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Educação financeira infantil faz bem para a família inteira

Educação Financeira na escola

Recentemente, algumas escolas passaram a incluir a disciplina de Educação Financeira ou de Finanças Pessoais nos currículos. O brasileiro, de modo geral, ainda é deseducado financeiramente como já falamos em outros posts no Educando seu Bolso. Porém, felizmente, isso está mudando! Não é tão rápido como desejamos, mas, aos poucos, está! E, qualquer melhora já é motivo para comemorar! A atenção à educação financeira infantil é uma ótima notícia.

Apesar de nem todas as pessoas estarem engajadas na preparação das novas gerações com mais consciência e sustentabilidade financeira, a inclusão da educação financeira infantil, tanto diretamente como de forma transversal nos conteúdos de outras disciplinas na escola já é uma realidade. Uma sociedade mais desenvolvida passa, também, por estar financeiramente instruída. E isso pode ser observado nos países que tem os maiores índices de desenvolvimento humano. Orientar faz com que o comportamento com relação ao dinheiro mude, e não só para os “pequenos”, mas, também em toda a família!

Nada mais promissor que instruir as crianças, não é mesmo? O que as crianças e os jovens absorvem na escola é, naturalmente, espalhado em casa e passa a ser assimilado pelos pais, os irmãos e outros familiares. Isso vale, e muito, para a educação financeira infantil.

Além disso, é evidente que não tratar de dinheiro e orçamento com os filhos gera um adulto mais despreparado para tratar com as finanças. Desde investimentos até o orçamento familiar, passando pelo cartão de crédito e chegando ao endividamento. E, este último, no Brasil, ainda é muito elevado, infelizmente.

A pesquisa

Muitas deduções podiam ser feitas com base em imaginar o efeito positivo da educação financeira infantil, e, muitas delas foram confirmadas na prática em uma pesquisa realizada com 750 pais, em conjunto, pela Associação Brasileira de Educadores Financeiro (Abefin), pelo Instituto Axxus e pelo Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia (NEIT) do Instituto de Economia da Unicamp em Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória. Dos pais que foram entrevistados, metade deles tinham filhos que recebiam algum conteúdo de Educação Financeira e metade não recebiam.

A pesquisa trouxe vários números importantes. Alguns dos mais relevantes e interessantes são os seguintes:

  • 70% das crianças que têm acesso à Educação Financeira nas escolas começaram a ajudar os pais nas compras;
  • 98% das crianças que têm acesso à Educação Financeira nas escolas passaram a tratar do assunto em casa quando das refeições;
  • NENHUMA das crianças que não tem acesso à Educação Financeira nas escolas participa de qualquer assunto relacionado às finanças familiares;
  • Quase metade das crianças que não têm acesso à Educação Financeira nas escolas pede tudo para os pais quando os acompanham às compras, nas lojas ou supermercados, por exemplo.

Educação financeira infantil: só vantagens!

Na pesquisa, há alguns relatos importantes como o do presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) em que ele disse: “A forma de lidar com o dinheiro muda se a educação financeira é aprendida na infância e juventude, pois leva a comportamentos mais sustentáveis ao longo da vida. A transformação de uma sociedade parte das escolas. Para que as novas gerações tenham hábitos e comportamentos sustentáveis em relação ao uso do dinheiro, o tema precisa ser abordado desde cedo, na fase de aprendizado. A abordagem deve ser lúdica e de acordo com a idade dos alunos.”

É visível nestes números que faz bem, e muito, proporcionar aos “pequenos” a educação financeira infantil. Sem dúvidas, é muito mais fácil ensinar potenciação ou logaritmos mostrando a importância dos Juros Compostos, por exemplo. A maravilha que é ganhar juros e a tristeza que é pagá-los.

Educação financeira infantil

E, tudo isso faz com os filhos entendam o limite financeiro da família e, assim, participem das decisões de uma forma muito mais consciente e assertiva. Um grande erro dos pais é achar que os filhos são muito novos para entenderem algumas coisas. Importante é respeitar as potencialidades e expectativas de cada idade. É fazer com que a educação financeira infantil dialogue com os conteúdos das disciplinas da escola.

Quando envolver os filhos nas finanças da casa?

O dinheiro faz parte da vida de todos. Isso é um fato no mundo capitalista em que vivemos. O envolvimento dos filhos deve ser aos poucos, como falamos, de acordo com a idade. Ensinar Juros Compostos ou a importância do orçamento familiar para crianças muito pequenas não será possível. Contudo, ensinar, para, por exemplo, crianças de 4 anos que é preciso fazer escolhas na vida já é totalmente, possível. Por outro lado, adolescentes que estão quase indo para a fase adulta podem compreender muito mais facilmente questões como economia, investimentos e endividamento.

O importante é perceber que que os filhos possuem necessidades diferentes e possibilidades distintas de aprendizagem de acordo com a fase da vida. O ponto principal é entender quais são as capacidades do filho ou da filha no seu estágio de vida atual. Assim, deve-se adaptar os ensinamentos sobre dinheiro em busca de melhores resultados.

Nos livros e no Enade

Como foi abordado pelo economista e filósofo mineiro Eduardo Giannetti no livro “O Valor do Amanhã”, as coisas (recursos) são finitas e os desejos (necessidades) são infinitos! É entender que nunca será possível comprar tudo que está à venda! E, esse é um dos princípios e objetos de estudo da Economia. Não é uma questão de pobreza ou riqueza, afinal as coisas são escassas para todos. Assim, é uma questão de escassez! Ou seja, de escolhas. Só é possível obter alguma coisa se abrir mão de outra.

