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Atacarejo e compras coletivas: a inovação nos dois lados do balcão

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No post de hoje quero continuar debatendo um pouco sobre as alterações em hábitos de consumo e em novos modelos de negócio, na linha das inovações e da economia compartilhada, assunto que discuti aqui no blog recentemente.

Os temas do momento, que também estão interligados, são o atacarejo (você já ouviu essa expressão?) e as compras em grupo ou compras coletivas.

O que é o atacarejo?

O atacarejo é um modelo de vendas que combina, como o próprio nome diz, o atacado com o varejo. A ideia é tentar vender no varejo com o preço próximo de atacado, frequentemente mais barato. Para isso, a estrutura do ponto de venda está muito associada ao atacado. São lojas (espaços) gigantes, com pé direito elevado, ofertando ótima capacidade de estocagem e logística. Esses espaços eliminam a necessidade de centro distribuidor. Os produtos vêm direto do fabricante. Reduzem igualmente custos de embalagens, infraestrutura e custeio. Dependendo da região do Brasil, há uma diminuição de custo de 3% a 8% do valor final de venda ao consumidor.

O modelo de venda atende a um público muito diversificado. Começou como ponto de abastecimento para micro e pequenas empresas. Mas já se espalhou para as classes C e D. E, em alguns casos, com estruturas mais sofisticadas, o atacarejo já atinge as classes A e B.

Nesse contexto, entra a ideia da compra coletiva, que impacta diretamente o comportamento de um grupo significativo de consumidores. As famílias estão se articulando – com parentes e vizinhos – para realizar compras conjuntas.

Como resultado, as compras coletivas geram volumes maiores. E, nas compras maiores, os preços se tornam mais baratos. Depois, os produtos são separados e divididos na casa de um dos participantes.

É verdade que pode haver algum desconforto nesse processo, porém, o preço mais baixo compensa o esforço. Assim, o lugar onde as compras coletivas se mostram mais eficientes é justamente o atacarejo.

Conclusão: alterar os hábitos de consumo

Reportagem recente da Folha de S. Paulo dá conta que a compra em grupo já virou programa em São Paulo, provocando importante alteração nos hábitos de consumo. A isso se associa, obviamente, o período de crise e o medo da inflação, assuntos recorrentes aqui no blog. Em tempos de aperto, a alteração comportamental enfatiza o preço mais barato e também compras em maior quantidade (para estocagem).

Uma pesquisa do instituto Data Popular, feita com 3.500 pessoas em 143 cidades do Brasil, mostra um dado importante. Entre os consumidores da classe C, 32% procuraram fazer compras coletivas, juntando amigos e parentes, nos últimos 30 dias. Em comparação, em 2010 esse número era de apenas 12%.

Portanto, o atacarejo e a compra coletiva não representam apenas uma forma de ajuste à escassez de renda. Pelo contrário, são também uma inovação interessante da nova sociedade brasileira. Essas práticas demonstram o poder da livre iniciativa e a capacidade de escolha de cada consumidor na busca por eficiência.

Além disso, essa transformação está acontecendo dos dois lados do balcão, o que torna a experiência ainda mais rica. Em resumo, vale a pena ficar esperto.

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