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Descubra como fazer um planejamento financeiro em tempos de crise

Educando Seu Bolso
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Descubra como fazer um planejamento financeiro em tempos de crise
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Grande parte dos MEI e das microempresas brasileiras não fazem um planejamento financeiro adequado. Seja por falta de conhecimento, de tempo, ou até mesmo, infelizmente, por falta de uma cultura de planejamento. O empreendedor monta a empresa, muitas vezes até com sucesso, cuida do dia a dia, mas não se organiza adequadamente. Quando uma crise chega, coloca tudo isso em risco.

O que podemos dizer para os empreendedores que estão em situação de dificuldade diante da crise imposta pela pandemia do coronavírus? Por onde começar a se planejar neste cenário? Como reduzir custos e preservar receitas?

É sobre isso que conversamos nesta semana com o economista Goldwasser Neto. Ele tem grande experiência como executivo e é um empreendedor de sucesso. Nós falamos sobre como as microempresas podem se planejar durante a crise, para passar pela tempestade de forma menos traumática.

 

Nosso convidado

Goldwasser Neto é graduado em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Já no primeiro período de curso ingressou na Empresa Júnior da faculdade, e depois não parou mais. Passou pela Ernst & Young, Grupo Suzano, Brenco e diversas outras empresas. E em 2017 foi o co-fundador da startup Accountfy.

A plataforma oferecida pelo Accountfy processa as informações dos balancetes contábeis das empresas clientes, transformando dados brutos em informações financeiras completas, prontas para serem usadas no planejamento e em tomadas de decisão. A startup logo chamou a atenção do mercado. Em pouco tempo, Gold foi parar em capa de revista e o Accountfy foi para o Cubo Itaú. A partir daí, o céu é o limite.

Foi uma conversa muito rica, vale a pena ouvir.

 

Planejamento financeiro em tempos de crise

A primeira recomendação do Goldwasser Neto é que o empreendedor tenha transparência e sinceridade junto aos seus fornecedores. Pela sua experiência, ele conta que é até menos difícil renegociar contratos em situações de crise generalizada. Nesse cenário, todos estão preparados para dificuldades. Fornecedores já estão prontos para receber de seus clientes pedidos de renegociação. Proprietários de imóveis já esperam de seus inquilinos propostas de flexibilização de prazos para o pagamento do aluguel. E todos têm interesse em resolver os problemas. A melhor forma de fazer isso é um acordo, com sinceridade, transparência e coragem. Por isso, se você prevê dificuldades para honrar seus compromissos, procure seus fornecedores hoje mesmo. Se você tem recebido de seus clientes pedidos de renegociação, procure ser razoável, busque junto deles acordos que sejam razoáveis, dentro das condições e dificuldades de cada um.

 

Custos

O problema mais comum para as pequenas empresas na atual crise é que as receitas diminuem, mas muitos custos permanecem. É preciso, portanto, tentar reduzi-los. O primeiro passo é separar os custos de acordo com os tipos de fornecedores.

Veja, também, como fazer uma reserva de emergência!

Custos oficiais

Nestes custos podemos incluir os impostos e os serviços essenciais de concessionárias públicas, como água, e energia elétrica.

A maior parte dos governos e das concessionárias vêm oferecendo condições favoráveis para pagamento das obrigações. Geralmente, adiando as datas de vencimento dos compromissos.

É importante ficar atento a tudo o que tem sido anunciado como medidas de auxílio, nesse período de crise. O Educando Seu Bolso publicou um conteúdo bem completo sobre o assunto, e vem atualizando as informações frequentemente, trazendo as principais medidas por parte de governos e empresas.

Trabalhistas

Esta é, possivelmente, a parte mais delicada de todas. Todos sabemos que os custos trabalhistas – não apenas salários, mas todos os tributos envolvidos – são os mais altos para grande parte das empresas. Ao mesmo tempo, cortá-los significa aumentar as dificuldades das famílias.

Por isso, o Governo Federal lançou pelo menos duas medidas importantes para evitar que empresas demitam seus funcionários. A primeira é uma linha de crédito destinada exclusivamente ao pagamento de salários. A segunda é a possibilidade de redução da jornada de trabalho, com redução proporcional dos salários. As duas medidas estão bem explicadas no conteúdo que mencionamos acima.

Nas microempresas, que geralmente têm poucos funcionários, as relações entre patrões e empregados geralmente são muito próximas. Isso torna os cortes ainda mais dolorosos.

Se você precisa de ajuda para calcular os novos salários em uma eventual redução de jornada, fale conosco. Será um prazer ajudar. Desenvolvemos os cálculos que informam quanto a empresa pagaria após a redução, e quanto o funcionário receberia do Governo.

