Todos nós sabemos da importância de economizar dinheiro na caminhada rumo à tão sonhada liberdade financeira. Isso requer atenção diária, de diferentes formas.
Por um lado, é importante cuidar dos gastos maiores, geralmente mensais, dos diversos serviços que contratamos. Por outro, é fundamental ficar atento aos pequenos gastos do dia a dia, os quais são menores, mas, quando se acumulam, podem fazer um estrago no orçamento.
E, pior: muitas vezes sem nos trazer bem-estar algum.
Vigiar nossos gastos é semelhante a cuidar do nosso peso. Quem precisa emagrecer, precisa controlar a alimentação. Da mesma forma, quem precisa melhorar sua condição financeira, precisa economizar dinheiro.
Tanto uma coisa quanto a outra parecem um sacrifício, sendo que costumamos desanimar antes mesmo de começar. Mas, não precisa ser assim. Pelo contrário, a simples sensação de fazer algo por nós mesmos, por nossa saúde – física ou financeira –, deve gerar prazer. Devemos sempre lembrar, ainda, que cuidar bem do futuro pode melhorar também o presente.
Continue lendo este texto e descubra diferentes tipos de ferramentas para utilizar no controle das finanças e maus hábitos que precisam ser evitados a fim de economizar dinheiro.
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Maneiras simples de economizar dinheiro
Anotar
Existem diversas maneiras de organizar e cuidar do nosso orçamento. Desde formas bem simples e antigas até ferramentas modernas e tecnológicas. A maioria delas, no entanto, têm uma coisa em comum: partem do pressuposto básico de anotar tudo o que se gasta, tendo em vista que economizar dinheiro só é possível quando sabemos como realizamos nossos gastos.
1. Papel e caneta
A forma mais simples e antiga de se controlar gastos requer apenas caderno e caneta. Uma calculadora simples também ajuda. Consiste simplesmente em anotar as informações básicas sobre os gastos, à medida em que acontecem.
Ao final do mês, é preciso organizar as anotações em grupos de despesas, para enxergar mais facilmente os gastos. O método 4A, que apresentaremos neste texto, pode ser feito com papel e caneta.
2. Planilha eletrônica
O controle por meio de planilhas eletrônicas – como o Excel – começou como uma evolução do método anterior. As primeiras planilhas de controle financeiro eram semelhantes às anotações em caderneta, apenas utilizando recursos de soma e subtração automáticos.
Com o tempo, tornaram-se mais sofisticadas, oferecendo recursos como a organização das despesas em grupos. Hoje em dia, uma rápida pesquisa no Google apresenta dezenas de modelos diferentes, para todos os gostos.
3. Aplicativos
Com a popularização dos smartphones, surgiram também os aplicativos de controle financeiro., os quais representam um grande avanço, pois, além da praticidade de estarem sempre em nosso bolso, possibilitam integração com diversas fontes.
Por exemplo, com a própria conta bancária e a fatura do cartão de crédito. Além disso, assim como as planilhas eletrônicas, também podem fazer o agrupamento automático das despesas.
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Afinal, qual é o melhor?
Como você deve imaginar, não existe uma solução que seja boa para todos. Cada pessoa precisa escolher o método mais adequado.
A sugestão é que você comece logo. Aos poucos, vá adaptando, modificando seu método ou procurando outras ferramentas. Se você tem alguma familiaridade com planilhas eletrônicas, pesquise algumas já prontas na internet. (No curso de orçamento financeiro do Educando Seu Bolso você tem acesso a uma)!
Se você gosta de usar aplicativos, procure algum que seja totalmente gratuito – não apenas a instalação, mas a utilização também. Mas, se não gosta de nada disso, use a boa e velha caderneta. Inclusive, o método apresentado abaixo é ideal para isso. Confira:
Método 4A
O Método 4A é uma forma simples e eficiente de controlar o orçamento doméstico. Ele tem esse nome porque consiste em praticar 4 verbos começados com a letra A: Anotar, Agrupar, Avaliar e Agir.
Anotar
O primeiro passo é anotar tudo o que se gasta. As informações mais importantes são:
- Data da despesa;
- Descrição;
- Valor;
- Forma de pagamento.
“Mas é preciso anotar tudo, TUDO mesmo? Até aquele cafezinho de R$ 0,50?”.
É preciso fazer um exercício de reflexão, disposição e autoconhecimento.
Uma pessoa que faz muitos gastos com cartão de débito e de crédito já está com meio caminho andado. Os cartões registram automaticamente os dados de cada despesa feita.
