No texto de hoje vamos falar sobre investimentos, e para isso trouxemos para uma entrevista Pedro Paulo Silveira, que está à frente de vários projetos da Nova Futura Investimentos.
Inicialmente, contextualizamos o leitor quanto à economia e o mercado de ações durante a crise de 2020. Falamos sobre a liquidez abundante atual, sobre as bolhas econômicas e os valores dos ativos.
Também trouxemos algumas expectativas vindas de profissionais para a economia no ano de 2021.
Por fim, apresentamos a carteira recomendada da Nova Futura, produto que acreditamos ser muito interessante. A corretora é uma das 10 maiores independentes do país, segundo o Banco Central, e ganhou o prêmio de melhor carteira recomendada pela revista Exame nos últimos 2 anos.
Nosso entrevistado, Pedro Paulo, é economista e está no mercado financeiro desde 1983. Sua participação no nosso podcast trouxe informações muito interessantes, e caso você prefira ter acesso ao conteúdo em forma de áudio, pode escolher entre qualquer um dos players acima. Caso contrário, basta continuar lendo o texto!
Contexto macro: retrospectiva de 2020
Economia real
Antes de qualquer coisa, é interessante trazer uma retrospectiva do ano de 2020 para contextualizar nossas análises.
Muitos analistas acreditavam, no primeiro bimestre de 2020, que o crescimento do PIB seria de cerca de 3,5%. A taxa de juros no Brasil estava entre 5 e 6%, e o mercado vivia uma expectativa muito forte em decorrência de reformas governamentais que foram anunciadas no ano anterior.
No dia 4 de novembro de 2019 o presidente e o ministro da economia anunciaram propostas de emendas constitucionais e um projeto de lei, que se relacionavam com a reestruturação do setor público, passando pela área de privatizações, reformas administrativas, despesas e receitas do setor público, entre outras. Sendo assim, as expectativas no início deste ano eram grandes.
No entanto, a pandemia do coronavírus trouxe um choque grande. Além disso, o ano teve muitas instabilidades em decorrência de eventos nos mercados de petróleo, desavenças no campo geopolítico, entre muitos outros.
Com isso, a atividade econômica sofreu um impacto inédito. A crise era inevitável, assim como a perda de empregos e de vidas.
Houve uma mudança enorme na forma de olhar para o mercado de capitais, e uma grande queda na atividade econômica. Em março, a projeção da Nova Futura foi de uma queda no PIB de 7,5%.
Na realidade, a queda não foi dessa magnitude em função do enorme esforço que a sociedade e o governo brasileiros fizeram para tentar estabilizar a situação. A queda no PIB no ano esteve, portanto, entre 4,5 e 5%.
Esse esforço, porém, foi possível graças a gastos monumentais, que fizeram com que o déficit público ao fim do ano atingisse R$800 bilhões.
Mercado de capitais segundo a Nova Futura
Diferentemente da economia real, o mercado de capitais teve impactos mais facilmente reversíveis. Sua recuperação foi rápida, e da mesma forma que o preço dos ativos caiu muito rápido, voltou ao seu patamar também com rapidez.
Sendo assim, apesar de fecharmos o ano com uma queda no PIB de cerca de 5%, a bolsa estará completamente recuperada, e a taxa de juros estará num nível bastante baixo.
Ações do Banco Central e abundância de liquidez
Os Bancos Centrais ao redor do mundo, inclusive o Brasileiro, precisaram irrigar a economia com medidas mitigadoras da pandemia. Tivemos injeções de liquidez e pacotes de auxílio distribuídos para a população.
Medidas de injeção de liquidez têm o objetivo de manter o dinheiro circulando na economia, e são utilizadas de maneira mais intensa nas crises. A liquidez é muito importante na precificação de ativos financeiros, e, por isso, no ano de 2020 os ativos se valorizaram.
As injeções de liquidez, no entanto, não começaram a ser feitas no ano de 2020. Elas já ocorrem com bastante intensidade ao redor do mundo desde a crise global de 2008. Uma ilustração disso é que o Banco Central americano emitiu, da crise de 2008 até janeiro deste ano, 4 trilhões de dólares para sustentar a economia. Até então, a economia americana vivia com 800 bilhões de dólares em moeda circulante.
De maneira semelhante, o Banco Central do Brasil reagiu rapidamente à crise de 2020. Injetou liquidez, derrubou a taxa de juros, que está em 2%, e conseguiu intervir de maneira eficiente no mercado de títulos privados. Sendo assim, as políticas monetárias foram muito eficientes, diferente do que muitos acreditavam.
