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ETFs: Exchange Traded Funds – Vale a pena investir neles?

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A culpa é da Selic em queda?

Com a queda da Taxa Selic, opções para conseguir rentabilidades mais atrativas são muito mais procuradas. Com 14,25% ao ano (ou 1,12% ao mês), é muito natural, pela comodidade, em se contentar com os produtos financeiros de Renda Fixa. Mas, este cenário cômodo mudou. E, o ETF pode ser uma das opções de investimento mais procuradas.

Veja o comportamento da da Taxa Selic de Outubro de 2015 até Junho de 2018:

Evolução da Taxa Selic

Fonte: Banco Central do Brasil

Além da Selic em queda, outro ponto importante é a Bolsa de Valores (B3). Ela vem sofrendo com a incerteza brasileira (eleições em especial) e é muito sensível à economia dos Estados Unidos e com toda a turbulência gerada pelo governo de Donald Trump. Assim, conseguir boas rentabilidades como de outrora com as aplicações financeiras está sendo um desafio para o investidor brasileiro.

Mas, afinal, o que são os ETFs?

ETFs significa Exchange Traded Funds. E, esse nome, sem dúvida, é muito bonito! Os ETFs são fundos de investimento negociados em Bolsa de Valores. A maioria são em ações. São grupos diversificados de ativos que espelham um determinado índice de mercado de ações ou renda fixa seja do Brasil ou do exterior. Eles são negociados como se fossem apenas uma ação. Alguns exemplos desses índices são:

O retorno dos ETFs baseia-se na valorização e desvalorização da movimentação dos índices usados como referência. Na prática, eles são compostos por todas as ações ou papéis de renda fixa, com seus respectivos percentuais (do índice de ações ou pré-determinado no caso de renda fixa). Isso tudo possibilita ao investidor possuir uma carteira diversificada sem precisar investir em todas as diferentes ações ou papéis de renda fixa, individualmente. Os ETFs são negociados, como dito, na bolsa de valores por meio de cotas.

Alguns números

  • O primeiro ETF foi criado em 1993.
  • O primeiro ETF lançado no Brasil ocorreu em 2004.
  • No Brasil há 15 ETFs.
  • No mundo há 4.779 ETFs.
  • Os ETFs são um setor de US$ 4 trilhões. Isso mesmo 4 trilhões de dólares!

São produtos para poucas pessoas?

Os ETFs existem desde 1993, ou seja, a, aproximadamente, 25 anos. Porém, apenas nos últimos 5-8 anos que decolaram de vez tanto é que duplicaram o volume ao longo dos últimos anos.

São produtos para todos

Muitas pessoas que querem entrar no mercado de renda variável buscam os ETFs para, exatamente, com um valor baixo poderem investir em várias empresas e diminuírem o risco, afinal, um índice é composto por várias ações. Outra opção para os entrantes na renda variável são os COEs (Certificados de Operações Estruturadas) que falamos bastante neste post.

Para investir em ETFs, como em outros investimentos da Bolsa de Valores, é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores. A forma de fazer é a mesma da compra de ações ou fundos imobiliários, pois, a negociação é feita como uma compra ou venda de ações via home broker. Se você já comprou ou vendeu ações por meio da plataforma, o procedimento é o mesmo.

Você sabia que já há corretoras de valores que praticam Taxa Zero inclusive para ações? Elas podem ser ótimas opções para comprar ETFs. E, você sabe como elas se sustentam não cobrando qualquer taxa de corretagem e custódia?

ETF de Títulos Públicos

Uma nova opção de ETF é o que vinculado a Títulos Públicos Federais. O Tesouro Nacional abriu um edital para a gestão e o Itaú Asset Management foi o escolhido. A taxa de administração será de 0,25% ao ano e o Itaú terá exclusividade no ETF o qual será patrocinado em conjunto com Banco Mundial. Essa taxa é muito competitiva! O ETF vai ter como referencial o índice IMA-B. Esse índice é composto por uma cesta de títulos públicos do tipo IPCA+. O lançamento do edital pelo Tesouro tem um outro objetivo: o fomento de índices de mercado alternativos ao CDI.

Além da gestão do ETF, o Itaú se comprometeu a investir em educação financeira para que o produto seja mais conhecido. E, esse compromisso é muito bem vindo por nós do Educando seu Bolso. Afinal, a educação financeira é fundamental para um país mais consciente e que pense no futuro.

Raio X dos ETFs no Brasil

Veja abaixo o infográfico publicado pelo Estadão acerca do mercado de ETFs no Brasil.

As vantagens

As principais vantagens de se investir em ETFs resumem-se em:

