A resposta a esta pergunta não é tão simples quanto parece. Antes de começarmos a discutir isto devemos lembrar que, ao alugar, o imóvel continua não te pertencendo, ao passo que ao fim do financiamento o imóvel passa a ser seu. Isto posto, vamos às considerações.
A primeira coisa a avaliar é se o mercado está em tendência de alta ou de baixa. Estamos vivendo um boom da construção civil? Ou estamos em recessão? A tendência é de alta ou de baixa, de acordo com a relação oferta x procura, que rege (ou deveria reger) o mercado? Para quem acha que a tendência de preços de imóveis é de baixa, a melhor opção (considerando apenas este aspecto) é alugar. Já quem acha que vai valorizar, o melhor é financiar.
O segundo ponto a avaliar é se você está estabilizado (não pensa em mudar de cidade ou ter filhos) ou não, pois se você enxerga uma mudança desta natureza nos próximos 5 anos (pode ser maior ou menor este prazo conforme o gosto do freguês), pode ter que trocar de imóvel, seja porque está mudando, seja porque a família vai crescer. Se o horizonte é de mudança, o aluguel tende a ser a melhor opção. Se está estabilizado, este não é um critério excludente.
Terceiro: você conhece a localização, o bairro, a rua, a comunidade? Caso negativo, considere alugar para “sentir” o ambiente onde pretende morar. Uma possibilidade, se você pensa em comprar, é propor um misto de aluguel e leasing para o proprietário, ou seja, um aluguel com opção de compra ao fim do contrato. Neste caso, caso você não se adapte ao imóvel, você pode devolvê-lo encerrando o aluguel (com as devidas multas contratuais).
Outro fator a ser considerado é se você tem algum outro recurso, como FGTS (atenção às regras para uso do FGTS, as quais pretendo abordar em outra oportunidade), que pode ser utilizado na compra, mas não no aluguel. Hoje o rendimento do FGTS perde para a inflação e, portanto, adquirir um imóvel para morar pode significar melhor utilização de seu dinheiro.
Importantíssimo também considerar se você tem recursos para dar uma entrada para aquisição do imóvel. A maior parte das transações imobiliárias exigem 20% de entrada para imóveis novos, ou 50% para imóveis usados, ou seja, financiamento de 80% para imóveis novos e apenas 50% para imóveis usados. Se você precisa de um financiamento maior do que este percentual, o custo do dinheiro pode se tornar proibitivo. Portanto, para quem não tem os recursos suficientes para a entrada no imóvel, a melhor opção tende a ser alugar enquanto acumula (investe) o montante necessário para dar de entrada (caso opte por adquirir o imóvel).
Por fim, não se esqueça que – caso você já tenha o dinheiro – estamos vivendo um momento em que as taxas de juros cobradas nos financiamentos podem ser inferiores ao que o mercado financeiro está pagando de juros em alguns casos (composição de produto, instituição, prazo e risco). Considere também financiar e pagar as prestações com os juros…
Até a próxima.