Quando se fala em portabilidade de crédito, muitas pessoas pensam na troca de operadoras telefônicas. Entretanto, a portabilidade vai muito além disso e pode te fazer economizar, e muito, com os juros do seu empréstimo. Quer aprender como pagar menos nas prestações de forma simples? Então não deixe de ler este texto e escutar o podcast!
Portabilidade de crédito: o que é?
Em 2006 o Banco Central criou a portabilidade de crédito, uma norma que permite aos clientes bancários transferir as dívidas de um banco para outro. Pois, isso é feito visando economizar com pagamentos de juros. Nesse procedimento não há cobrança de imposto, como o IOF, que incidiria sobre uma nova operação.
Ainda não entendeu? Então calma, porque vamos te explicar. Basicamente você identifica um banco que cobra taxas mais baixas do que as que você contratou no seu empréstimo original. Em outras palavras, é como se você contratasse um empréstimo a 5% de taxa e encontrasse um banco que cobra 4% por essa mesma operação.
Então, você migra do banco original para o banco novo, com o objetivo de pagar menos juros. Em 2014 essa norma passou a ter um novo atendimento operacional mais fácil, passando a ser chamada de Nova Portabilidade. Isso tornou mais simples e rápido a transferência de operações de crédito entre bancos.
Eu preciso negociar a portabilidade de crédito junto ao banco original ou com o novo banco?
Atenção
Você pode tentar negociar novas taxas com seu banco original antes de fazer a portabilidade. Mas aí estamos tratando de outros tipos de operação como, por exemplo, as renegociações de dívida. Em geral, na portabilidade de crédito você procura diretamente a nova instituição.
Grosso modo, você vai assinar um pedido de portabilidade com o novo banco e ele que irá negociar com o banco antigo. De fato, isso é muito importante. Porque nivela o jogo de forças, visto que as duas instituições vão disputar “você” como cliente deles.
Porém, o novo banco pode te aceitar como cliente ou não. Isso porque será feita uma análise de se você é um bom ou um mal pagador, como por exemplo pelo seu score de crédito, histórico bancário. Portanto, não é 100% garantido que você conseguirá portar sua dívida. Entretanto, esse entrave pode acontecer SOMENTE pelo novo banco. O seu banco original não tem o direito de te prender, sendo, pois, obrigado a te liberar na medida que você decide contratar outro banco.
Mas é possível, sim, que o banco antigo tente te convencer a permanecer. A exemplo, o banco original pode te oferecer taxas mais baratas que as anteriores. Assim, ele tenta não te perder como cliente.
O banco antigo não quer te perder…
O seu banco antigo, provavelmente, vai tentar te convencer a permanecer. O banco antigo possui um prazo para negociar com você a partir do momento em que você entra em contato com a nova instituição pela portabilidade de crédito. Dessa forma, ele pode entrar em contato com você e fazer uma contraproposta. Portanto, você deve avaliar as duas propostas oferecidas e determinar qual a mais adequada para o seu caso. Nós, do Educando seu Bolso, indicamos que você faça sua avaliação com base no Custo Efetivo Total (CET). O CET é o denominador comum entre os custos financeiros das duas propostas. Por ele você pode avaliar qual opção é realmente a mais barata.
Não entendi muito bem esse CET. Explica melhor?
Nesse tipo de operação financeira, como empréstimos e portabilidade de crédito, todas as informações têm que ser apresentadas para você de forma bem clara. Por determinação do Banco Central, as instituições financeiras são obrigada as colocar o CET, que seria, em outras palavras, o custo real da dívida, no seu contrato. Portanto, você precisa sentar com seu gerente e conferir se realmente está sendo cobrado um CET mais barato do que no banco anterior.
Estamos te fazendo esse alerta porque existe um problema que acontece com frequência que é o de se confundir a taxa com o CET. Vamos supor que você paga, atualmente, 12% ao ano de juros. Então, você vê uma propaganda de outro banco com taxa de, por exemplo, 11% ao ano. Portanto, uma taxa de juros mais barata, certo? Errado!
Não necessariamente a taxa mais barata significa que você vai pagar um custo efetivo total menor. Além da taxas, para fazer a portabilidade você precisa pagar seu cadastro no novo banco, tarifa de avaliação de risco de crédito, seguros… E essas tarifas vão empilhando. Então, é possível que, ao se considerar tudo junto, a portabilidade de crédito saia até mais cara do que permanecer no banco anterior.
E por isso o CET é tão importante. Porque ele te permite comparar TODOS os custos de uma instituição e da outra. As tarifas citadas acima e todos os custos relativos ao contrato estão incluídos dentro do custo efetivo total. Então, compare os CETs! E se o novo CET for menor, vale a pena fazer a portabilidade.
Que documentos eu tenho que levar ao banco para fazer a portabilidade de crédito?
Para quase todos os casos, o que você precisa é levar o contrato do banco velho no novo banco. Exceto no caso do imobiliário, em que você tem que interferir um pouco mais pra retirar algumas certidões. Mas no consignado, veículos, crédito pessoal comum, cartão de crédito… Enfim, quaisquer dívidas que você tiver, é só o contrato.
Na verdade, às vezes somente algum extrato de suas parcelas é suficiente. É disso que o gerente precisa para proceder com a portabilidade de crédito. O contrato nem sempre todos têm à mão; mas o extrato possui o número desse contrato, os juros da dívida. E por isso muitas vezes só ele basta.
E vale a pena fazer uma portabilidade em que momento do empréstimo?
Muitas pessoas ficam na dúvida nesse aspecto. “Já estou nas últimas parcelas do meu empréstimo, será que vale a pena fazer o procedimento?”
A resposta é: se o CET for menor, vale a pena portar, independente do momento. Claro que, se a operação de crédito estiver no início, você tem mais meses para pagar mais barato. Mas, mesmo assim, até no final pode valer a pena.
O gerente do novo banco pode me obrigar a contratar outros serviços além da portabilidade?
Atenção
Não! Isso é o que se chama de venda casada e é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor. Você não é obrigado a comprar nada além do que deseja realmente contratar.
O que pode acontecer é o seguinte: o novo banco te oferece uma taxa “x” se você fizer somente a portabilidade de crédito. Mas se você levar todo o seu relacionamento bancário também – sua conta corrente, suas aplicações… -, você pode receber uma proposta de CET muito mais baixa.
Geralmente, quando você concentra seus serviços financeiros em um único banco, você recebe melhor tratamento e melhores condições. Não só com taxas de empréstimo, mas melhores juros de aplicações, entre outros. Então, nesse caso a situação muda um pouco de figura. Se você se interessar pelas condições, vai precisar comparar também outros custos do seu banco atual com as do novo para saber se vale a pena trocar o relacionamento bancário, dado o CET mais baixo.
Mas, se a portabilidade não for uma opção interessante para você, outra possibilidade é trocar um empréstimo caro por um mais barato. Nós já falamos disso aqui no blog, mas é muito importante que você entenda exatamente quais são as opções de empréstimo que o mercado te oferece, e qual vale mais a pena para o seu bolso. Você pode consultar algumas opções através do nosso simulador de empréstimo, e entender o que seu resultado significa consultando nosso Guia Definitivo do Empréstimo. E, se você ainda tiver alguma dúvida, deixe aqui embaixo nos comentários. Quem sabe a gente não consegue te ajudar, certo?