Se essa pessoa só utiliza dinheiro em espécie para esses pequenos gastos, ela pode simplesmente anotar em sua planilha “pequenos gastos”.
Por outro lado, quem prefere pagar despesas em geral em dinheiro, precisa prestar atenção em como faz esses gastos. Pode, por exemplo, anotar individualmente as despesas mais importantes e deixar o cafezinho como “pequenos gastos”.
Em ambos os casos, se esses “pequenos gastos” começarem a ficar significativos demais, é preciso rever o método de anotação.
Conforme abordado, o importante é começar. Não espere de si mesmo perfeição logo no início. Tenha atenção, disposição e vá adaptando sua rotina, em busca da melhor forma de anotar.
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Agrupar
Se você anotar todos os gastos que faz diariamente, quando chegar ao fim do mês, terá uma lista com muitas dezenas de anotações. Para conseguir interpretar tudo isso, é necessário reunir os gastos semelhantes em grupos.
Por isso, o segundo passo do Método 4A é agrupar. Isto é, criar grupos de despesas que vão representar todos os gastos da família.
Os grupos variam de família para família. Geralmente, 5 ou 6 grupos são suficientes. Veja o exemplo abaixo:
1) Casa: gastos relacionados à manutenção da casa e da família, como conta de água, energia elétrica, prestação da casa, plano de saúde, mensalidade da escola, farmácia, semanada, mesada;
2) Alimentação: padaria, mercado, sacolão, restaurantes;
3) Transporte: gasolina, ônibus, táxi, IPVA, manutenção do carro;
4) Vestuário: roupas, sapatos, acessórios, salão de beleza;
5) Diversão: passeios, viagens, cinema, bares.
Ao final do mês, basta somar o total dos gastos com cada grupo para saber o peso de cada um nas despesas da casa.
Avaliar
O agrupamento permite ver com clareza para onde vai o dinheiro da família. Então, é hora do terceiro passo: avaliar, isto é, refletir sobre esses números. Para isso, é necessário questionar:
- As despesas estão compatíveis com seus rendimentos e seus planos para o presente e o futuro?
- Em algum dos grupos de despesas, os gastos estão além do razoável? Dentro de cada grupo, quais despesas estão mais elevadas?
- São necessárias mudanças de atitudes para reduzir despesas ou aumentar ganhos?
Agir
O último passo do Método 4A é Agir. Colocar em prática as mudanças necessárias, identificadas no passo anterior, visando economizar dinheiro e evitar desperdícios.
Também nesse passo é necessária disposição. Mudar atitudes não é fácil. Mas, sendo necessário, é preciso ser feito o quanto antes. E, pode acreditar: geralmente é menos difícil do que parece, e os resultados podem aparecer logo nos primeiros dias.
Para te ajudar, preparamos uma planilha que pode ser usada para as anotações e o agrupamento das despesas. Faça o download gratuito clicando aqui!
Hábitos que atrapalham a economizar dinheiro
Quando o orçamento é devidamente organizado, é possível identificar com mais facilidade os maus hábitos financeiros.
Nesse sentido, listamos abaixo alguns desses maus hábitos que podem nos impedir de economizar dinheiro. Confira:
1. Aplicativos de compra instalados no smartphone
Se você tem aplicativos de redes sociais instalados em seu celular, sabe que eles são uma tentação. É comum passar grande parte do tempo conferindo se chegaram notificações. E, mesmo quando não chegam, costumamos acessar o aplicativo só para ver o que está acontecendo.
Nesse sentido, muitas pessoas têm desenvolvido esse mau hábito com aplicativos de compras! A pessoa, enquanto aguarda atendimento na sala de espera de um médico, por exemplo, abre o aplicativo para ver as novidades. E aí, quando vê algo atraente, acaba comprando.
Alguns dos tipos de aplicativos mais propensos a causar esse mau hábito são aqueles de roupas e acessórios, livros, artigos de segunda mão e comida.
Você tem algum desses tipos de aplicativos e já fez compras por impulso por meio dele, prejudicando o seu orçamento? Se sim, desinstale!
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2. Levar uma maior quantidade porque o preço parece compensar
Esse é um mau hábito que não sai de moda. Uma das formas clássicas de cometê-lo é na hora de comprar pipoca no cinema, por exemplo. Geralmente, existem pelo menos três opções disponíveis: a pequena, a média e a grande.
Porém, a diferença de preço entre elas não é tão grande, então o cliente fica tentado a levar a maior.
Levar quantidades maiores é muito indicado quando você realmente precisa do produto e vai usá-lo de forma integral. Por exemplo: produtos de higiene e limpeza no supermercado.