Além disso, Goldwasser fez uma recomendação importante sobre o assunto. Ele lembra que construir um time de colaboradores engajado é difícil. Desfazer-se de uma equipe para, depois de passada a crise, ter de recontratar, além de doloroso, é caro e pode custar competitividade à empresa. Por isso, todo esforço para manter o quadro de funcionários é válido.

Grandes fornecedores

As grandes empresas – como as de telefonia e internet, bancos e seguradoras – têm muito mais fôlego para suportar negociações. Algumas delas já se anteciparam e anunciaram condições melhores para que seus clientes – pessoas físicas e pequenos empreendedores – possam honrar seus compromissos. Procure no site dos seus grandes fornecedores de serviços, ou entre em contato com eles.

Pequenos fornecedores

Temos aqui algo semelhante ao que dissemos sobre os funcionários. Muitas vezes, as relações entre pequenos fornecedores e microempresas vão além da simples transação comercial. Tornam-se parcerias, dentro de uma economia competitiva. Além disso, fornecedores de menor porte não têm tanto fôlego para suportar inadimplência, ou mesmo renegociações.

Por isso, preservar pequenos fornecedores é bom para as empresas, para a economia e para a sociedade. É importante entrar em contato com eles para buscar um acordo razoável para as duas partes.

Planejamento financeiro dos custos

O próximo passo do planejamento financeiro é fazer uma lista com todas as dívidas e obrigações da empresa para os próximos meses. Para cada uma, é preciso anotar a data de vencimento, o valor, o nome e o tipo de fornecedor. Em seguida, o empreendedor deve cuidar de cada uma delas, de acordo com suas condições de pagamento e as possibilidades de renegociação e adiamento de cada obrigação.

 

Crédito

Muito tem sido noticiado sobre crédito para famílias e empresas em apuros. Na prática, no entanto, isso tem sido mais complicado do que parece. Muitos bancos têm se recusado a fornecer crédito para quem não oferece garantias. Ou, quando fornece, as taxas e modalidades não são as mesmas anunciadas pela imprensa. Por isso, muito cuidado! Ao procurar por crédito, fique atento às condições oferecidas.

O Educando Seu Bolso oferece uma ferramenta gratuita, que mostra quais são as melhores condições de crédito de acordo com a sua realidade. É o  Simulador de Empréstimo. Nele, basta você preencher algumas informações básicas, que te mostramos qual é a melhor opção dentre diferentes modalidades.

Crédito Pessoal
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
GERU
Crédito Pessoal4.20%
2
Provu
Crédito Pessoal4.80%
3
Bom Pra Crédito
Crédito Pessoal8.00%
Consignado
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Creditas
Consignado - Privado1.80%
2
bxblue
Consignado - Público2.05%
3
bxblue
Consignado - INSS2.14%
Negativados
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Moneyman
Crédito Pessoal8.75%
2
Simplic
Crédito Pessoal17.90%
Empréstimo
PosiçãoInstituiçãoModalidadeCET(ao Mês)Interessado?
1
Bom Pra Crédito
Empréstimo com Imóvel em garantia1.00%
2
Creditas
Empréstimo com Imóvel em garantia1.36%
3
Tutu Digital
Peer-To-Peer PJ2.83%
4
Nexoos
Peer-To-Peer PJ4.18%
5
IOUU.
Peer-To-Peer PJ4.40%

Nós falamos, em outro conteúdo, sobre uma alternativa ao crédito para aumentar o fluxo de caixa de uma empresa, que é a antecipação de recebíveis. Essa é uma operação que pode ser usada também em momentos de reestruturação financeira. Se você quiser saber mais sobre essa operação, vale a pena ouvir o podcast que publicamos.

 

Reestruturação das receitas

Depois de falar sobre custos, vamos agora à outra ponta do problema: as receitas. Para a maior parte dos setores da economia, as receitas diminuíram drasticamente. Pequenos empreendedores geralmente têm pouco fôlego para suportar muito tempo nessa situação. É hora de se reinventar.

O exemplo mais clássico de reinvenção em tempos de pandemia foi o dos restaurantes que, impedidos de abrir suas portas, passaram a atender por meio de entregas em domicílio. A reestruturação financeira nesses casos, é essencial, e alguns restaurantes que nunca haviam trabalhado desta forma, de repente viram nisso uma forma de manter pelo menos um mínimo de receitas, durante a crise.

Outro exemplo foi o dos táxis e motoristas de aplicativo que passaram a transportar objetos, compras, documentos. Muitas vezes, agregando algum serviço ao transporte – realizar uma compra no mercado para o cliente, por exemplo.