A cada nova crise, muitos acreditam que não haverá espaço para medidas já tomadas anteriormente (injeção de liquidez, liberação de compulsórios, programas de compras de títulos, criação de novas linhas de crédito, etc). No entanto, já estamos no décimo mês de intervenções coordenadas e eficientes, a economia está se recuperando e a inflação está controlada.
Estamos vivendo um período de bolha?
Uma bolha de mercado ocorre quando existe um comportamento persistente de alta de preços. Ou seja, quando os preços de um mercado ficam muito acima de seus fundamentos por bastante tempo.
O problema é que quando a bolha estoura os preços caem de maneira drástica, e os investidores deste mercado têm prejuízo. Essas bolhas são eventos muito comuns, e podem ter diferentes proporções. Assim, podem afetar pequenos mercados ou a economia como um todo.
Hoje em dia existe uma espécie de consenso de que não é possível identificar uma bolha durante seu processo, apenas depois. Ou seja, só depois que os efeitos negativos são observados é que de fato podemos associá-los às consequências de uma bolha.
Sendo assim, não é possível afirmar com certeza se algum mercado mundial está passando por um período de bolha. Conseguimos observar, porém, algumas características do mercado de ações que indicam que ele não está passando por uma bolha.
O fato de a taxa de juros estar muito baixa para o seu padrão pode ser um indicador de que as ações, na verdade, não estão tão caras. Isso porque o retorno que elas estão dando nesse nível de preços é compatível com o retorno que um título do Tesouro dá.
Investidores em 2020 segundo a Nova Futura
Uma informação interessante sobre o ano de 2020 é que o número de investidores em renda variável aumentou muito. A bolsa saiu de 350 mil investidores em 2018 para atuais 3,5 milhões.
Uma explicação para este fato é que, já que os juros estão muito abaixo da sua média histórica, pessoas que antes investiam em renda fixa não conseguem mais ter um rendimento satisfatório. Por isso, elas tentam completar sua rentabilidade com a renda variável.
Sendo assim, as pessoas que investiam em fundos de renda fixa que pagavam 10% ao ano, por exemplo, foram de repente tiradas de sua zona de conforto. Hoje não se trata mais de ter ou não investimentos em renda variável, mas sim de qual percentual do seu portfólio você aloca neles.
Como migrar para o mercado de ações?
Se você ainda não costuma investir em ações, não tem conhecimento profissionalizado a respeito das empresas, e dedica a maior parte do seu tempo à sua atividade profissional, optar por uma carteira recomendada pode ser uma boa escolha.
Conheça as carteiras recomendadas da Nova Futura
A Nova Futura, como dissemos anteriormente, ganhou o prêmio de melhor carteira recomendada pela revista Exame nos anos de 2018 e 2019. E no ano de 2020, que já está quase se encerrando, parece que não vai ser diferente.
As carteiras recomendadas são basicamente carteiras de ações montadas pela corretora. Além disso, a própria corretora se encarrega de reavaliar as ações presentes na carteira, para que sua performance seja satisfatória ao longo do tempo.
Sendo assim, ao investir em uma carteira recomendada você não terá praticamente nenhum trabalho.
Existem 3 tipos de carteira recomendada oferecidas pela Nova Futura, que são:
Carteira Mensal
Ela é composta por 10 ativos escolhidos com base nas perspectivas do cenário macroeconômico para o mês. Ela é recomendada para investidores que buscam retornos de médio e longo prazos, e o mínimo recomendado para que você invista nela são R$5 mil.
A carteira mensal é reavaliada pela corretora mês a mês, e algumas de suas ações (geralmente 1 ou 2) são retiradas, para que ela se mantenha sempre atualizada de acordo com as melhores expectativas.
No ano de 2020, apesar das adversidades, o desempenho da carteira superou o Ibovespa em 34,20%, com uma valorização de 34,89% no ano. Este gráfico, retirado do próprio site da Nova Futura, mostra o resultado mensal da carteira recomendada e do Ibovespa.
Caso você não saiba o que é o Ibovespa, ele é o indicador mais importante de resultados médios de preço das ações da B3. Sendo assim, ele se comporta como uma carteira com as ações mais representativas e negociadas no ano, e funciona como um termômetro do mercado de ações do país.
Superar a rentabilidade do Ibovespa em 10 dos 12 meses do ano, portanto, é um ótimo indicador.