Escolhas têm de ser e são feitas todos os dias, tais como: viver o dia e simplesmente não se preocupar com o amanhã ou viver cada dia pensando no amanhã? Abrir mão de algo no presente pensando no futuro ou usar todo o disponível no presente da melhor forma possível? Viver agora e pagar depois ou pagar agora e viver depois? Mas que peso atribuir ao futuro, em contraposição ao momento? Seria mais interessante colocar “mais vida em nossos anos” ou “mais anos em nossas vidas”? É vital que essa visão seja entendida para que os adultos que elas se tornarão sejam melhores.

Importante ressaltar, também, que as crianças podem ajudar muito nas economias diárias. Um exemplo interessante é que elas entendam a importância de economizar energia elétrica. Prova disso é que o Educando seu Bolso foi citado nas provas do Enade de 2017. Trouxemos o consumo de alguns aparelhos domésticos e esse tema foi abordado no exame. Um dos maiores desafios dos tempos atuais é fazer a sociedade repensar hábitos de consumo, substituindo-os por novos, mais sustentáveis.

Exemplo Sul-Coreano

Toda transformação começa pela educação e pelas escolas. Isso vale tanto para as finanças pessoais quanto para educação em geral, com o intuito de progredir uma nação. Um exemplo é o desenvolvimento econômico sul-coreano que é alicerçado em uma política de Estado em que a educação é o pilar mais importante. Incluída nessa política está a educação financeira infantil.

O desenvolvimento da educação na Coreia do Sul foi o grande vetor do rápido crescimento econômico do país. Até a década de 1960, os índices de crescimento e desenvolvimento econômico eram próximos aos dos países mais pobres da Ásia. Naquela década, o PIB per capita era de US$ 883,00. O número sul-coreano era menor que países como Senegal e Moçambique, por exemplo. Atualmente, é de US$ 27.195,00! Além disso, andando pelas ruas, vemos que a Coreia do Sul é exportadora de tecnologia de ponta em diversos setores como de automóveis, na construção naval, de semicondutores e de eletrônica (em particular smartphones).

O investimento em educação é que proporcionou essa melhora gigantesca. Números do Banco Mundial mostram que o investimento gira em torno de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) que é US$ 1.411 trilhões, totalizando assim, aproximadamente US$ 70,5 bilhões. Isso mesmo, mais de 70 bilhões de dólares! E, ninguém tem qualquer dúvida que é uma política que tem dado resultados brilhantes, não é mesmo?

Educação financeira infantil nas escolas brasileiras

Recentemente, o Governo Federal publicou a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. É o documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que os alunos dos ensinos fundamental e médio devem desenvolver. É um documento extenso, com mais de 500 páginas, que determina o conteúdo de cada disciplina, em cada uma das séries escolares. A partir do BNCC as escolas elaboram seus currículos, sempre devendo respeitar o que determina o normativo.

À época de sua elaboração foi divulgado que a Educação Financeira entraria na Base Nacional Comum Curricular. De fato, ela é mencionada como parte do conteúdo transversal de matemática em algumas séries dos ensinos fundamental e médio. As escolas, porém, poderiam e deveriam aproveitar esse primeiro passo e incluir efetivamente o conteúdo em seus currículos. Tanto as escolas públicas como as particulares.

Isso pode ser feito de diversas maneiras. Sob a forma de projetos interdisciplinares, ou por meio de conteúdo específico ministrado em sala de aula, ou através de Educação à Distância – EaD, por exemplo. Nós, do Educando Seu Bolso, estamos atentos a essa mudança. Afinal, a educação está em nosso nome e a educação financeira infantil sempre foi um dos nossos temas mais preciosos.

Faça uma mudança na sua casa

Retornando às finanças pessoais e familiares e depois de algumas reflexões, chegamos a um ponto muito relevante é: não adianta ensinar algo e fazer o contrário! É a prova viva do famoso ditado: faça o que digo, mas, não faça o que eu faço! Instruir pelo exemplo é uma das melhores formas! Imagine a seguinte situação: um pai e uma mãe que trazem ótimos ensinamentos para os filhos, de acordo com a idade. Porém, na hora do “vamos ver”, são os grandes sabotadores do orçamento e das finanças da casa.

Acerca disso, tem-se outra afirmação importante do presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) foi que “crianças são muito observadoras e, desde cedo, começam a perceber que o dinheiro tem força. Ao mesmo tempo, estão expostos às mensagens publicitárias, que estimulam o desejo de ter. Portanto, é preciso ensiná-las o quanto é importante ter objetivos, fazer escolhas e que nada é mágico, porém, tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria.”

Você que é pai ou mãe, coloque esse assunto para dentro de casa! Educação financeira infantil não deve acontecer somente nas escolas. Mantenha uma comunicação aberta e garanta que haja espaço para o diálogo. Fale sempre sobre o assunto, tire dúvidas e faça novos planos em família. É um aprendizado contínuo para todos! Só assim, teremos adultos conscientes e responsáveis financeiramente. Adultos que consigam planejar e que podem encontrar soluções alternativas para o uso das finanças de forma mais otimizada. Construir-se-ão, assim, casas em que o DINHEIRO não será tratado como um tabu!

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