O empreendedor que tem dificuldade para saber como se reinventar deve se fazer algumas perguntas:

  • Meu produto pode ser entregue em domicílio?
  • Meu serviço pode ser feito à distância, pela internet?
  • Minha empresa pode ajudar no combate à pandemia, fornecendo produtos ou serviços que protejam a saúde das pessoas?
  • Tenho como fornecer meu produto ou serviço de forma absolutamente segura quanto à não contaminação de pessoas e ambientes?
  • Minha empresa pode prestar serviço a outras empresas que venham mantendo suas atividades – indústria ou agropecuária, por exemplo?

 

Procurando pelos pares

Uma forma de buscar outras oportunidades é procurar as pessoas que trabalham no mesmo setor econômico. Nessas horas, concorrentes podem virar parceiros, compartilhando ideias e recursos. Associações de classe e sindicatos também podem ser de grande valia.

Outra instituição que pode ajudar muito é o Sebrae, autodenominado “o parceiro da micro e pequena empresa”. Eles têm não apenas uma longa trajetória em produção de conteúdo e cursos relevantes, mas também de adaptação e reação a crises. Inclusive, temos aqui no blog, um conteúdo e podcast, em que conversamos com o Carlos Nascimento, palestrante do Sebrae, onde damos dicas importantes para empreendedores, principalmente em momentos de crise.

 

Prepare-se para o que vem depois

Goldwasser Neto destacou a importância de se pensar não apenas no enfrentamento da crise, mas de se preparar para o que virá depois que ela passar.

É claro que, durante a crise, as pessoas ficam temerosas em relação à própria sobrevivência e à continuidade do seu trabalho. Fica difícil pensar em futuro. Mas um dia a tempestade vai passar. É certo que a economia demorará um pouco a se recuperar, mas a grande maioria das empresas deverá resistir.  Por isso é tão importante o planejamento financeiro nesses momentos.

A mensagem do Gold é importante. Devemos estar focados no presente, pois o momento é muito sério. Mas é possível – e saudável – permitir-se pensar no futuro pós-pandemia. Seu setor voltará ao normal? Que tipo de mudanças ele deverá sentir, na economia e na sociedade que emergirão após a crise? Como sua empresa vai se colocar nesse novo cenário?

 

Tome cuidado com o excesso de informação

Outra mensagem importante que nosso Goldwasser nos trouxe é quanto à superexposição à informação. É claro que é importante saber o que está acontecendo, acompanhar as mudanças mais relevantes nos cenários, as medidas mais importantes anunciadas pelos governos. Mas não é saudável se afogar em notícias, mesmo que sejam verdadeiras – o que, infelizmente, nem sempre são. Principalmente as notícias relacionadas a contaminação pelo vírus, óbitos, disputas por poder. Tudo isso é muito tóxico.

Se você vem tendo tempo de acompanhar o noticiário, que tal trocá-lo por informação mais leve e útil? Existe uma infinidade de cursos, palestras, livros, webinars – seminários via internet – e muitos outros conteúdos que podem ajudar.

E mais uma vez lembramos da importância do Sebrae. Ele oferece centenas de conteúdos para os diversos setores da economia ocupados por microempreendedores.

Então não desperdice seu tempo. Existe muito conteúdo bom por aí.

 

A importância da contabilidade

Aproveitando a excelência do nosso convidado no tema, falamos sobre a importância da contabilidade e do planejamento financeiro para as empresas.

O público alvo do Accountfy não são os MEI e as microempresas, e sim empresas maiores. Mas mesmo as pequenas podem usar o sistema da startup, seja diretamente ou por meio de contadores que têm licenças do Accountfy. Por isso, o Gold tem muito a dizer aos micro e pequenos empreendedores.

Ele ressaltou a importância de se manter a contabilidade sempre em dia, refletindo fielmente a realidade da empresa. Isso vale também para os pequenos empreendimentos.

A informação contábil revela muito sobre a vida e o desempenho da empresa. Por exemplo, a evolução de seus custos de produção, suas despesas, receitas, dívidas e vários outros fatos. Dependendo do segmento e do porte da empresa, pode ir muito além, revelando a eficiência na produção, nas vendas, e seu potencial de crescimento.

Além disso, a contabilidade em dia facilita que as empresas obtenham crédito e participem de licitações, por exemplo. Esse é um dos motivos pelos quais o empreendedor deve ter um contador de sua confiança e procurar obter o máximo de informações práticas a partir de seus dados contábeis.

 

Planeje-se sempre

O planejamento financeiro é muito importante para o pequeno empreendedor. O ideal é que ele comece antes mesmo da criação da empresa. Sabemos, no entanto, que esta não é a realidade da maior parte das micro e pequenas empresas brasileiras.

Num cenário como o que estamos vivendo, mesmo o empreendedor que não se planejou adequadamente pode – e deve – começar a fazer isso desde já. No post e no podcast de hoje, fizemos várias recomendações importantes sobre planejamento. Desejamos que faça bom uso delas. E continuamos à disposição para ajudar.

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