Nosso assunto nesta semana não poderia ser outro: a crise provocada pela pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
O planeta inteiro mobiliza-se perplexo, diante de um contexto absolutamente inédito.
A humanidade já passou por outras pandemias antes, mas nenhuma foi tão abrangente, especialmente no século XXI, era marcada por economia globalizada e intensa mobilidade de pessoas.
Além da apreensão relacionada à saúde das populações, teme-se pelo o forte impacto nas economias – tanto as nacionais como a global.
Nesse contexto, como fica a situação das famílias e dos empreendedores brasileiros – especialmente os pequenos e médios? Quais são os impactos imediatos e como é possível reduzi-los?
Quais são as principais medidas que os governos federais e estaduais vêm tomando para amenizar a crise?
E, principalmente: quais são as atitudes que você pode e deve tomar para passar por esta turbulência com o menor impacto possível? Estas são algumas das perguntas que procuramos responder, no post e no podcast.
Não deixe de ler até o final. Este post será constantemente atualizado enquanto estivermos na fase aguda da crise, quando novas medidas surgirão a cada dia.
Vamos procurar publicá-las, interpretá-las e, quando couber, orientar nossos leitores quanto aos riscos e às boas práticas.
Além disso, estamos abertos e atentos para receber suas dúvidas, ideias, temores. Queremos te ouvir e fazer o que estiver ao nosso alcance. Como sempre, estamos juntos.
Entendendo o cenário
As notícias sobre o novo coronavírus começaram a aparecer com maior frequência na imprensa em janeiro deste ano. À época, parecia não passar de uma epidemia semelhante a outras que vimos neste século: H1N1, SARS entre outras.
Séria, mas contornável. Em fevereiro, o vírus saiu da China e chegou à Europa, aumentando a percepção de que se tratava de algo grave. Mas foi apenas no meio do mês de março que palavras como “quarentena”, “isolamento” e “distanciamento” passaram a fazer parte do nosso vocabulário cotidiano. Algo jamais vivido, sequer imaginado, tornou-se realidade em questão de dias.
Empresas e organizações públicas e privadas colocaram seus funcionários em teletrabalho. Eventos públicos foram cancelados, ou até proibidos. Alguns estados e prefeituras decretaram fechamento do comércio, limitação de serviços e retenções nas estradas.
As consequências para a economia foram imediatas. Redução brutal nas vendas de comércio e serviços – que representam praticamente dois terços da economia nacional.
Queda também nos números da economia informal, que depende ainda mais do trânsito normal das pessoas. Empresários e empreendedores, vendo ameaçada a continuidade de seus negócios, acenam com a possibilidade de demitir funcionários.
Perspectivas
Autoridades médicas em todo o mundo procuraram divulgar informações sobre tratamento, prevenção e perspectivas quanto à evolução da pandemia.
O cenário desenhado não era animador: a melhor atitude é manter o isolamento social por mais algumas semanas, talvez meses.
Diante do cenário caótico, governos, cada um à sua maneira, passaram a discutir e decretar as primeiras ações para combater o mal, proteger a economia e apoiar segmentos mais vulneráveis da população.
Uma das poucas certezas existentes é de que as economias de todos os países sofrerão. Todas as previsões macroeconômicas caíram por terra.
A ordem é procurar evitar o mal maior para a saúde das pessoas, reduzir os danos imediatos à economia e preparar-se para juntar os cacos, depois que o pior momento passar. Tudo isso às custas do equilíbrio fiscal das economias nacionais.
Realidade brasileira
No Brasil, o Governo Federal, governos estaduais, além de empresas públicas e privadas, passaram a discutir e anunciar medidas de enfrentamento aos efeitos econômicos da pandemia.
Diante do cenário de absoluta incerteza quanto aos efeitos imediatos e futuros da crise, e à eficácia das medidas, a população mergulhou num mar de incertezas.
O objetivo do Educando Seu Bolso, neste momento, é trazer ao nosso público informação correta e atualizada, interpretá-la e, dentro do cabível, recomendar ações.