  • Diversificação: Facilidade que oferecem aos investidores no momento da negociação das ações ou papéis de renda fixa devido à diversificação.
  • Riscos menores: Redução dos riscos de investir em algumas empresas, pois há uma grande quantidade de ações e diversos títulos de renda fixa na composição dos índices.
  • Custo-benefício: Custos operacionais baixos, pois, em uma única negociação, são compradas ou vendidas uma dezena de ações com apenas um único custo de corretagem. O impacto desta economia pode ser significativo especialmente ao longo do tempo ou quando o mercado acionário, por exemplo, não tiver uma rentabilidade muito boa.
  • Acesso: Redução da necessidade de grande conhecimento do mercado de capitais, pois, um índice é construído por profissionais do mercado financeiro.
  • Internacionalização: Há ETFs que replicam o S&P500, maior índice da principal bolsa de Nova York que contém empresas como Amazon, Google, Facebook, Coca-Cola, Nike, Starbucks, Disney, entre outras empresas muito conhecidas. Assim, é possível acessar o mercado internacional sem toda a burocracia do envio de recursos ao exterior. Além da rentabilidade do índice estadunidense, esses ETFs refletem a cotação do Dólar.
  • Flexibilidade: Proporciona exposições adequadas à sua carteira básica e ao seu investimento tático. Além disso, podem ser vendidos e comprados sempre que o mercado estiver aberto assim como as ações.
  • Transparência: São demonstrados a composição de cada ETF. Assim, fica mais fácil saber, exatamente, o que se tem.
  • Sem come-cotas: Os ETFs não têm os famosos e indesejáveis come-cotas que antecipam o recolhimento do imposto de renda que prejudicam a rentabilidade líquida dos investimentos.

Tributação

A tributação dos ETFs é mesma de outros ativos de Renda Variável, ou seja, 15% do ganho de capital – a diferença entre o valor de compra e venda das cotas. Neste resultado podem ser compensados os prejuízos ocorridos no mês ou em meses anteriores mesmo de outras operações em renda variável como mercados a vista, de opções, futuro e a termo, exceto para operações de day trade.

A única diferença entre ETFs e uma compra individual de ações é o fato de não haver a isenção de imposto de renda para vendas de até R$ 20 mil dentro de um mês. Para Fundos Imobiliários, por exemplo, há a mesma exceção.

Como são administrados e geridos os ETFs?

Os ETFs são administrados e geridos por gestores muito experientes do mercado financeiro, sempre autorizados pela CVM. Eles não tem o objetivo de ganhar do índice de referência, pelo contrário, eles os acompanham. Como a gestão dos ETFs demanda menos atenção dos gestores, as taxas de administração são reduzidas o que faz uma grande diferença na rentabilidade.

Os ETFS mais conhecidos e tradicionais

Índice Código Início Taxa de Administração Administração Gestão

BOVA

Ibovespa BOVA11 11/2008 0,54 % a.a. Citibank BlackRock Brasil

BOVV

Ibovespa BOVV11 07/2016 0,30% a.a. Itaú Unibanco Itaú Unibanco

XBOV

Ibovespa XBOV11 11/2012 0,50 % a.a. Caixa Caixa

PIBB

IBrX-50 PIBB11 07/2004 0,059 % a.a. Itaú Unibanco Itaú Unibanco

SMAL

Small Cap SMAL11 11/2008 0,69% a.a. Citibank BlackRock Brasil

DIVO

IDiv DIVO11 01/2012 0,50 % a.a. Itaú Card Itaú Unibanco

IVVB

S&P 500 IVVB11 04/2014 0,24 % a.a. Citibank BlackRock Brasil

SPXI

S&P 500 SPXI11 02/2015 0,27 % a.a. Itaú Unibanco Itaú Unibanco

BBSD

S&P Dividendos BBSD11 11/2014 0,50 % a.a. Banco do Brasil Banco do Brasil

BRAX

IBrX-100 BRAX11 12/2009 0,20 % a.a. Citibank BlackRock Brasil

GOVE

IGC GOVV11 10/2011 0,50 % a.a. Itaú Unibanco Itaú Unibanco

A análise

Os ETFs possuem ótimas alternativas para investir em renda variável e, mais recentemente, em renda fixa. Em termos de diversificação e custos, os ETFs são ótimos produtos por refletirem índices de ações ou renda fixa compostos por diversas empresas de vários segmentos e papéis de vários vencimentos. Considerando a diversificação, consegue-se com valores baixos, comprar uma cesta com uma quantidade enorme de produtos financeiros.

Considerando os custos, eles são imbatíveis quando os comparamos com os fundos de ações tradicionais (ou fundos indexados) negociados pelos bancos e corretoras que têm taxas de administração entre 2% e 3% ao ano. Observando a tabela acima, vemos que o que tem o custo mais alto, tem taxa de administração de 0,69 % ao ano. E essa imbatibilidade foi constatada pelo maior investidor de todos os tempos: Warren Buffett! Ele fez um desafio a qualquer gestor no mercado e ele foi o vencedor! Ele desafiou qualquer gestor de investimentos a montar uma carteira com 5 fundos de ações quaisquer e ganhar do índice S&P 500 em 10 anos. E, apostou 500 mil dólares que o S&P 500 irá ganhar! Ele apostou e ganhou. Se você não leu o post sobre o Desafio de Warren Buffett, clique neste link e confira!

Analise o seu perfil

E, respondendo à pergunta inicial: sim, pode ser a culpa da taxa Selic em baixa. A migração de recursos para opções de investimento em renda variável é normal em momentos que os ganhos da renda fixa caem. Porém, antes de tudo, analise o seu perfil individual e o perfil do seu investimento com muita parcimônia.

Os ETFs são ótimos produtos para uma diversificação de carteira, principalmente para quem não tem tanto tempo para acompanhar o mercado acionário, correndo, assim, menores riscos. Ademais, com os ETFs deve-se focar no longo prazo, em um horizonte mais distante para poder “surfar” nas valorizações e na proteção que um índice proporciona, diferentemente, de uma única ação ou de um conjunto de pequenas ações. É, também, uma ótima opção para quem quer economizar com custos operacionais de corretagem e nas taxas de administração.

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