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O desafio de Warren Buffett

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Quem é Warren Buffett?

Warren Buffett é, simplesmente, o maior investidor de todos os tempos! Ele é citado com recorrência nas listas das maiores fortunas do mundo. Está, sempre, na conhecida lista dos bilionários da revista Forbes. Citá-lo com referência por quem quer investir bem é extremamente comum.

Ele nasceu em 30 de agosto de 1930 na cidade de Omaha, estado de Nebraska nos Estados Unidos. Ele é oriundo de uma clássica família de classe média estadunidense. Teve uma trajetória profissional que se iniciou com entrega de jornais, passando por vendedor e analista financeiro. Depois que adquiriu a empresa (à época têxtil) Berkshire Hathaway, sua fortuna não parou de crescer, comprando participações em empresas como Washington Post Company, Buffalo Evening News, ABC, Salomon Inc., Coca-Cola Company, General Re, Burlington Nothern Santa Fe Corp, American Express, Gillette e Walt Disney. UFA!!! É, de fato, dinheiro para dar e vender!

Um dos investimentos mais surpreendentes feitos por Buffett foi em Reais! Isso mesmo: na moeda brasileira! Em 2007, ele apostou no Real e lucrou US$ 118 milhões! Ele afirmou que naquele ano ele só tinha um investimento em moeda estrangeira; todos os demais eram em Dolar.

Mas, afinal, qual o desafio de Warren Buffett?

Warren Buffett propôs, em 2006, um desafio de USD 500.000,00 (isso mesmo, QUINHENTOS MIL DÓLARES) a qualquer um que fosse! Todos nós sabemos que as taxas de administração influem negativamente nas rentabilidades dos fundos de investimentos, impactando assim, o resultado dos gestores destes fundos. Considerando isso, ele propôs o seguinte:

Eu desafio qualquer gestor de investimentos a montar uma carteira com 5 fundos de ações quaisquer e ganhar do índice S&P 500 em 10 anos. E, aposto 500 mil dólares que o S&P 500 irá ganhar!

O resultado do desafio de Warren Buffett

Primeiramente, é importante traduzir S&P 500, não é? Então, ele é o mais reconhecido índice de ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque; ele contém as 500 empresas líderes.

Vamos ao desafio! Ele foi aceito por apenas uma pessoa: Ted Seides, gestor da Protégé Partners. O desafio iniciou-se em 2008 e ficou conhecido como a aposta de UM MILHÃO DE DÓLARES! E, quem ganhasse doaria o valor total para uma instituição de caridade!

E, adivinhe o resultado do desafio: em 10 anos o S&P 500 bateu a carteira de fundos do desafiante! A carteira do desafiante era composta por fundos ativos que compram e vendem ações com base em várias análises, sejam elas grafistas ou fundamentalistas. Buffett, por sua vez, escolheu o fundo VFIAX. A escolha de Buffett não exigia um grande acompanhamento nem tinham as taxas de administração cobradas pelos gestores de hedge funds. Para Buffett chegar ao ponto de fazer um desafio como esse e apostar no S&P 500, é porque ele analisou muito a bolsa de valores dos Estados Unidos e como o mercado acionário se comporta e, claro, usou e abusou de toda a sua bagagem e experiência acumuladas ao longo de muitos anos de mercado.

Analisando o resultado

Um dos argumentos mais fortes dos investimentos ativos é que por terem uma gestão mais atuante e, por isso, entregariam resultados melhores. Por outro lado, os investimentos passivos são aqueles que acompanham índices, sem fazer qualquer tipo de diversificação. Os maiores exemples desses investimentos são os ETFs (Exchange Traded Funds).

Os investimentos passivos são, extremamente, fáceis de fazer! Você aposta uma certa quantidade de recursos, ganha na média e vai para a praia ou para o campo sem preocupar com a necessidade de atuar freneticamente para ganhar a mais. Em 10 anos, Warrent Buffett provou que ao ser tão ativo nos investimentos e, consequentemente, pagar taxas de administração, ganha-se menos que acompanhar um índice.

No início, o VFIAX sofreu muito com a volatilidade do mercado (lembra-se da crise de 2008?), porém, se recuperou. A tese de Buffett se baseou no seguinte: as taxas de administração cobradas pelos fundos são exorbitantes principalmente quando não trazem um desempenho compensador. E, outro ponto importante: as taxas de administração são cobradas independentemente do resultado, seja ele positivo ou negativo, pois, são cobradas com base no patrimônio líquido e não da rentabilidade. Assim, mesmo quando o fundo tem rentabilidade negativa, as taxas são cobradas. Gordon Gekko, personagem do filme Wall Street – Poder e Cobiça, já dizia: “As comissões nunca dormem.