Ao final do post você verá uma seção que será sempre atualizada, com as medidas mais recentes anunciadas por governos e empresas.
Como enfrentar a crise na economia?
Pequeno empreendedor
Uma regra básica para quem tem um pequeno empreendimento é organização. Se mesmo em tempos de normalidade isso é importante, em tempos de crise torna-se indispensável. E um dos primeiros passos para se organizar é conhecer os custos do seu negócio.
É preciso listar, uma a uma, todas as despesas, registrando as seguintes características:
- Nome da despesa
- Tipo: fixa ou variável?
- Periodicidade: mensal, semanal, diária, anual?
- Valor: apure quanto gasta mensalmente com cada despesa
Despesas fixas são aquelas que não dependem do seu volume de vendas. Aluguel, telefonia e internet, salários etc. Despesas variáveis são aquelas que aumentam de acordo com as vendas: matéria-prima, custos de transporte, taxas da máquina de cartão.
Em tempos de crise, as despesas variáveis diminuem. Afinal, elas dependem das vendas. As despesas fixas, por outro lado, permanecem. É nelas que você deve focar primeiro.
Redução e renegociação
- Avalie se alguns dos custos fixos podem ser reduzidos. Acesso a internet e telefonia, por exemplo. Há quanto tempo você não avalia se seu plano é o mais adequado ou mais barato?
- Se você paga aluguel, entre em contato com o proprietário e verifique a possibilidade de remanejar a data de pagamento. Ele possivelmente terá interesse em te ajudar a sobreviver à crise e não precisar desocupar o imóvel.
- Você provavelmente usa máquinas de cartão no seu empreendimento. Hoje em dia, quem não usa possivelmente está perdendo vendas. Sua máquina tem custo fixo – isto é, você paga mensalidade? O Educando Seu Bolso tem um excelente Simulador de Máquinas de Cartão. Com ele, você descobre qual é a máquina mais adequada e barata para seu negócio. Você vai conseguir reduzir, ao mesmo tempo, um custo fixo e um variável.
- Grandes fornecedores. Concessionárias de energia elétrica e telefonia são grandes empresas. É possível que, durante a crise, elas flexibilizem as condições de pagamento de contas. Procure se informar sobre elas.
- Instituições financeiras. Também são grandes fornecedores, mas têm características especiais, pois seu produto é o próprio dinheiro. Muitas delas possivelmente vão flexibilizar prazos para pagamento e taxas de juros de operações de crédito. Fique atento.
- Pequenos fornecedores. Empresas menores têm menor poder de negociação. Se você tem dívidas com pequenos fornecedores, é importante entrar em contato com eles também e buscar um acordo que seja razoável para as duas partes.
- Funcionários. Esta é, provavelmente, a parte mais delicada de todas. Demitir um funcionário em meio a uma crise é algo triste. Atrasar pagamentos é complicado, pois, além de prejudicar o funcionário, pode gerar reclamações trabalhistas. O governo federal anuncia medidas emergenciais em relação a relações de trabalho. Confira, no final deste post, o que já existe de concreto em relação a isso.
Criatividade e reinvenção diante do Coronavírus
Fique atento a possibilidades de inovar e reinventar seu negócio. Um dos poucos setores que cresceram imediatamente a partir do início da crise foi o de entregas rápidas.
Empresas que nunca haviam trabalhado com este canal de vendas, de repente viram nele uma opção interessante.
Seu produto pode ser transportado por motociclistas? Se não puder, a sua empresa pode produzir algo que possa ser transportado?
Seu serviço pode ser entregue via internet? Aulas particulares, consultas, orientações, consultorias, tudo isso pode ser feito à distância.
Pesquise, reflita, converse com seus pares. Uma crise pode ser momento de reinvenção e identificação de oportunidades.
Crédito: aprecie com moderação
Instituições financeiras públicas e privadas vão oferecer novas linhas de crédito, ou melhorar as condições das já existentes. Fique atento a isso.