Sendo assim, é importante ficar atento a ofertas, uma vez que, além de economizar dinheiro, você ganha tempo por não precisar comprar novamente aquele item tão cedo.
No entanto, com outros produtos – especialmente comida – este hábito deve ser evitado. Procure avaliar bem a quantidade do produto que você realmente quer ou precisa, antes mesmo de ver o preço das opções.
3. Telefonia, internet e TV por assinatura
Quando nos acostumamos às nossas operadoras de serviços de telecomunicações, temos tendência a não querer trocá-las, visto que já nos habituamos ao perfil do pacote, aos serviços, à fatura, ao aplicativo.
Mas, quem realmente quer economizar dinheiro, precisa avaliar as contas de casa e saber se realmente compensa manter os serviços, visto que, muitas vezes, mudar de operadora pode proporcionar economia de dezenas, ou até centenas de reais por mês.
Portanto, a recomendação é que, pelo menos uma vez ao ano, as pessoas façam uma pesquisa entre as operadoras de telecomunicações. Frequentemente, há promoções para portabilidade, com pacotes mais baratos ou mais completos.
4. Planos de saúde
Raciocínio semelhante vale para os planos de saúde. Inclusive, a resistência a mudar de plano costuma ser ainda maior. Mas, não precisa ser assim, tendo em vista que os diferentes planos de saúde costumam aproveitar as carências de quem muda de operadora.
Confira o nosso post sobre o que se deve saber antes de contratar um plano de saúde. Veja, ainda, nosso artigo sobre clínicas populares.
5. Tarifas bancárias te atrapalham a economizar dinheiro
Hoje em dia é cada vez mais possível ter uma conta bancária com todos os serviços que você precisa, pagando pouco ou até mesmo nada.
Se você ainda não conhece nosso Simulador de Contas Digitais, visite agora mesmo!
Mesmo se você não conseguir desvincular-se totalmente do seu banco tradicional, pode tentar contratar o pacote mais barato. E, ainda, complementar os serviços por meio de um banco digital gratuito.
6. Dívidas
Você tem dívidas com instituições financeiras? Saiba que é possível economizar dinheiro gerenciando bem essas operações. Afinal, existe portabilidade também para o crédito.
Com o aumento da concorrência, há muitas instituições financeiras – não apenas bancos – dispostas a aceitar operações de crédito em andamento.
Saiba como a portabilidade de crédito pode te ajudar a economizar dinheiro!
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7. Alimentação fora de casa
Antigamente, era muito comum que todos os membros da família almoçassem e jantassem juntos diariamente. Hoje em dia isso é cada vez mais raro. Excesso de atividades e falta de tempo fazem com que as pessoas precisem buscar soluções práticas para a alimentação diária.
Marmita
Cada vez mais pessoas têm aderido ao hábito de levar marmita para o trabalho. Esta é uma solução que pode ser mais saudável, confortável, saborosa e barata. E, como se não bastasse, todas essas vantagens ainda podem te ajudar a economizar dinheiro.
Lanches no trabalho
Se levar marmita ainda é difícil para você, que tal levar pelo menos o lanche? Melhor do que ir até a lanchonete todos os dias, não? Melhor, mais saboroso, mais saudável e mais barato.
Empresas também têm providenciado locais para seus colaboradores lancharem. E não é necessária muita parafernália. Em muitos casos, uma geladeira, cafeteira, uma sanduicheira e um forno de micro-ondas resolvem a questão.
Veja também: como fazer renda extra na internet.
Comida pronta no supermercado
Quem mora sozinho, sabe a dificuldade que é preparar refeições para uma só pessoa. Uma opção, então, é comprar alimentos em porções individuais, que empresas especializadas – ou os próprios supermercados – fornecem. O problema é que, geralmente, elas saem caras.
Uma solução, então, seria encontrar pessoas na mesma situação e que possam compartilhar os custos e o trabalho de se preparar refeições. Já procurou saber se algum vizinho ou colega de trabalho se disporia a tentar essa interessante forma de cooperativismo?
Comida pronta via aplicativo
Uma das características das paisagens urbanas modernas é a proliferação dos entregadores de refeições. Por trás deles, dezenas de empresas de logística gerenciam esse leva-e-traz. E por trás dessas empresas, centenas de restaurantes.
Muitas vezes, é prático, saboroso e pode até não sair caro. Mas, quando se torna um hábito frequente, pode não ser saudável, em vários sentidos.
Bebida em restaurante
Você é daquelas pessoas que bebe algo durante a refeição todos os dias? Será que você realmente precisa disso, ou será que vem apenas cultivando um hábito? Alguns nutricionistas dizem que esse hábito não é saudável, pois prejudica a digestão, mas outros dizem que não faz mal.
