Somente no 1º semestre deste ano, os brasileiros pagaram quase R$ 579 bilhões em impostos e tributos, segundo matéria publicada no nesta quarta-feira, 23, pelo Estadão. Notícia bombástica não é mesmo?! Sempre que a receita divulga estas estatísticas, vejo grande repercussão. Comentários como “Isso é absurdo!”, “Pra onde vai este dinheiro?!” e etc… Primeiro devo dizer que concordo com a maioria desses comentários, afinal os números são mesmo assustadores. Mas o que fico me perguntando é se essas mesmas pessoas que acham isto absurdo estão se utilizando de todas as maneiras legais possíveis para pagar menos impostos… Será que estão?!
Minha atuação como consultor de finanças pessoais me diz que, infelizmente, não estão. Digo isto com base em algumas possibilidades de economia de IR que costumam ser desconsideradas pelos investidores. Primeiro, tem as aplicações financeiras isentas de IR: Letras de Crédito Imobiliárias, Letras de Crédito do Agronegócio, Certificados de Recebíveis Imobiliários, Fundos de Investimentos Imobiliários, Debêntures de Infraestrutura e finalmente os ganhos com ações até o valor de 20mil mensais são exemplos de aplicações financeiras que não estão sujeitas a IRPF e que por isto podem ser mais vantajosas do que um CDB por exemplo.
Depois, tem aquelas que ainda por cima te geram despesas dedutíveis na declaração de ajuste completa do IRPF, como os aportes de até 12% da renda bruta tributável em Planos Geradores de Benefícios Livres (PGBLs).
Finalmente, aplicar em fundos de investimentos financeiros (FIFs) reduz sua rentabilidade de longo prazo devido ao efeito da cobrança antecipada de IR sobre os FIFs, no que se convencionou chamar de “come-cotas”. Para se ter uma ideia, uma aplicação alternativa em um título que não pague IR antecipado, como nos FIFs, pode te renderia em números de hoje aproximadamente 30% a mais em 30 anos.
E você? Anda pagando mais IR do que deveria?
* Foto: Patrícia Cruz/Estadão