Crédito é muito importante neste momento. Na dose certa, ele pode significar a sobrevivência de um negócio em uma crise. Porém, a recomendação que sempre fizemos no Educando Seu Bolso vale em dobro numa situação com a atual: cuidado.
Antes de contratar, pesquise as opções que estão ao seu alcance. Avalie muito bem as regras e condições. Como muitas transações serão feitas online, procure se orientar sobre como funciona a operação que deseja contratar.
Se precisar de ajuda, entre em contato conosco, estamos à disposição. Aqui no blog nós temos o Simulador de Empréstimo. Nele, você preenche algumas informações e encontra as opções mais adequadas e baratas para sua necessidade.
Na seção ao final deste post você encontrará informações atualizadas sobre medidas dos governos e dos bancos. Entre elas, as relacionadas a crédito.
Âmbito familiar
Muitas das recomendações para pequenos empreendedores valem também para as famílias. A regra da organização, por exemplo, é indispensável.
Faça uma lista de todas as despesas da casa:
- Nome da despesa
- Tipo: fixa ou variável?
- Periodicidade: mensal, semanal, diária, anual?
- Valor: gasto mensal com a despesa
Despesas fixas são aquelas que não variam muito de um mês para outro. Aluguel, telefonia e internet, energia elétrica, condomínio, mensalidade escolar etc. Despesas variáveis são aquelas que podem variar, como supermercado, lazer e diversão, alimentação fora de casa entre outras.
Numa crise com a atual, muitas despesas variáveis vêm diminuindo, como alimentação fora de casa, lazer e transporte. É preciso ter atenção às fixas.
- Grandes fornecedores. Vale o que falamos para os empreendedores. Concessionárias de energia elétrica e telefonia são empresas grandes. É possível que elas flexibilizem as condições de pagamento de contas. Procure se informar.
- Condomínio. Se seu condomínio não tem fundo de reserva, ele não vai suportar se muitos moradores deixarem de pagar. A convocação de uma assembleia extraordinária para discutirem a situação pode ser necessária – d preferência, em ambiente virtual. O síndico – e quem puder ajudar – poderá tentar negociar as dívidas do próprio condomínio.
- Avalie se serviços como como academias, cursos, aulas particulares etc. podem ser suspensos. Se necessário, até mesmo depois que terminar a fase de isolamento social, e até que o orçamento da família volte ao normal.
- Nesta fase de recolhimento, aumentam as horas que passamos conectados à internet. E, portanto, expostos a inúmeras ofertas de produtos e serviços, especialmente para diversão. Cuidado com as compras por impulso!
Cuidado com o aumento dos preços! Veja, no vídeo abaixo, as razões para tal:
Crédito: fique atento a possíveis mudanças
Instituições financeiras vão melhorar as condições de algumas de suas operações de crédito voltadas para pessoas físicas.
Tanto em relação a prazos de pagamento – oferecendo carências, por exemplo – como nas taxas de juros. Isso valerá tanto para operações em andamento como para os contratos novos.
Vale aqui a mesma recomendação que fizemos aos pequenos empreendedores: use com moderação. Avalie sua real necessidade, verifique as regras e condições, principalmente em transações de crédito online.
Se precisar de ajuda, fale conosco. E não deixe de usar o nosso Simulador de Empréstimo para encontrar a opção mais adequada para o seu caso.
Criatividade e aprendizado em meio ao coronavírus
Isolamento social significa passar muitas horas dentro de casa. Quem tem crianças pequenas precisa ter muita criatividade e serenidade para entretê-las de forma saudável. Você pode aproveitar para ensinar um pouco sobre educação financeira para crianças.
Se possível, procure usar o tempo livre para aprender coisas novas, inclusive algo que possa vir a se tornar fonte de renda extra depois que o isolamento terminar.
Atenção às informações
“Na guerra, a verdade é a primeira vítima”. A frase, atribuída ao pensador grego Ésquilo, cabe perfeitamente também às graves crises.
A ansiedade das pessoas pela busca da verdade faz com que gente despreparada ou mal intencionada produza informação incorreta, imprecisa, ou simplesmente mentirosa.
