Já falamos algumas vezes aqui no blog sobre o Tesouro Direto, portal de negociação de títulos públicos federais do Tesouro Nacional. A compra desses títulos é uma boa alternativa para aplicar seu suado dinheirinho. Apesar disso, o saldo dessas aplicações pelas famílias brasileiras, de cerca de R$15,3 bilhões, é ainda nanico quando comparado com os quase R$410 bilhões aplicados nos fundos de investimento e com os mais de R$660 bilhões da poupança. O valor aplicado nessas cadernetas impressiona pelo tamanho, pois essa alternativa de investimento oferece uma rentabilidade uns 2% ao ano menor que a dos títulos públicos (já descontado o imposto de renda que incide sobre eles) e um grau de risco similarmente baixo. Talvez com o intuito de diminuir essa diferença, o Tesouro Direto fez mudanças significativas na sua plataforma de negociação, já válidas a partir desta semana.
Primeiro, as letrinhas da sopa ficaram mais legíveis: os títulos, que até então eram conhecidos (por poucos) pelas suas siglas (LTN, LFT, NTN-B), tiveram seus nomes alterados de forma a clarear para os cidadãos mais leigos do que se trata cada instrumento. A partir de agora, no nome de cada título constarão as características principais, como a forma de remuneração, a existência (se for esse o caso) de pagamento semestral de juros e o vencimento. E ainda continuará escrita a sigla antiga ao final do nome, para não confundir os investidores atuais.
Assim, por exemplo, se você ler algo sobre o “Tesouro Selic 2017 (LFT)”, saberá que se trata de um título com remuneração pós-fixada atrelada à taxa Selic, que vence em 2017 e que não tem pagamento periódico de juros. Saberá também, pela sigla, que estes títulos correspondem às Letras Financeiras do Tesouro, seu nome antigo. Se você vir por aí um Tesouro Prefixado 2021 (LTN), não terá muitas dúvidas de que se trata de um título com remuneração prefixada, vincendo em 2021 e sem o pagamento periódico de juros. E caso trombe com um “Tesouro IPCA com juros semestrais 2050 (NTN-B)” por aí, não demorará muito pra imaginar que a remuneração desse título é vinculada ao índice de inflação IPCA, que vence em 2050 e que, esse sim, tem pagamento semestral de juros. Dessa forma, fica bem mais simples investir, não? A tabela abaixo dá mais alguns exemplos:
O Tesouro também pensou naqueles investidores que, mesmo entendendo as principais características do título, têm dúvidas na hora de escolher qual deles é o mais adequado para comprar. Foi criado o Orientador Financeiro, ferramenta capaz de orientar os investidores nessa decisão, levando em conta seus objetivos, seu horizonte de investimento e sua tolerância a riscos.
Outra excelente novidade é a possiblidade de recompra diária, pelo Tesouro, dos títulos em poder dos investidores. Antes, isso era feito semanalmente, às quartas-feiras. O prazo entre o registro da venda ao Tesouro e o recebimento do dinheiro de volta na conta não mudou: continua sendo de dois dias úteis.
Por ora, cabe comemorar essas mudanças promovidas pelo Tesouro, que certamente facilitarão a vida de quem pretende investir nos títulos públicos federais brasileiros. E você, que tem um dinheirinho guardado na poupança, o que está esperando? Talvez esteja na hora de sair um pouco da inércia e considerar o Tesouro Direto como uma melhor alternativa para investir sua grana. Em outra ocasião, a gente pode dar algumas orientações aqui sobre quais títulos devem ser escolhidos em função do perfil do investidor, do horizonte de investimento. Pense nisso!
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