Carteira Nova Futura X outras corretoras
Agora, comparando a carteira recomendada da Nova Futura com a de outras corretoras, ela também sai na frente.
Várias corretoras tiveram desempenho negativo em suas carteiras recomendadas em 2020, por exemplo:
- Ágora Investimentos (-14,1%);
- Ativa (-18,44%);
- BB Investimentos (-7,9%);
- Necton (-7%);
- Santander (-21,89%);
- XP Investimentos (-22,1%).
Mesmo dentre as corretoras que tiveram um desempenho positivo no ano, o da carteira da Nova Futura foi o melhor. Veja:
- Benndorf Research (16,48%);
- Elite (9,17%);
- Genial Investimentos (12,74%);
- Guide (15,34%);
- Modalmais (20,3%);
- MyCap (11,36%);
- Planner (8,08%);
- Quantitas (20,45%);
- Terra Investimentos (2%);
- Toro Investimentos (0,12%);
Enquanto isso, o da Nova Futura foi de 26,01%.
Dados retirados da revista Exame, coletados até o mês de novembro de 2020.
Carteira Semanal
Essa carteira é composta por 5 ativos. Diferentemente da anterior, os ativos podem ser trocados semanalmente, e ela é ideal para investidores principalmente de curto prazo.
Carteira Dividendos
Por último, a carteira dividendos é indicada para investidores que buscam retorno de longo prazo com pouca volatilidade. Os 5 títulos presentes nela tem bom histórico e política elevada de distribuição de dividendos e juros.
Essas carteiras são vantajosas?
Sim! Como dissemos anteriormente, para quem não entende sobre o assunto a fundo ou não tem muito tempo para dedicar a investimentos, a carteira recomendada é o produto ideal.
Ainda, mesmo que você monte sua própria carteira de ações, não é tão fácil atingir a rentabilidade de uma carteira montada e acompanhada por especialistas.
Caso você tenha se interessado, abrir conta em uma corretora hoje em dia é bastante simples, e explicaremos a seguir:
Como abrir conta
- entrar no site da Nova Futura Investimentos;
- escolher a opção “abra sua conta”;
- preencher os dados solicitados;
- escolher a opção “plataforma de investimentos”;
- dentro da plataforma, você encontrará as 3 opções de carteiras recomendadas. Basta, portanto, escolher a que mais te interessa e pronto.
O processo é bem rápido e todo online!
Expectativas para o ano de 2021
Começamos o artigo e a entrevista com uma retrospectiva do ano de 2020, e é importante finalizá-lo com expectativas para o ano de 2021.
Primeiramente vamos abordar o cenário do mercado financeiro. Apesar de ser volátil e nem sempre muito previsível, as expectativas quanto ao mercado financeiro são boas. Espera-se que ele se recupere bem, e que ele seja suportado pela taxa de juros baixa.
No entanto, a economia real é uma preocupação para diversos economistas. Apesar de as expectativas de crescimento do PIB serem de cerca de 3%, precisamos lembrar que a base para este cálculo é o ano de 2020. Sendo assim, não vamos observar um crescimento real da economia em relação ao seu estado pré-pandemia.
O desemprego continuará em níveis maiores do que a média histórica, já que a quantidade de empresas que não sobreviveram à crise é enorme. No quesito nível de emprego, espera-se que a economia demore um tempo para se recuperar.
Ou seja, as expectativas são de que o ano de 2021 seja melhor do que o de 2020, o que não é uma tarefa difícil. No entanto, a recuperação total da economia real não é provável ainda.
Recuperação de crises
Por fim, apesar do cenário não tão bom, é possível enxergar uma melhora na sociedade no quesito recuperação de crises.
A crise de 1929, por exemplo, demorou cerca de 20 anos para ser superada. Já a de 2008 demorou 5 anos. Enquanto isso, a de 2020 demorará cerca de 1 ano. Isso significa que as medidas tomadas pelos bancos centrais, governos e sociedade como um todo são cada vez mais eficientes.
Diretrizes para os investidores
Para quem já investe em renda variável, uma dica interessante é acompanhar o blog da Nova Futura, que traz conteúdos diariamente para que você consiga acompanhar as novidades do mercado.
Para quem investe em renda fixa, é importante considerar aumentar suas possibilidades no cenário atual, de juros baixos. Sendo assim, procure conhecer o mercado mais a fundo, e caso prefira, pelo menos incialmente, uma carteira recomendada é uma opção interessante.
Por fim, caso ainda tenha restado alguma dúvida ou você tenha alguma sugestão, basta deixar nos comentários!