redução de suas notas.

Porquê estou dizendo isto? Digamos que você saque seu TesouroSelic pra reinvestir em um CDB, LCI, LCA, LC, LF, Cota de FIF, PGBL ou VGBL. O que os emissores destes títulos, como por exemplo, bancos e fundos de investimentos, fariam com o seu dinheiro? Em grande parte, aplicariam em Títulos Públicos Federais. Pra você ter ideia, 65% de aproximadamente 3 trilhões de reais atualmente sob gestão da indústria de fundos é aplicada em papéis do governo. Sim, nos mesmos títulos que você compra diretamente do Tesouro. Mesmo uma Debênture de uma empresa não financeira, seria também afetada por um eventual calote do governo, pois seu potencial de honrar compromissos diminuiria significativamente (se quiser se aprofundar, busque relatos ou literatura sobre os episódios de moratória do Brasil).

Em resumo, o que quero dizer com isto tudo é que as alternativas de investimento disponíveis são como galhos de uma mesma árvore, cujo tronco é o risco soberano (do governo), ou seja, se o tronco morrer, morrem também os galhos.

Note você que especifiquei o TesouroSelic no meu exemplo acima. Título Pós Fixado que não tem risco de mercado (em financês). Em português, a menos que o governo dê calote, você não perde dinheiro. Nos outros, prefixados – TesouroPré e atrelados a inflação – TesouroIPCA – há risco sim fora do calote. Ou seja, o Brasil não precisa quebrar, declarar moratória para que você perca dinheiro. Quando as agências de rating rebaixaram o Brasil por exemplo, estes títulos perderam valor. Em outras palavras, alguns meses depois de investir nestes papéis você pode ter um saldo menor do que o inicialmente aplicado.;

Ou seja, o TesouroSelic é provavelmente a opção mais segura em termos de aplicação internamente ao mercado brasileiro e a única alternativa a isto tudo é o investimento no exterior. Efetivamente abrir conta e enviar recursos para aplicações no estrangeiro. Aí sim, você muda de árvore.

Pra reforçar, dou meu testemunho: A grande maioria do meu patrimônio está aplicada aqui, em reais, e como você, sofrerei as consequências do Risco-Brasil.

Sugiro também que escute nosso podcast, disponível abaixo, sobre esse mesmo assunto.

Grande abraço,

Frederico Torres

(Foto: Sylvie Moyen) .

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