ATENÇÃO: Nossa avaliação deste produto é totalmente isenta e independente. Não temos qualquer acordo comercial com a empresa ou com o produto. Não recebemos ou receberemos qualquer comissão relacionada ao produto ou ao serviço testado. Com esta seção, nossa intenção é apenas ressaltar produtos e serviços que julgamos que valham ser experimentados no meio desse emaranhado de opções que estão por aí ou alertar em caso de propostas que sejam armadilhas em potencial para o consumidor. Nada mais.
Meses atrás publicamos no blog um post sobre economia compartilhada. E o post recentemente fez sucesso. Particularmente pelo interesse despertado nos leitores por uma série de matérias do Jornal Nacional sobre a economia compartilhada[1].
E meu amigo Frederico Torres disse mais naquela oportunidade: “Gostei muito do post, só faltou mesmo o teste de um serviço de economia compartilhada”. Não falta mais. O post de hoje é dedicado a comentar o uso do Uber, na perspectiva do consumidor. Não que o blog não se interesse por todos os demais agentes envolvidos com o serviço, o Estado, os motoristas e os taxistas[2]. Mas a atenção do blog é com você, consumidor do serviço.
Já fiz seis corridas com o Uber. Todas funcionaram perfeitamente. O tempo de espera do veículo, em diferentes regiões da cidade de Belo Horizonte[3] e horários, foi praticamente de 5 minutos. Os carros chegaram pontualmente. Com o aplicativo, você já estima o valor da corrida. Ele faz um cálculo levando em consideração o tempo de percurso e a distância. O valor estimado bate no final[4]. O aplicativo também avalia o tempo necessário de corrida, estimando o tráfego. Ele também é certeiro nisso. E você ainda pode compartilhar com os amigos sua corrida e o tempo de chegada ao destino.
As tarifas, em geral, são competitivas. O interessante é que, dependendo do tráfego e da disponibilidade de carros, o aplicativo pode adotar – circunstancialmente – uma tarifa que eles chamam de dinâmica. Esta tarifa pode chegar a ser até duas vezes maiordo que a tarifa normal. Aqui fica caro! Já peguei uma dessas na hora do rush, numa sexta-feira. No entanto, se você não estiver com pressa, você pode pedir ao aplicativo para lhe avisar quando a tarifa abaixar. Fiz isto numa outra corrida. Fui avisado no celular. Funcionou perfeitamente. Paguei tarifa normal.
Só para comentar de valores: do bairro Anchieta para a região de Lourdes, por exemplo, em duas corridas paguei R$ 18. É um valor competitivo, inclusive para os serviços de táxi. Já na tarifa dinâmica morri em R$ 37. Aqui realmente ficou caro! Mas e no dia de chuva, sexta-feira, no horário de rush, tem gente que pagaria isto fácil por um táxi… Se você encontrar, né?
Os carros aqui de BH são do serviço UberBlack. Segundo informações que apurei, quase todos pretos, de luxo, posteriores a 2011. Já passam de 300 carros. Isto em nove meses de funcionamento. Eles ainda têm alguns mimos para os passageiros. Água, balinhas, perguntam se o ar está adequado e se a estação de rádio também. É um roteiro. Você se assusta um pouco no início. Mas depois se acostuma. E gosta!
No final da corrida, o pagamento é feito diretamente no cartão de crédito cadastrado no aplicativo do celular. Não tem papel, não tem dinheiro. Você pode ainda compartilhar o pagamento com outras pessoas. Fácil, fácil! Pelo próprio aplicativo. Você pode dividir o pagamento com seu colega ao lado, que fez a corrida com você. Ou pode pedir: pai, meu cartão tá estourando, paga esse Uber para mim? E o pagamento vai direto para o cartão dele, se também registrado no aplicativo.
Você ainda recebe no seu e-mail a fatura da sua viagem, com o valor discriminado entre tarifa base, distância e tempo. Além do próprio trajeto percorrido. E você também avalia o serviço, dando uma nota para o motorista. Aqui todo o estímulo para ele te tratar bem. Se isto não acontecer, ele pode ser descredenciado. Olha que bom! Ele te dá uma nota também, como consumidor. O sistema incentiva o bom comportamento.
Por fim, investiguei que os motoristas passam por uma criteriosa verificação para o credenciamento. Antecedentes criminais são checados. A carteira de motorista traz uma referência que eles podem fazer transporte remunerado. Eles passam por um curso também na própria Uber. E o serviço recolhe imposto como transporte executivo. Ah, e eles são obrigados a contratar um seguro de R$ 50.000, com cobertura específica para os passageiros.
Em resumo: o aplicativo é inovador. Funciona, é simples, fácil de operar. O serviço do ponto de vista do consumidor é eficiente. Em um universo de serviços que só nos dá dor de cabeça, aquilo que funciona mesmo chama muito a atenção. Obviamente, os caras não são santinhos, ganham dinheiro com isso, mas, do ponto de vista do consumidor, o que importa é se o serviço é eficiente e é competitivo. O Uber é! Ou seja: é melhor fortalecer os táxis que proibir o Uber[5].
AVALIAÇÃO FINAL UBER: APROVADO!
[1] Veja aqui os links: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/07/ideias-que-surgiram-durante-crise-geram-empresas-que-valem-bilhoes.html; e http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/07/jn-mostra-riscos-e-polemicas-que-envolvem-economia-compartilhada.html
[4] Na discussão com os taxistas, o blog recomenda a seguinte leitura: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/225916-e-melhor-fortalecer-os-taxis-que-proibir-o-uber.shtml
“Você ainda recebe no seu e-mail a fatura da sua viagem, com o valor discriminado entre tarifa base, distância e tempo”. Tal fatura é um documento fiscal com valores de ISS devido ou qualquer outro tributo?
Caro Celso,
Obrigado pela mensagem. Perdão pela demora em respondê-lo. Final de ano. Não, o documento que recebemos não é uma fatura fiscal, nem traz discriminados ISS ou outros impostos. O Uber – ainda sem regulação definida – recolhe impostos como transporte individual de passageiros, como os serviços de van. Mas a fatura não é documento fiscal, repita-se. O importante agora é acompanhar a regulação do serviço: entender as peculiaridades e estabelecer regras adequadas.
Abraço.
Leandro Novais