
Pesquisa da Serasa Consumidor em parceria com o IBOPE Inteligência revela que jovens na faixa entre 16 e 24 anos lideram em inadimplência. Com 35% do total com contas em atraso. O que pode e deve ser aprendido desse dado alarmante?
Indicador de Educação Financeira
O Indicador de Educação Financeira (IndEF) de 2014 aponta que os mais jovens são aqueles que possuem o menor nível de educação financeira e não surpreendentemente o maior percentual de inadimplência e o menor percentual (32%) de indivíduos que se planejam para a aposentadoria.
O grupo dos mais novos é aquele que manifesta maior propensão a gastar por impulso (41%). O que mais admira (36%) quem possui bens como roupas caras e automóveis de luxo e o que mais compra (27%) produtos aprovados por amigos e parentes.
O que esse conjunto de informações nos permite concluir do comportamento dos jovens?
As faixas etárias inferiores demonstram menos afinidade com o planejamento, buscam mais identidade e pertencimento a um grupo e se mostram mais suscetíveis aos apelos da mídia. Por consequência, eles tendem a ostentar produtos que remetam a um padrão social mais elevado, o que frequentemente não é compatível com o orçamento real — e, como resultado, leva inevitavelmente à inadimplência.
Essa deficiência, por sua vez, advém de uma falta de aprendizado, desde cedo, sobre o valor do dinheiro. Afinal, educar uma criança é muito mais fácil do que reeducar um jovem consumista. Por isso, os hábitos devem ser construídos desde a infância, para ensinar aos pequenos que o dinheiro e as finanças precisam ser respeitados e bem administrados.
Além disso, as armadilhas do consumismo são inúmeras. Dessa forma, cabe aos pais estabelecer limites e ensinar que toda compra envolve abdicação — lembre-se do custo de oportunidade —, seja de uma parcela da mesada, seja de um presente no futuro.
O exemplo dos pais e familiares é fundamental para que a criança se torne um jovem educado financeiramente!
A criança que vê os pais pagarem frequentemente contas em atraso, com juros e multa. Acredita que isso é normal e não visualiza os danos que isso gera às finanças pessoais. Essa criança pode se tornar um adolescente que não percebe as consequências do desequilíbrio entre as receitas e despesas. Entre os desejos e as possibilidades, e pode incorrer em situações desagradáveis.
Conclusão:
Deve-se ensinar que o lado emocional não pode dominar o racional quando se trata de finanças. O dinheiro existe para que realizemos sonhos, no entanto, devemos gerenciá-lo! Ele precisa trabalhar a nosso favor e não contra!
* A propósito, se você se interessa por educação financeira para crianças. Que tal conhecer as duas experiências que tivemos batendo um papo com alunos dos colégios Neusa Rocha e Santo Agostinho? Lembrando que lugar de educação financeira também é na escola.