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Mais sobre a geração Y e finanças: desafios e oportunidades

Nova reportagem do jornal Valor Econômico (Geração Y: uma nova era financeira) e amplo estudo do Bank of America Merrill Lynch (BofA) voltaram a enfocar os jovens nascidos entre 1980 e 1997 – a Geração Y ou “millennials” – seus hábitos e comportamentos e a relação dessa geração com as finanças. O blog já escreveu sobre o tema.  Isto despertou nosso interesse em voltar ao tema.

Estamos falando de uma população global de 2 bilhões de pessoas, entre 18 e 35 anos, das quais 86% vivem em mercados emergentes. Um grupo com estereótipos bem conhecidos: dependentes de tecnologia, conectados, céticos, impacientes, avessos à hierarquia, adeptos de solução de baixo custo e pesquisadores frenéticos na hora de comprar. Esse grupo chega ao mercado consumidor e financeiro, iniciando sua vida adulta, em meio a uma baita recessão e crise econômica. Nos Estados Unidos, na Europa e agora no Brasil. Um desafio para as empresas e também um espaço de oportunidades.

O BofA pesquisou áreas nos quais os investidores podem apostar em relação a essa nova força de trabalho: tecnologia; consumo; bebidas, alimentos, saúde e bem-estar; itens domésticos; finanças; educação; temas vinculados ao universo feminino (como acessórios e beleza);  e economia do compartilhamento. Além disso, o BofA também relacionou empresas vinculadas à geração Y, com graus de influência baixo, médio e alto. No grupo, empresas brasileiras: Ambev, Anima Educação, Cielo, CVC, Estácio, Extra, Lojas Renner e Marisa e Ser Educacional. O setor educacional está com um apelo considerado elevado pela pesquisa.

Como esta geração está sucedendo as gerações anteriores, como os “baby boomers” e a geração X, no mercado de consumo, torna-se indispensável entender seus hábitos e comportamentos, com uma pitada de crise. Nas finanças, os jovens da geração Y são céticos. Por exemplo, metade dos jovens não acredita que seu banco ofereça algo diferente e inovador para ele. Um em cada três está disposto a mudar de banco nos próximos 90 dias!

Ah, e a geração acredita que a inovação vai vir de fora da indústria bancária tradicional, com ofertas de diferentes serviços financeiros por meio das empresas de tecnologia, como Amazon, Google, PayPal e Apple. Menos dinheiro como moeda, meios de pagamento alternativos, mais celular e cartões, por exemplo. Além de serviço financeiros de baixo custo, como “consultores robôs”.

E um dos desafios importantes: os “millennials” carregam muitas dívidas. Sobretudo dívidas relacionadas com o empréstimo estudantil, em particular o crédito universitário. As instituições financeiras e o setor educacional estão adaptados aqui?

Ao mesmo tempo, a geração Y se classifica como sendo de investidores conservadores. O BofA cita outra pesquisa em que quase a metade dos “millennials” nunca se sentiu confortável para investir no mercado de ações. Isto se associa a uma baixa educação financeira. Somente 19% dos jovens de alta renda da geração Y afirmaram ter um nível elevado de conhecimento para investir. Se combinarmos isto com a desconfiança na indústria bancária tradicional, temos um senhor desafio!

E, por fim, isto acaba detonando um outro processo, também já comentado aqui no blog, os familiares (em particular, os pais) e amigos acabam se tornando a principal referência para aconselhamento financeiro da geração Y. Os jovens replicam os modelos dos pais.

Este é caldo de cultura e informação: jovens tecnológicos e pesquisadores, mas céticos, conservadores, endividados, que se fiam nos pais e avessos aos serviços bancários tradicionais. Pronto: um cenário de desafios e oportunidades. Quem se habilita?

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