Retomando as atividades acadêmicas nesta semana. Neste semestre, dou aula de sociologia para uma turma de administração. No primeiro dia de aula, tenho sempre o costume de me apresentar e proporcionar aos alunos um momento de reflexão pessoal. Pergunto a cada um deles o porquê de ter entrado nesta rota da vida acadêmica, como escolheu o curso e qual é o seu destino.
Durante as respostas individuais de cada aluno, chamou muito a minha atenção quando um deles respondeu: “Estou aqui porque quero estudar e ficar rico”. Falou com tanta convicção que despertou o riso dos colegas de turma. Neste mesmo instante, surgiu a oportunidade de fazer uma intervenção consciente no sentido de fortalecer e potencializar aquele conceito tão sólido daquele aluno.
Perguntei à turma: “Qual o motivo do riso? Ele está errado? Adquirir conhecimento não é um caminho para conquistar uma vida financeira equilibrada e quiçá farta?” Os alunos se entreolharam e ficou uma interrogação no ar. Fiz então novas perguntas e começamos a falar sobre dinheiro:
– É possível realizar sonhos ganhando pouco?
– Como poupar dinheiro e equilibrar a vida financeira?
– Qual o caminho para me livrar das dívidas?
– A inflação tem relação com meu poder de compra?
– Como lido com meu salário atualmente?
Deixei estas perguntas para reflexão e pretendo levar a discussão para outro momento, pois falar sobre o dinheiro deve fazer parte do nosso dia-a-dia.
Relacionando com o tema de uma das perguntas lançadas aos meus alunos, dentro da questão sobre o salário, agora é com você, leitor: já se perguntou quem é a primeira pessoa a quem você deve pagar quando receber o seu salário?
Respondo: você mesmo! Você é a primeira pessoa que deve receber por todo o esforço que realizou naquele determinado período. É preciso investir primeiro em VOCÊ.
Mas… Como? Comece poupando. Isso é para o que você quer ser amanhã e é para o seu próprio bem. Assim, estando atento e com o dinheiro a seu favor, é hora de passar para o planejamento para utilizar das oportunidades financeiras, promoções, datas interessantes de compras, e realizar as tomadas de decisões referentes às aquisições de casa própria e dos bens duráveis. Da mesma forma, é importante compreender as novas modalidades de crédito e a tecnologia disponível para a realização das transações financeiras básicas. Muitas vezes, seduzidos pelo consumo imediato ou pela necessidade, não conseguimos nos planejar, mas poupando, construindo uma reserva financeira, planejar e realizar se torna mais próximo do real.
Estar preparado para os desafios da vida requer ações inteligentemente pensadas, provenientes da educação sobre uma nova forma de gerir a vida financeira e administrar o próprio patrimônio. E isso deve ser aprendido pelos indivíduos e suas famílias – e, no lar, começa também com o exemplo.
Atualmente, com a situação atual do nosso país, voltar a atenção para o controle do consumo e dos gastos tornou-se uma necessidade. Dentro desta linha de pensamento, nas próximas colunas neste espaço convido o leitor para algumas reflexões, a saber:
- O primeiro contato com o dinheiro na infância.
- Orçamento familiar.
Vamos continuar a falar sobre dinheiro? Na próxima coluna, convido você a refletir sobre outras questões relacionadas à infância, finanças e educação.
Enquanto isso, que tal refletir um pouco mais sobre a importância de poupar e planejar com a nossa ‘Santíssima Trindade’ da Educação Financeira? Até semana que vem!