As mulheres da nossa sociedade atual vivem uma realidade bem diferente em comparação às gerações passadas, no que se refere às finanças. Se houve um tempo em que apenas os homens eram responsáveis pelo dinheiro que entrava em casa, as mulheres de hoje são responsáveis pelas próprias finanças pessoais e de suas famílias.
Recentemente em minha nova residência, experimento esta realidade de forma mais palpável e o desafio é controlar a razão e a emoção no momento das compras. A vontade de ter a minha casa com “cara de lar” é maior do que a vontade de esperar e comprar as coisas à vista ou comprar uma coisa por mês…
Fato é que para a mulher lidar com o dinheiro é algo diferente do homem. Não é regra, mas vejo isso na maioria das mulheres com as quais convivo. Deveria existir um tópico bem grande chamado: Mulher e a Educação Financeira. Mas, por quê?
Corta para um fato da vida real de três amigas em um almoço debatendo sobre a crise econômica que o país atravessa:
Nesta semana, fui almoçar com duas amigas muito queridas que já há algum tempo abriram mão de usar carro em seu dia-a-dia para trabalhar. Temos o mesmo perfil ao consumir e sempre presenteamos a nós mesmas com algum mimo, gostamos de comprar.
A primeira amiga, ao nos encontrar, estava chateada, pois, em função da crise econômica do país, teve sua carga horária e salário reduzido em 25%. O que a deixou um pouco mais tranquila foi o fato de ter vendido o seu carro no início do ano e aplicado o dinheiro. Ela possui uma reserva pessoal somada à reserva do valor do carro para alguma eventualidade.
Já a segunda amiga trabalha com estética e contou-nos o quanto o movimento do seu estabelecimento diminuiu. As pessoas estão cortando o que consideram supérfluo, o que está ultrapassando a necessidade, ou seja, aquilo que está além do que precisamos para viver. E, muitas pessoas consideram os serviços de beleza algo que pode ser cortado. Ela não possui o próprio carro, utiliza o da família somente aos finais de semana.
Contei-lhes do que estou vivendo ao montar minha casa, os gastos são altos e a vontade de ver tudo pronto logo atrapalha, é difícil controlar a ansiedade de querer ver tudo pronto e não extrapolar o orçamento. Contei que fiz uma lista de prioridades. Para cada cômodo da casa, listei o que é necessidade e classifiquei em 1,2 e 3. A de número 1 é mais urgente, a de número 3 pode esperar um pouco mais.
Foi muito interessante o movimento e a linha de raciocínio que construímos ali. Senti que ajudamos muito umas às outras e ao ver o problema que a outra atravessa, às vezes o nosso se torna pequeno.
Todas concordamos que ser mulher é diferente – lidar com economia, poupar, mexe também com sonhos, desejos, autoestima… Não compramos apenas pela necessidade ou prioridade. Compramos com sentimento, pela oportunidade e como já falamos em nosso blog (aqui), às vezes é até melhor sair sem o cartão de crédito.
Ao final do almoço, as três tínhamos algo claro em mente: não podemos manter o mesmo padrão de vida que tínhamos anteriormente neste momento que o nosso país atravessa. É importante e necessário enxugar os gastos, sem deixar de ser feminina, sem deixar de cuidar de nós mesmas. Foi muito positivo compartilhar dos mesmos pensamentos e caminhar um pouquinho no que se refere à forma de lidar com o dinheiro, todos estão buscando formas de viver a “crise” de uma forma mais branda e menos “dolorida”.
E para começar bem o final de semana hoje, na Rede Globo, o Programa noturno “Globo Repórter” será sobre este tema. Como as famílias estão lidando com o financeiro para atravessar a crise econômica do país. Fica a sugestão de mais uma fonte de informação para refletir sobre o tema.
Escute nosso podcast sobre educação financeira das mulheres: