A gente vive falando aqui sobre como ganhar dinheiro, cuidar dele, não desperdiçar etc. Mas, a esta altura, acho que você já percebeu que sabemos muito bem que o dinheiro não é tudo. Pois, então, o post de hoje vai nesta linha.
Ter recursos extras para viagens ao exterior e mesmo para despesas supérfluas pode ser bom – para dizer o mínimo –, mas não quando o custo disto inclui efeitos colaterais como insônia ou mesmo o divórcio. Então, se você está se decidindo sobre uma oferta de emprego que vem com um aumento de salário atraente, certifique-se antes de que, junto com o novo salário, seu novo emprego não trará algum dos seguintes problemas:
1. O trajeto de casa pro novo trabalho é péssimo. Não chegamos a ser como os americanos, que gastam mais tempo de deslocamento (100+ horas por ano) do que de férias (80 horas), mas quem não sente o efeito do trânsito dos dias de hoje em sua saúde?! Segundo pesquisa feita na Suécia, longos trajetos causam uma grande variedade de efeitos colaterais horríveis, incluindo dor de garganta, obesidade, solidão, divórcio, estresse e insônia. Portanto, se o engarrafamento que você terá que enfrentar até chegar ao seu novo emprego é de enlouquecer qualquer um, cuidado! Pode ser melhor ficar com o trabalho que você já tem. Claro, o dinheiro extra seria bom. Mas, se os pesquisadores suecos estão corretos, você pode muito bem acabar por gastar uma boa parte do que aumento de salário em fisioterapia, médicos do sono, e um advogado de divórcio.
2. A cultura do novo escritório é tóxica. Se você alguma vez disse “Meu trabalho está me matando!”, você pode estar certo. A mesma pesquisa mostra que as pessoas em ambientes hostis de trabalho são mais propensas a morrer mais cedo do que aqueles que trabalham em ambientes mais favoráveis. Mesmo sem ser extremo, ambientes de trabalho tóxicos também são conhecidos por provocar dores, estresse e sinais de depressão. Então, antes de aceitar uma nova oferta de emprego com um salário deslumbrante, faça sua lição de casa e verifique a qualidade do ambiente de trabalho no seu novo emprego.
3. A distribuição entre trabalho e vida pessoal ficaria desequilibrada. Quem aqui não sabe que o trabalho acaba achando uma maneira de se colocar no caminho do que é mais importante: o tempo da família? Pois é, este é mais um risco. Vejam alguns números sobre a epidemia do trabalho, segundo o Work Institute’s National Study of the Changing Workforce: 55% de todos os funcionários dizem que não têm tempo suficiente para si, 67% dos pais empregados dizem que não têm tempo suficiente com seus filhos, e 63% dos funcionários casados dizem que não tem tempo suficiente com o cônjuge. Se um maior salário significaria prejuízo significativo ao seu tempo pessoal ou aquele gasto com seus entes queridos, pode ser melhor ficar com um trabalho que pague menos, mas que ofereça mais flexibilidade.
4. Você não acredita no trabalho. Este é o meu favorito. Acredito mesmo que nem mesmo todo o dinheiro do mundo pode fazer você sentir orgulho do trabalho que você está fazendo, a menos que você realmente acredite nele. E se estão te oferecendo um maior salário em uma empresa cujos ideais estão em conflito com suas crenças, sejam elas religiosas, sociais ou de outra forma, é melhor gastar um tempo para descobrir como conciliar isso. Em última instância, isto pode significar declinar o trabalho, afinal você nunca vai alcançar seu potencial se está fazendo algo em que não acredita.
5. Você não combina com o seu futuro novo chefe. Convenhamos, já não é simples trabalhar para alguém que se admira. Imagine então para um chefe que não se respeita? Seu chefe deveria ser um líder, inspirador, alguém que te levanta, mas em vez disto parece determinado em trazer você para baixo, talvez seja hora de escapulir. Estudos mostram que os chefes que não apoiam o funcionário podem afetar a forma como todos os entes de sua família se relacionam, além da sua saúde física e sua moral, enquanto no escritório. Há evidências ainda de que maus chefes aumentam o risco de doença cardíaca. Imaginem? Nenhum trabalho vale a pena problemas como esses – não importa quantos zeros estão incluídos no salário. Me lembrei do que diz o meu sogro: “Cuide bem do seu chefe. O próximo pode ser pior!”
6. A empresa está na berlinda. Ninguém precisa afundar junto com um navio que já está todo baleado. Sei que pode ser tentadora a promessa de se transformar no salvador da pátria, mas se a nova, e financeiramente boa, proposta vier de uma empresa que está “no corner”, pense bem, pode ser mais sábio recusar o aumento para não correr o risco de uma demissão no futuro.
Parabéns pelo site gostei muito. Beijos
Que ótimo Joana.
Ficamos felizes!
=)