Desconfio que talvez a busca pela felicidade seja a única unanimidade que não seja burra. Existem atalhos para a felicidade? Talvez. Mas caminhos certamente há, mesmo que não haja uma fórmula, pois o que faz determinada pessoa feliz não necessariamente faz outra. Hoje pretendo fazer uma abordagem diferente, inspirado em uma situação cotidiana que percebi, mas que foge um pouco ao tema finanças. Ou não. Porque muitos estão associando felicidade a sucesso – muitas vezes sucesso é associado a ter dinheiro – o que nem sempre é verdade.
Saber o que é importante para você, valorizar a coisa certa ajuda muito. Por exemplo, discernir entre o que você quer e os modos como atingir o objetivo pode fazer grande diferença. Suponhamos que vá ter um evento (uma festa, talvez, ou um show, quem sabe) em que algumas pessoas queridas estarão lá. Você está ansioso por ir ao evento, participar dele. Alguns chegam a achar que é questão de vida ou morte! Mas o que você quer de fato: o evento em si ou a companhia das pessoas que estarão lá? Há eventos, sim, que são fantásticos, que valem a pena até fazer uma viagem especificamente para ele. Mas talvez não, talvez você só queira a companhia das pessoas, e o evento em si nem é tão importante. Percebendo isso, talvez você não tenha dinheiro suficiente para ir a tal evento mas pode encontrar as mesmas pessoas em outra ocasião menos onerosa (uma reunião entre amigos em um bar ou, se a grana estiver ainda mais curta, num passeio pela cidade) e que te permita desfrutar do convívio, conversar, dar risadas, se divertir, talvez até mais do que no tal evento.
De repente você pode descobrir que nem queria tanto ir lá. Pode ser que você perceba que estaria indo só pelo status, por poder contar que foi, que estava lá, que foi visto por sei lá quem, etc. Não que isso seja errado, mesmo porque muita gente dá muito valor a isto. Mas, a partir do momento que você deixa de se preocupar com status (alguém já definiu status como sendo gastar um dinheiro que você não tem para parecer uma pessoa que você não é para agradar pessoas de que você não gosta) e passa a se preocupar com sua satisfação pessoal, percebe que dinheiro nem sempre é fundamental para algumas realizações. Ou, pelo menos, que não precisa de tanto. Se você parar para pensar, a felicidade custa pouco. A gente é que complica e sai procurando no lugar errado. Neste ponto, aliás, parabéns à mídia, às campanhas publicitárias, que nos levam a crer que precisamos ter coisas que não queremos para sermos felizes.
Quer ser feliz? O meu caminho eu estou encontrando através de coisas simples, objetivas. Evitando dívidas, construindo minha independência financeira, planejando uma aposentadoria tranquila, escolhendo pessoas que gosto e que gostam de estar comigo, fazendo novos amigos, fazendo coisas que gosto, buscando satisfação no trabalho, enfim, tornando a vida plena, divertida. Quem sabe o seu também não passa por aí, ou por perto?
Por fim, seguem alguns artigos correlatos publicados aqui anteriormente: O prazer de guardar dinheiro, Felicidade e finanças e Você corre na esteira da felicidade.
Até a próxima.