Independentemente da questão da saúde, o fato é que não sai barato. Se você tem esse hábito e quer economizar dinheiro, é indicado fazer um cálculo: multiplique o preço médio da bebida pelo número de dias da semana em que você trabalha. Agora, multiplique isso por 50. É mais ou menos o que você gasta todos os anos apenas com bebida na hora do almoço. Está barato?
Economizar dinheiro: é só começar!
Todos nós conseguimos economizar dinheiro, basta querer e ter atenção. No início, pode parecer difícil, mas, acredite, não é tanto assim.
Basta começar, e os resultados positivos logo virão. Afinal, isso é qualidade de vida.
Um dos primeiros efeitos é o autoconhecimento, isto é, conhecer os próprios hábitos – os bons e os ruins – e enxergar com clareza o que pode ser melhorado.
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Ewerton .
Boa madrugada!!
Nao pensando muito sobre meu financiamento imobiliário
Pago em media 1.000.00 de prestaçao
Ja paguei 83 parcelas
O financiamento foi de 100.000.00
Prazo 360 meses
Meu saldo devedor é 87.000.00
Penso de alguma maneira diminuir o saldo devedor .uso o fgts para diminuir as parcelas .tenho como Guarda 350.00 mes
Tem alguma Sugestão por favor.
Olá, Frank, obrigado pela sua mensagem.
Sim, temos muito conteúdo nesse assunto. Já visitou nossos posts sobre amortização. O link é https://educandoseubolso.blog.br/?s=amortiza%C3%A7%C3%A3o
Basicamente, se você tiver convicção de que o melhor para você é reduzir o saldo devedor, o negócio é esse mesmo: usar o FGTS, poupar dinheiro por conta própria e realizar amortizações extraordinárias quando puder.
Mas, além dos posts, oferecemos também o Relatório de Amortização, que é um serviço que tem como objetivo exatamente mostrar para cada pessoa (conforme sua situação) se o melhor é amortizar seu financiamento ou deixar o dinheiro investido. E, se o melhor for amortizar, o Relatório informa se o melhor é reduzir o prazo ou o valor da prestação. E ainda mostra caminhos para colocar tudo isso em prática.
Se quiser saber mais sobre o Relatório, o link é https://educandoseubolso.blog.br/lp/amortizacao/relatorio/?utm_source=educandoseubolso&utm_medium=banner&utm_campaign=a
Abraço!
Ewerton, olá!
Há muito tempo eu anoto todos os gastos como você. Desde que eu tinha um “excel” no Palm que andava sempre comigo. Até os menores gastos na padaria iam para a planilha.
O problema que eu sempre vejo em vários textos (livros, sites, blogs) e entrevistas com economistas e/ou especialistas em organização financeira é a como usar todo este registro PASSADO com o planejamento do FUTURO.
Nunca consegui entender um jeito tão didático para este histórico virar o planejamento. Imagino que para quem estiver lendo isso (ex.: você) possa não se conformar com esta afirmação, mas não consigo usar esta base para uma organização futura.
Como sou de São Paulo, ouço somente os Podcasts não ouço o programa ao vivo no rádio. E se puder fazer uma sugestão, gostaria muito que vocês pudessem mostrar uma forma de usar esses registros passados, do que se gastou e onde, para uma organização e planejamento de gastos futuros.
Parabéns pelo blog!
Wellington, muito obrigado pela sua mensagem! Que coisa boa, receber um relato desses logo no primeiro dia após a publicação do podcast.
Não vou dizer que “não me conformo” com esta sua afirmação, mas não acho que isso seja um problema tão grande. Acho que a solução é ter bastante cuidado com o passo 3 do método 4A. Isto é: Avaliar.
Quando for avaliar uma despesa, ou um grupo de despesas, é preciso pensar se, no futuro, ele vai continuar como está ou se vai sofrer alguma alteração.
Por exemplo: em 2019 eu tive muitas alterações grandes no meu orçamento, quando minha filha veio morar comigo. Algumas despesas diminuíram muito, como pensão alimentícia e gasolina (ela morava em outra cidade, eu dirigia em média 2000 km por mês). Em compensação, várias outras despesas surgiram ou aumentaram. Antes de o ano começar, eu fiz uma estimativa de como tudo isso iria acontecer. Não acertei tudo, mas a maior parte ficou bem próxima da realidade. Com isso, aos poucos fui ajustando as coisas.
Então, minha sugestão é esta: tente avaliar como cada despesa vai se comportar no futuro próximo.
Abraço!