I’m starting with the man in the mirror
I’m asking him to change his ways
(Michael Jackson, “Man in the mirror”)
Em um dos meus primeiros textos aqui no blog, falei um pouco sobre a forma como registro e controlo minhas despesas. Nessa virada de ano, época em que muita gente se propõe mudar ou melhorar os próprios hábitos, achei que seria um bom assunto para uma série de posts.
Nesta e nas próximas semanas vou falar sobre o orçamento familiar, ferramenta básica, fundamental para a boa gestão de finanças pessoais. Pretendo falar sobre a importância do orçamento, suas etapas, formas como pode ser feito, vou apresentar um exercício prático e me colocar à disposição para auxiliar o leitor a criar seu próprio orçamento.
Para que serve o orçamento?
Simples: para que a pessoa conheça sua realidade. Quanto dinheiro recebe, quanto e como gasta esse dinheiro, onde pode reduzir gastos e quanto consegue poupar.
Assim ela pode enxergar melhor o entra e sai de dinheiro e, assim, definir objetivos de curto, médio e longo prazos – afinal, é para isso que o dinheiro serve. Em outras palavras, pode evitar preocupações cotidianas com falta de dinheiro, programar a aquisição de bens e serviços e até planejar uma aposentadoria mais confortável.
O orçamento é a base da Santíssima Trindade da Educação Financeira. Ele permite, primeiro, o autoconhecimento. Quanto eu ganho? Quanto e como eu gasto, ou seja, o que tem sido importante para mim?
Em seguida, ele permite o planejamento. Nas condições atuais, o que eu posso esperar da minha vida financeira? O que eu posso querer no futuro? Se eu quiser mais do que posso hoje, quanto e como eu posso melhorar minhas finanças pessoais? Para isso, quanta disciplina eu vou precisar ter?
Outro ponto importante é a capacidade de lidar com imprevistos. Na verdade, costumamos chamá-los de imprevistos porque não sabemos como e quando eles ocorrerão, e quanto custarão. Mas que, cedo ou tarde, vai acontecer algo fora dos planos, que custará dinheiro, isto é praticamente certo. Previsível. Um orçamento realista nos ajuda a lidar com as surpresas.
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O quanto se ganha normalmente não é muito misterioso para a maior parte das pessoas. Geralmente sabemos com certa exatidão quanto recebemos de salário ou comissões, quanto faturamos por serviços. Tudo isso, claro, sujeito aos imprevistos – olha eles aí de novo. Crises e mudanças no mercado podem afetar nossa vida.
Mas o mais difícil, geralmente, é saber quanto e como se gasta, porque fazemos isso várias vezes por dia e por mês, às vezes sem percebermos.
Como eu disse no passado, não há segredo: é preciso anotar todos os gastos. Aqueles feitos com dinheiro, cheque, cartão, débito automático, desconto em folha, tudo. Para quem não tem esse hábito, pode parecer algo impossível, por ser muito chato de se fazer e muito fácil de esquecer. No início pode até ser chato, mas logo a gente se acostuma. Além disso, os resultados positivos podem vir tão rápido que a coisa pode até virar um prazer.
Esse vai ser o tema do post da semana que vem: como ter ao alcance dos olhos o quanto eu ganho e, principalmente, quanto e como eu gasto?
Topa fazer seu orçamento familiar? Então não perca os próximos posts. Vai valer a pena!