Fim de ano, Natal se aproximando e o comércio já está se mexendo pra garantir o leitinho das crianças. O desempenho pra lá de morno da nossa economia, os juros e a inflação em alta devem tornar mais difícil essa tarefa pros lojistas: as previsões da Confederação Nacional de Comércio dão conta de uma alta bem modesta nas compras natalinas deste ano, o índice que mede a confiança dos comerciantes está no pior nível desde que foi criado, em 2011, ocasionando uma redução nas encomendas que eles fizeram aos fornecedores.
A aposta de muitos deles será em descontos mais agressivos como forma de atrair os consumidores e tentar salvar a lavoura do fim de ano. Nos Estados Unidos, milhões de consumidores se estapeiam nas lojas ávidos por descontos, que lá chegam aos 90% na famosa Black Friday*. O Alibaba, gigante chinês do varejo online, promove desde 2009 o Single’s Day, evento com objetivo similar ao americano: promover grandes descontos pra girar os estoques. Nesse ano, a megapromoção, que ocorreu no último dia 11, vendeu num só dia US$ 9,3 bilhões em 278 milhões de pedidos, resultado excelente quando comparado aos 150 milhões de pedidos e US$5,75 bilhões faturados no ano passado.
Há alguns anos tentando emplacar o Black Friday por aqui, o varejo brasileiro promete boas barganhas nesse tempo de vacas magras, mas é bom ficar atento: nas edições anteriores, houve um tiroteio de reclamações pra todo lado: uns acusaram os lojistas de concederem falsos descontos, aumentando com antecedência os preços regulares dos produtos e concedendo descontos fictícios sobre esses preços gordos. Outros, não tão mal intencionados, concederam descontos bem modestos, muito aquém daqueles praticados no exterior e nada condizentes com o que reza a tradição da ocasião.
No mercado online, uma má notícia para esses espertalhões é que o Zoom , site de comparação de preços, já está de olhos bem abertos monitorando há meses os preços oferecidos na internet. Na Black Friday, promete conceder um selo àqueles produtos que de fato sofreram uma queda significativa de preço e também divulgar numa lista de “fichas limpas” aquelas empresas que não estão tentando nos passar pra trás. Com isso, poderemos economizar tempo e dinheiro, não só evitando os espertões, mas também aproveitando os descontos daqueles que se dispuserem a entrar pra valer no espírito da data.
Claro que esse serviço oferecido pelo Zoom não nos dispensa daquela pesquisinha básica de preços antes de ir às compras (veja mais dicas pra compras aqui). Não se esqueça: o mar do setor varejista não está pra peixe; se ele não se mexer e conceder bons descontos nesse final de ano, o resultado das suas vendas poderá ser desastroso no cenário econômico em que vivemos hoje. Então, comparar preços, barganhar e caldo de galinha não fará mal a ninguém. Arrume um tempinho e pesquise bastante, pois isso pode te fazer economizar uma boa graninha nesse final de ano com os descontos nas suas compras de Natal (mais dicas sobre compras natalinas aqui). Olho nos preços e boas compras!
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* Nos Estados Unidos, a Black Friday corresponde à sexta-feira seguinte ao Dia de Ação de Graças, feriado no país que ocorre, a cada novembro desde 1863, na 4ª (e quase sempre última) quinta-feira do mês. O Cyber Monday, evento que ocorre toda segunda-feira posterior à Black Friday desde 2005, é uma iniciativa dos varejistas online que, ao perceberem que muitos consumidores não conseguiram aproveitar as ofertas no final de semana, procuravam por barganhas na internet logo no início da semana seguinte. A Black Friday no Brasil coincide com o calendário norte-americano. Em 2014, o saldão acontece dia 28 de novembro.