Em post anterior, sugeri medidas para evitar gastos desnecessários em um ambiente de elevação de preços. A publicação orientava a um consumo consciente, mas o que fazer para que os recursos poupados e o patrimônio não se desmanchem devido à inflação?
A inflação é caracterizada por uma alta generalizada de preços e as pessoas são afetadas diferentemente, de acordo com a cesta e os padrões de consumo que têm . Por isso existem diferentes índices de preços definidos por instituições.
O índice que corrige imóveis na planta (INCC – Índice Nacional da Construção Civil) é diferente do usado nos aluguéis (IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado). Ambos também se distanciam do índice oficial da inflação, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE.
Cada índice reflete uma cesta distinta de bens e serviços. Da mesma forma, nosso perfil de consumo muda ao longo da vida. Durante a fase ativa, a maior parte da renda costuma vir do trabalho. Já na aposentadoria, a expectativa é que os rendimentos venham principalmente do patrimônio acumulado.
Os hábitos de consumo também variam com o tempo: nas fases iniciais, há mais gastos com alimentação e educação; nas fases posteriores, a prioridade passa a ser saúde e lazer.
Para manter o consumo no futuro usando a renda do patrimônio, é essencial que o dinheiro guardado não seja corroído pela inflação. Por isso, a recomendação é investir em aplicações que superem a inflação, garantindo o chamado ganho real — rendimento acima da alta de preços.
Como investir e me defender da inflação?
Uma forma de investimento simples e sem risco é a aquisição de títulos públicos que tenham seu rendimento atrelado à inflação, como o caso do “Tesouro IPCA+ 2019”, que rende uma taxa de juros equivalente ao IPCA mais um percentual pré-definido até o vencimento do título em 2019.
Se você pretende se aposentar mais tarde ou não precisou usar todo o dinheiro em 2019, existem opções com prazos maiores, como 2024 e 2035.
Também é possível investir em bens que costumam se valorizar em períodos de alta da inflação. Um exemplo são os imóveis, que mantêm boa avaliação por serem duradouros e mais sólidos. Outra alternativa são os fundos imobiliários, que pagam rendimentos corrigidos pela inflação a partir dos aluguéis.
Seja qual for a escolha, lembre-se: a inflação reduz o poder de compra do seu dinheiro. Por isso, buscar proteção é essencial.
Assim como na fábula da formiga e da cigarra, é preciso guardar bem o que foi poupado no verão para não passar necessidade no inverno.