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Para onde vai o dinheiro?

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 “Contas, recibos, impostos”
(Titãs – “Dívidas”)

Uma das principais atitudes no gerenciamento de finanças pessoais é conhecer os próprios gastos. Saber para onde o dinheiro está indo, quanto se gasta com cada tipo de despesa, desde a prestação do apartamento até aqueles gastos que a pessoa “nem percebeu”. É, aquelas notinhas de R$ 5 ou de R$ 10 que saem discretamente da carteira e se transformam em um lanche, uma cerveja ou uma corrida de táxi, e que, ao final do mês, talvez signifiquem a diferença entre poupar ou entrar no cheque especial.

Não há segredo: o jeito é anotar tudo. E é importante que isto não seja um sacrifício sem sentido, porque senão a pessoa simplesmente não o fará. Se ela acha muito chato, é preciso que pelo menos veja sentido nisso, e possa dizer para si mesma: “estou fazendo esse troço chato, mas é por uma boa causa”.

Eu faço meu controle em uma planilha Excel, que atualizo praticamente todos os dias, pela manhã. Demoro uns 5 minutos por dia. As despesas pagas com cheques – que uso cada vez menos – são fáceis de controlar. Basta anotar no canhoto e depois registrar na planilha. As compras feitas presencialmente com cartões de crédito e débito também são fáceis. Basta solicitar aquele recibo que sai da máquina do cartão e registrar.

Compras via internet requerem um pouco mais de disciplina, já que elas não emitem o recibo. É preciso que a pessoa anote em algum lugar – os aplicativos de notas ou lembretes dos smartphones são úteis para isso – para não se esquecer.

As compras feitas com dinheiro vivo são as mais complicadas, porque, além de não terem recibo, são as que, muitas vezes, fazemos sem perceber. O jeito é, novamente, criar alguma forma de anotar ou contar com a própria memória.

Eu lanço na planilha tudo o que sai da carteira. Há quem me chame de neurótico ou de pão-duro pelo fato de eu registrar até aqueles R$2 gastos na padaria. Mas não é neurose nem pão-durismo. O mesmo trabalho que eu tenho em registrar R$2, tenho em registrar R$ 50. Porém, se algum dia eu não me lembrar de onde gastei os R$2, não perco tempo tentando. Lanço na planilha: “Outros – R$2,00” e bola pra frente (na minha planilha, “Outros” é sinônimo de “Sei lá”). Mas se um dia eu não me lembrar de onde gastei R$ 50, me esforço até conseguir. Só gasto tempo com o que é relevante.

Depois de lançados os gastos, é hora de agrupá-los em grandes categorias, para facilitar aquilo que foi falado no primeiro parágrafo: saber para onde o dinheiro está indo. Essas categorias variam de pessoa para pessoa. Eu, por exemplo, lanço supermercado, padaria e feira na mesma categoria; lanço as despesas do meu filho – mesada, ônibus, lanche, livros – em uma categoria só. Mas separo os restaurantes dos dias úteis – despesas de trabalho – e os de final de semana. Isso faz mais sentido para mim. Cabe a cada pessoa entender seu perfil, criar um método e ir aperfeiçoando-o com o tempo.

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