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Como economizar no intercâmbio sem perder a experiência

Fazer um intercâmbio é o tipo de experiência que muda a vida, mas também o extrato bancário. Entre novas culturas, passeios e boletos internacionais, é fácil perder a noção de quanto vale o próprio dinheiro. E por mais que ninguém queira admitir, o aprendizado financeiro vem junto com o choque cultural.

Pra mim foi assim, a primeira viagem internacional, a sensação de “cidadão do mundo” e o impulso de pagar tudo no cartão brasileiro. O café no aeroporto parecia inofensivo, até a fatura chegar com IOF, variação cambial e conversões nada amigáveis. Foi ali que eu (e talvez você também) percebi que a euforia de gastar em dólar tem um preço alto em real.

Qual o valor de um intercâmbio? 

A resposta mais honesta é: depende. Depende do país e da cidade, da duração, do tipo de curso, da instituição de ensino e, principalmente, do seu estilo de vida. Mas uma coisa é certa, o valor vai muito além do preço das passagens e das mensalidades.
De forma prática, um intercâmbio de um mês em países como Canadá, Irlanda e Estados Unidos pode variar entre R$15 mil e R$50 mil. Já considerando passagens, hospedagem, alimentação, despesas básicas e um curso de inglês de curta duração, por exemplo.

Programas mais longos, de seis meses a um ano, pode ser de graduação, pós-graduação ou até uma parte do ensino médio, podem ultrapassar os R$100 mil. Isso claro, sem contar com nenhuma bolsa de estudos ou auxílio financeiro. Por isso, a melhor opção é pesquisar muito, comparar opções e definir bem o que é mais importante para você. 

Como fazer intercâmbio 100% gratuito?

A ideia de fazer intercâmbio sem gastar nada parece um sonho e, em parte, é. Na prática, “100% gratuito” é raro, mas existem formas legítimas de reduzir (ou eliminar) quase todos os custos, principalmente se você estiver disposto a dedicar tempo e trabalho em busca de oportunidades.

A opção mais comum são as bolsas de estudo. Diversos governos e instituições oferecem programas que cobrem desde o curso até a moradia e o seguro saúde. Cada um tem suas exigências. No Brasil, algumas universidades públicas também mantêm parcerias internacionais que permitem intercâmbio com custo quase zero, inclusive com auxílio financeiro mensal.

Mas é importante entender: mesmo nas opções “gratuitas”, há custos indiretos inevitáveis, como o passaporte, o visto e as passagens. A chave da redução dos custos do intercâmbio está no planejamento e na pesquisa.

Erros que você não pode cometer na hora de gastar com intercâmbio

1- Escolher a primeira opção

Parece óbvio, mas muita gente não compara as opções de agências, escolas e destinos antes de embarcar. Isso pode acabar gerando um custo alto em uma experiência que nem vai ser tão legal assim (e você só vai descobrir com o boleto pago).  

2 – Não fazer um orçamento 

Saber o custo médio de vida do destino é essencial. Além disso, é importante planejar o quanto você pode gastar em cada coisa no intercâmbio. Uma sugestão é separar os gastos em 4 categorias: 

  • pré-embarque: visto, passagens, passaporte, seguro viagem etc., 
  • gastos fixos: moradia, transporte, ensino e alimentação, 
  • experiências: passeios, viagens e lugares que você quer conhecer, 
  • emergências:  gastos com remédios e perrengues que você provavelmente vai enfrentar

O site Numbeo e grupos de brasileiros no exterior são ótimas fontes. Saber quanto custa o transporte, a alimentação e o lazer te ajuda a montar um orçamento realista  e evita sustos.

3- Achar que “quem converte não se diverte”

Essa é uma das frases mais repetidas entre intercambistas. Eu mesma comecei convertendo tudo e nada parecia valer a pena. Mas, do meio pro final da viagem, relaxei. Parei de converter e comecei a pensar em dólar.

O problema é que, na prática, eu ainda estava pagando em reais. E essa desconexão é o que faz muita gente perder o controle. Quando você começa a pensar “em outra moeda”, corre o risco de achar que está tudo mais barato do que realmente está. O segredo está no equilíbrio: converter o suficiente para ter noção do custo, mas sem transformar cada escolha em uma crise. Não é sobre se privar, e sim sobre fazer escolhas conscientes.

Dicas que ninguém te conta sobre economizar no intercâmbio

Economizar fora do país não é só sobre gastar menos, é sobre gastar melhor. E algumas estratégias simples podem fazer toda a diferença no orçamento e na experiência.

1. Troque o cartão internacional por uma conta global.

Antes de embarcar, pesquise opções como Inter Global Account, C6 Global, Wise ou Nomad. Essas contas permitem converter reais em moeda estrangeira com taxas menores e fazer compras direto em dólar ou euro. Assim, você evita o IOF super caro do cartão e as surpresas da fatura.

2. Faça supermercado de verdade, não estoque de snacks.

Comer fora é uma das maiores armadilhas financeiras. Apesar de conhecer novos restaurantes ser uma grande parte da viagem internacional, um jantar rápido pode custar o equivalente a uma semana de compras no mercado. 

Por isso aqui vão duas dicas: viva como um nativo e vá atrás de lugares bons e baratos que só quem é local conhece. Outra ideia é montar suas marmitas e levar lanches durante os dias de aula. Além de economizar, você vai aprender a lidar com o próprio dinheiro e a se virar na cozinha. 

4. Prefira experiências a lembranças materiais.

Comprar lembrancinhas e roupas novas parece irresistível, mas essas compras são as que mais pesam no fim da viagem. Experiências, por outro lado, têm valor emocional e, muitas vezes, custam menos. 

Um passeio a pé, um museu gratuito ou um piquenique no parque rendem memórias muito mais duradouras. O importante é não atrelar sua diversão a passeios caros “pega turista”. 

5. Seja o doido dos cupons 

Não deixe de usar seu desconto de estudante nas passagens de transporte, entrada de cinema e até nos restaurantes. Além disso, mergulhe nos inúmeros sites de cupons e aproveite. 

6. Use o “teste do futuro”.

Antes de comprar algo, pergunte: “Isso vai me fazer feliz hoje? E daqui a um ano?”.

Se a resposta for “sim” para os dois, vá em frente. Mas se o “não” aparecer na segunda pergunta, talvez seja hora de repensar. Essa é uma forma prática de diferenciar o que é essencial do que é passageiro.

Conclusão: o aprendizado que não cabe no câmbio

Ninguém volta de um intercâmbio igual, especialmente na forma de lidar com o dinheiro. Quando fiz intercâmbio descobri que gastar faz parte da experiência, mas gastar com propósito muda tudo. Parei de ver o dinheiro como um inimigo das experiências, e passei a usá-lo com consciência e mais inteligência.

No fim, percebi que o verdadeiro aprendizado do intercâmbio não veio das aulas de inglês, e sim dos boletos. O dinheiro que gastei me ensinou mais sobre prioridades, equilíbrio e escolha do que qualquer professor poderia ensinar. Porque o saldo da conta pode até ir embora, mas o que você viveu (e aprendeu) fica pra sempre.

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