Esta semana ministramos uma palestra, a convite do Sebrae-MG, na Semana do Micro Empreendedor Individual (MEI). O MEI é aquele indivíduo que possui um pequeno negócio, mas bem pequenininho mesmo: é preciso faturar até R$ 60 mil anuais (ou R$ 5 mil mensais) para se enquadrar nessa categoria.
Nossa apresentação abordou a necessidade de controle das finanças do negócio, tão importante quanto a necessidade de termos nas mãos as rédeas das nossas finanças pessoais. O orçamento pessoal é para as finanças pessoais o que o fluxo de caixa é para os MEIs. É o primeiro passo para entender as finanças do negócio, extremamente necessário para que se saiba de onde vem e pra onde vai o dinheiro da empresa. Isso ajuda, também, a separar as finanças pessoais das finanças do negócio. Uma solução simples que ajuda nisso é ter duas contas correntes: uma para a pessoa física e a outra para a jurídica. Precisa pagar a luz da sua casa? Pague na conta pessoa física. Tá na hora de pagar o fornecedor de salsicha do seu carrinho de cachorro-quente? Use a conta jurídica. Essa separação é extremamente importante para evitar confusões e tornar mais clara a movimentação do dinheiro nas (e entre as) duas “pessoas”.
https://www.youtube.com/watch?v=S6wrAKdOU8U
Deseja saber mais sobre separar as contas pessoais das contas do seu empreendimento? Então conheça o Dono do Negócio, uma iniciativa SumUp.
Os critérios que os bancos adotam na hora de emprestar dinheiro foram também abordados na palestra. Para este público, três dos cinco “C” do crédito são de extrema importância: a capacidade, o caráter e a garantia (collateral, em inglês).
O primeiro ponto importante na análise de crédito é: a prestação não vai comprometer seriamente sua renda? Você dá conta de pagar sua dívida? Refazendo a pergunta para aqueles que antecipam recebíveis: a antecipação do recebimento de suas vendas não vai comprometer o seu fluxo de caixa no futuro, com a redução nos recebimentos? Se você estiver vendendo o almoço pra comprar a janta, cuidado!
Outro ponto: você paga suas contas pontualmente? É honesto nos seus negócios? Atrasa um ou dois dias o pagamento da fatura do cartão de crédito porque está esperando um recebimento na empresa? Tem restrições cadastrais? Tudo isso se reflete no caráter, resumido numa pergunta só: existe a intenção de pagar a dívida? Outras coisas também contam neste quesito, como o tempo de existência da empresa, já que a taxa de mortalidade (e também a de “ressureição” de empresas, com outros nomes) no Brasil é bem alta; então, microempresa que dura mais de dois anos não deixa de ser um bom sinal de honestidade (e de resistência!).
Por fim, a disposição do banco pra te emprestar depende do risco que ele corre. Logo, se você oferecer garantias, reduz o risco e consequentemente aumenta a chance de ele te emprestar alguma grana. Além dos recebíveis de cartão de crédito – garantias mais comuns oferecidas pelos MEIs –, imóveis e veículos podem ser usados como garantias, mas com bastante cuidado: por um lado, essa garantia pode reduzir os juros cobrados, mas por outro, você comprometerá um bem que já faz parte do seu patrimônio em um novo empréstimo. Se a sua capacidade de pagamento desse empréstimo for duvidosa, pense e repense várias vezes essa alternativa, pois o benefício do custo financeiro reduzido pode acabar num piscar de olhos se você não pagar e perder seu patrimônio.
Por fim, falamos um pouco sobre formalização, tempo de existência da empresa e como isso contribui para o quesito “caráter”. Tempo de relacionamento com o banco também é importante para que ele desenvolva a confiança em você. Um bom e duradouro relacionamento com o seu banco não quer dizer que você tenha que ficar preso a ele (já falamos aqui que o seu gerente não é seu amigo), não impede que você procure alternativas melhores para você no banco vizinho.
Você cuida do dinheiro do seu negócio tão bem como cuida dos seus clientes e dos seus produtos e serviços? Pense nisso.
CONFIRA ALGUMAS IMAGENS DA PALESTRA NO SEBRAE-MG:
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