E, não pense que este é um fenômeno exclusivo dos Estados Unidos. Pelo contrário! Muitos fundos de investimento que encontramos em bancos brasileiros têm taxas de administração maiores que a rentabilidade. Ou seja, o dinheiro é do aplicador, mas, que ganha mais, no fim das contas, é o administrador do fundo que, em resumo, é o banco. Um reportagem recente mostrou que 1,2 milhão de brasileiros aplicam em fundos com essa situação. O pior é que eles são conservadores. Isto é, não têm uma gestão tão dedicada assim. Falamos sobre essa situação lamentável em um recente podcast. Clique e ouça!

Para finalizar!

Lembra-se do desafiante Ted Seides? Então, ele disse que a vitória de Warren Buffett deveu-se a alguns fatores:

  • Mais que as taxas de administração, o que comprometeu seu resultado foi a diversificação
  • Os mercados não terem sofrido uma queda significativa, algo que poderia ter gerado um baque no VFIAX
  • O otimismo contido no S&P 500 que se encontra sobrevalorizado que pode desapontar, a longo prazo, os investidores

Warren Buffett ganhou a aposta e doou 500 MIL DÓLARES para a instituição Girls Incorporated of Omaha! Isso é um fato! E confirmou uma de suas frases: “Diversificação é uma proteção contra a ignorância.” Outro fato é que Ted Seides está revoltado com a sua derrota! Se a revolta gerará uma nova aposta, só o tempo poderá responder… O que temos certeza é que a instituição de caridade que foi beneficiária da aposta poderá ajudar muito mais pessoas!

Por fim, deixo uma pergunta para você refletir: Aprender é, sempre, fundamental para agir o mais corretamente possível! Porém, será que é necessário ser tão ativo (a) nos investimentos?

Frases de Warren Buffet

O Educando seu Bolso gosta muito de frases fortes, com humor e sabedoria e que nos fazem pensar. Já fizemos um podcast com algumas delas; clique aqui e ouça! E, abaixo, algumas das frases mais marcantes de Warren Buffett.

  • “O que nós aprendemos da história é que as pessoas não aprendem com a história.”
  • “Medo e ganância são duas doenças contagiosas que sempre atacam o mundo dos investimentos. O calendário destas epidemias é imprevisível… Nós simplesmente tendemos a ficar com medo quando os outros estão gananciosos e ser gananciosos quando os outros estão com medo.”
  • “Não importa quão grande o talento ou esforço, algumas coisas levam tempo.”
  • “O risco vem de não saber o que você está fazendo.”
  • “Diversificação é uma proteção contra a ignorância.”
  • “Só quando a maré baixar que você vai descobrir quem estava nadando nu.”
  • “Nunca invista em um negócio que você não entende.”
  • “O que conta para a maioria das pessoas na hora de investir não é o quanto elas sabem, mas sim como realisticamente elas definem o que não sabem.”
  • “Você não precisa ser um cientista de foguetes. Investir não é um jogo onde o cara com o QI de 160 bate a cara com QI de 130.”
  • “Se estamos falando de meias ou de ações, eu gosto de comprar a mercadoria de qualidade quando o mercado está em baixa.”
  • “A maioria das pessoas se interessam por ações quando todo mundo também está interessado. A hora de se interessar é quando ninguém mais está. Você não pode comprar o que é popular e achar que estava fazendo o certo para seus investimentos.”
  • “A regra número 1 é nunca perder dinheiro. A regra número 2 é nunca se esquecer da regra número 1.”
  • “A coisa mais importante a se fazer quando você se encontra em um buraco é parar de cavar .”
  • “Não guarde o que resta depois de gastar, mas sim, gaste o que sobrou depois de guardar.”
  • “Você só tem que fazer poucas coisas direitas em sua vida, desde que você não faça muitas coisas erradas.”

 

Livro Educando Seu Bolso

Autor

Quintiliano Campomori é pós-graduado em Negócios, Finanças e Projetos. Atua na área econômico-financeira e é professor universitário desde 2005. Já atuou em bancos, empresas privadas e, atualmente, atua no setor público. Pretende trazer esclarecimentos sobre finanças pessoais, fazer da economia um assunto descomplicado e em pensar o dinheiro como um meio e não um fim. Escreve periodicamente no Educando seu Bolso e participa mensalmente do Geekonomics Podcast.

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