Cuidado com isso. Excesso de informação – mesmo verdadeira – pode confundir mais do que esclarecer.
Vamos procurar ser uma fonte de informação relevante, bem apurada e precisa. Acompanhe a seguir as principais medidas anunciadas por governos, instituições financeiras públicas e privadas e empresas em geral, que podem afetar o orçamento da sua família e da sua empresa.
Medidas anunciadas pelo Governo Federal
Auxílio Emergencial
- Auxílio de R$ 600,00 por pessoa (ou R$ 1.200, no caso de mulheres que têm filhos e que são as responsáveis pelo sustento da família).
- Quem tem direito a receber o auxílio? Pessoas que atendam a TODOS os seguintes critérios:
- Ser maior de 18 anos
- Estar desempregado OU trabalhando como MEI, trabalhador informal ou contribuinte individual da Previdência Social
- Pertencer a família com renda de no máximo 3 salários mínimos (R$ 3.135,00), ou no máximo R$ 522,50 por pessoa.
- Quem NÃO tem direito ao auxílio? Quem esteja em PELO MENOS uma das seguintes condições:
- Tenha emprego formal fixo
- Esteja recebendo Seguro Desemprego
- Esteja recebendo benefícios assistenciais, previdenciários ou de transferência de renda, EXCETO o Bolsa Família.
- Recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 em 2018.
- Quem já está inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) ou no Bolsa Família receberá o auxílio emergencial automaticamente. Para saber se está inscrito no Cad Único, clique aqui.
- Cadastrados no Bolsa Família NÃO vão receber OS DOIS benefícios, apenas o que for MAIOR entre os dois.
- Quem não está inscrito no Cad Único ou no Bolsa Família pode se cadastrar para receber o auxílio por meio do site ou do aplicativo oficiais. Muita atenção! Sites e aplicativos FALSOS, criados por criminosos, estão disponíveis por aí. Eles têm sido oferecidos principalmente por WhatsApp e por mensagens SMS no celular. Se receber uma mensagem assim, não clique no link!
- O site oficial para o cadastramento é o https://auxilio.caixa.gov.br/
- O aplicativo oficial pode ser obtido gratuitamente nas lojas de aplicativos dos celulares. A imagem do aplicativo é a seguinte:
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- Em caso de dúvidas, ligue para o número de telefone 111.
- O cadastramento, tanto no site como no aplicativo, é relativamente simples:
- Primeiro serão apresentadas as condições para o recebimento. O usuário deverá clicar na opção que confirma que tem direito ao auxílio.
- Depois informe dados pessoais como nome, CPF, nome da mãe. Para quem se cadastra pelo site, será pedido o número do celular.
- Serão pedidas informações sobre sua condição de trabalho antes do início da crise.
- Você precisará dar informações sobre os membros da sua família, como nome e CPF.
- Depois precisará informar se vai receber o auxílio em uma conta bancária que já tem, ou se prefere abrir uma conta digital de Poupança na Caixa.
- Para abrir a conta na Caixa, será preciso informar RG ou Carteira de Habilitação.
- Estas são as informações necessárias. O último passo é verificar se os dados estão todos corretos e concluir o cadastro.
- Depois de feito o cadastro, o governo vai analisar os dados e, se aprovado, você receberá o auxílio em sua conta.
- Tanto o aplicativo quanto o site têm uma opção para você acompanhar o andamento do pedido.
- A primeira parcela do auxílio será paga a partir do dia 09/04, para quem já tem conta corrente na Caixa ou no Banco do Brasil, ou do dia 14, para os demais cadastrados. Poderá demorar de 2 a 3 dias úteis para ser concretizado.
- A segunda e a terceira parcelas serão pagas nos últimos dias de abril e de maio, conforme o mês de nascimento da pessoa.
- Beneficiários do Bolsa Família receberão o auxílio nas segundas quinzenas de abril, maio e junho.
