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O microempreendedor e o crédito

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And he pays all his debts without sorrow or strife
And he always lives pleasant and charming
(Bob Dylan, “Arthur McBride”)

 

Algumas semanas atrás eu falei aqui sobre franquias como opção para quem quer se tornar microempreendedor. Apresentei alguns fatores a que os candidatos a franqueados devem ficar atentos. Boa parte das dicas serve não apenas para franqueados, mas para qualquer microempreendedor. Hoje o tema ainda é o microempreendimento. Mais especificamente, o crédito ao microempreendedor.

Uma opção que pode ser vantajosa é o microcrédito, que é a concessão de empréstimos e financiamentos para o microempreendedor formal ou informal, pessoa física ou jurídica. Existem instituições especializadas nesse ramo, as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – SCM. Além delas, muitos bancos e cooperativas de crédito também oferecem linhas de microcrédito.

As condições variam de instituição para instituição, mas, de modo geral, podem solicitar o crédito os empreendedores com faturamento mensal máximo de R$ 20 mil – em alguns bancos, esse limite é de R$ 10 mil. As taxas de juros geralmente variam entre 2,4% e 4% ao mês. Existe a vantagem de não haver incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas muitas instituições cobram 3% de Taxa de Abertura de Crédito.

O limite de crédito varia de acordo com o porte do empreendimento, a capacidade de pagamento e as garantias oferecidas pelo tomador. Geralmente o valor mínimo é de R$ 300, e o máximo chega a R$ 15 mil.

Mas, antes de você, empreendedor, contratar o crédito, é importante tomar alguns cuidados e fazer algumas reflexões:

  • O empreendimento está bem organizado, especialmente na parte financeira? Você sabe seus custos de matéria prima, produção, impostos, salários? Sabe qual é o lucro de cada produto ou serviço que você oferece?
  • Você precisa mesmo de crédito? Para que? Para capital de giro ou para investir e ampliar o negócio?
  • Se for para investir ou ampliar, lembre-se que um bom plano deve vir antes do crédito. O dinheiro viabiliza as boas ideias, mas não as cria.
  • Você sabe o que é um fluxo de caixa? Seu empreendimento tem um?
  • Já parou para pensar que seu fluxo de caixa futuro vai precisar suportar as prestações do empréstimo que você tomar?
  • Quem precisa do crédito? Seu empreendimento ou você? Nunca misture a gestão financeira pessoal com a do seu negócio.
  • Procure sempre a orientação de um bom contador. Ele pode te ajudar a manter os documentos todos em ordem, e as obrigações em dia.
  • Crie um bom relacionamento com seu banco e seu gerente. Quem usa bastante os serviços de uma instituição financeira tem mais facilidade de conseguir condições melhores ao contratar crédito. Além disso, usar a conta corrente é uma forma de comprovar o faturamento do negócio.
  • Mas, ao mesmo tempo, não se acomode. Se perceber que as condições que seu banco oferece não estão boas, pesquise outras opções. Se conseguir isenção de tarifas, seja cliente de mais de uma instituição. Já procurou alguma cooperativa de crédito? Pode ser uma boa alternativa.
  • Ao solicitar crédito, mostrar-se organizado pode fazer a diferença. Ter documentação em ordem, um fluxo de caixa que preveja cenário otimista e pessimista, ter comprovação de faturamento, tudo isso transmite segurança e organização. Pode te ajudar a conseguir taxas de juros melhores, ou menor exigência de garantias.

É isso. Já falei aqui sobre o bom endividamento nas finanças pessoais. As dicas valem também para os negócios. Planeje-se, reflita, pesquise. Não sabe por onde começar?

 

 

 

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