Voltadas para empresas:
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Por meio de Medidas Provisórias, empresas passam a ter o direito a:
- Antecipação de férias individuais de seus funcionários;
- Decretação de férias coletivas de maneira mais rápida (48 horas antes do início) e sem necessidade de comunicação aos sindicatos;
- Permissão para alterar unilateralmente o regime de funcionários para trabalho remoto (home office), bastando fazer a comunicação por escrito com, no mínimo, 48 horas de antecedência. Em até 30 dias, ambos precisarão firmar contrato definindo quem se responsabiliza pela compra e manutenção dos equipamentos.
- Diferimento – adiamento – do recolhimento do FGTS por 3 meses. Após este prazo, poderá ser feito em até 6 parcelas;
- Compensação de horas e antecipação de feriados. Os dias não trabalhados durante a crise poderão ir para um banco de horas, com compensação futura em até 18 meses. Ou poderão ser lançados como feriado antecipado. Neste caso o funcionário compensará as horas na data real do feriado.
- Diferimento da parte da União no Simples Nacional por 3 meses;
- Redução de 50% nas contribuições do Sistema S por três meses;
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Linha de crédito exclusiva para pagamento de salários a funcionários:
- Destinada a empresas pequenas e médias – empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões.
- Prevista para custear salários durante 2 meses. Serão R$ 20 bilhões por mês.
- A cada mês, o BNDES repassará R$ 17 bilhões aos bancos, que entrarão com os outros R$ 3 bilhões. Os bancos emprestarão os recursos às empresas, mas farão os depósitos diretamente na conta do funcionário.
- A taxa de juros do empréstimo é de 3,75% ao ano – mesmo valor da taxa Selic.
- O limite por funcionário é de 2 salários mínimos – R$ 2.090,00. Caso o salário do funcionário seja superior a esse valor, a empresa arcará com a diferença.
- Empresas começarão a pagar pelo empréstimo 6 meses após a contratação, e terão mais 36 meses para pagar.
- A expectativa do governo é de beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de funcionários.
- A medida foi anunciada no dia 27 de março. A expectativa do governo é de que a linha esteja disponível em 1 a 2 semanas após esta data.
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Redução do contrato de trabalho com redução proporcional do salário
- Empresas poderão reduzir a jornada de trabalho e, proporcionalmente, os salários dos seus funcionários, em até 70% e por até 3 meses.
- O governo compensará parcialmente as reduções de salário por meio do seguro-desemprego. A compensação será equivalente ao mesmo percentual da redução aplicada à parcela de seguro desemprego a que a pessoa teria direito. Assim, trabalhadores com salários mais elevados serão mais afetados, já que o seguro desemprego tem teto de R$ 1813,03.
- A redução precisa de um acordo entre patrão e funcionários. Para quem ganha até 3 salários mínimos (R$ 3.135,00), ou mais do que 2 vezes o teto do INSS (R$ 12.202,12), o acordo pode ser individual. Para quem ganha entre R$ 3.135 e R$ 12.202, os acordos precisarão ser coletivos.
- As empresas não poderão demitir o funcionário durante a vigência do acordo, e terão que garantir a sua estabilidade pelo mesmo período DEPOIS do fim do acordo. Essa regra serve para estimular que apenas as empresas realmente necessitadas façam a opção pela redução dos salários.
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Suspensão de contratos de trabalho:
- As empresas poderão também suspender os contratos de trabalho por até 2 meses.
- O governo arcará com os salários, usando o mesmo método de cálculo do seguro desemprego.
- A empresa precisará arcar com benefícios que eventualmente conceda aos funcionários, como auxílio alimentação, plano de saúde etc.
- Empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões poderão suspender os contratos de todo o seu quadro de pessoal. Empresas com faturamento superior a esse valor poderão suspender o contrato de, no máximo, 70% do seu quadro.
Voltadas para a população mais vulnerável:
- Antecipação das duas parcelas do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para abril e maio (46 bilhões de reais).
- Antecipação do pagamento do abono salarial para junho (12,8 bilhões de reais).
- Transferência de valores não sacados do PIS/Pasep para o FGTS para permitir novos saques (21,5 bilhões de reais).
- Ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família, com reforço de R$ 3,1 bilhões.
- Recebimento antecipado de até 25% do seguro desemprego para quem recebe até dois salários mínimos e tiver redução de salário e jornada.
- Redução da taxa máxima que os bancos podem cobrar nos empréstimos consignados a aposentados, de 2,08% para 1,8%;
Medidas anunciadas pela Caixa Econômica Federal
Para empresas
- Redução de juros em linhas de crédito. Capital de giro, taxas a partir de 0,57%
- Carência de até 90 dias e renegociação em operações de capital de giro
- Linhas de crédito especiais para empresas de comércio e serviços, com carência de até 6 meses
- Linhas de aquisição de máquinas e equipamentos, com taxas reduzidas e até 60 meses para pagamento
Para pessoas físicas
- Pausa de até 90 dias nas operações de crédito pessoal
- Redução dos juros no crédito pessoal
- Redução das taxas de juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito para 2,9% ao mês.
- Ampliação do crédito consignado
- Cartão de débito virtual para compras online
- Renovação de contratos de penhor via telesserviço
Habitação
- Pausa de até 3 prestações no pagamento (PF e PJ)
Medidas do BNDES
- Transferência de R$ 20 bilhões do PIS-PASEP para o FGTS;
- Suspensão temporária de pagamentos de parcelas de financiamentos diretos (R$ 19 bilhões) e indiretos (R$ 11 bilhões) para empresas;
- Ampliação do crédito para micro, pequenas e médias empresas, por meio dos bancos parceiros (R$ 5 bilhões).
Bancos – atenção!
Assim como a Caixa, vários bancos anunciaram melhoria nas condições de suas operações de crédito – tanto para as já em andamento como para novos contratos. A maior parte das medidas fala em redução de taxas de juros, carência para pagamento e ampliação do prazo.
Diversos veículos de imprensa têm noticiado, no entanto, que os clientes têm tido dificuldade em acessar esses benefícios. As reclamações são as mais variadas: canais de atendimento que não funcionam, informação desencontrada, atendentes desinformados.
Isto é, em parte, esperado. Afinal, muitas agências têm se mantido fechadas durante o período de isolamento, e a procura por atendimento via telefone e internet aumentou muito de uma hora para outra.
Mas fica, desde já, nosso alerta: se precisar renegociar seu crédito, verifique com muito cuidado se as condições oferecidas na contratação são as mesmas anunciadas na imprensa.
Outro alerta importante é quanto à carência, que é um prazo concedido pela instituição para que o cliente pague sua prestação.
No contexto da crise atual, a carência é uma interrupção no pagamento das prestações durante alguns meses, para que empresas e famílias não tenham seus orçamentos ainda mais prejudicados.
Muito cuidado! Primeiro, porque carência não significa suspensão de juros. Naqueles 2 ou 3 meses em que o pagamento é suspenso, os juros continuam incidindo sobre a dívida.
Mas, além disso, há casos de clientes dizendo que a carência oferecida por seu banco é, na verdade, uma renegociação de dívida por meio de um novo contrato. Segundo relatos, em alguns casos o novo contrato traz taxas de juros maiores.
Portanto, reiteramos nosso alerta. Cuidado na hora de renegociar condições de contrato de crédito. Se perceber algo diferente do que havia sido oferecido, não aceite. E, mais que isso, denuncie. Se precisar de ajuda, fale conosco.
Vamos em frente
Como já dissemos anteriormente, as seções referentes às medidas adotadas por governos e empresas serão constantemente atualizadas. Sempre que houver novidades importantes, traremos para o post, com interpretações e recomendações, se necessário.
Nosso objetivo é ser um canal aberto e confiável para nosso público.
Mas queremos que este canal seja uma via de mão dupla. Além de levar informação até você, queremos ouvir suas dúvidas, reflexões, temores, tudo o que você quiser e puder falar.
Responderemos individualmente a todas as mensagens. Sua mensagem pode ajudar outras pessoas e nos permitir entender as principais preocupações do nosso público. Vamos caminhar juntos.