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Conselhos para ser rico

Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais.
(Zé Rodrix, Casa no campo)

Dia desses eu conversava com um amigo que frequenta um grupo de apoio para dependentes químicos, onde vão pessoas dos mais diversos perfis. Ele me contou – sem entrar em detalhes, pois o grupo preserva o anonimato – o depoimento de um colega, sujeito simples, que trabalha como “serviços gerais” em uma empresa.

No depoimento, ele falava sobre os funcionários mais bem remunerados da empresa, que eram, para ele, modelos de pessoas ricas e bem sucedidas. Era onde ele sonhava em chegar um dia. E contou o salário que aquelas pessoas recebiam.

Meu amigo ficou surpreso, porque o salário que aqueles “ricos” recebiam era menos da metade do que ele próprio recebia. E ele não se considera rico.

Por coincidência, alguns dias antes eu havia visto uma reportagem com conselhos para quem quer ficar rico, que, aliás, achei muito ruim. Trazia apenas um conselho de que gostei: conheça suas prioridades. O resto, em minha opinião, eram ilusões e maus conselhos.

Juntando essas duas coisas – o desejo que as pessoas têm de ficar ricas, e as diferentes percepções sobre o que é ser rico – e levando em conta o atual contexto de crise econômica, resolvi fazer minha própria lista de conselhos para quem quer ser rico.

Minha lista poderia ter apenas 2 itens:

  1. Fique satisfeito com o que você já tem
  2. Não confunda “satisfeito” com “acomodado”.

Repare que eu disse “ser” rico, e não “ficar” rico. Nessa altura do campeonato, acho que é um recado útil e realista. Eu não ficaria confortável dando qualquer dica que prometesse ao leitor rios de dinheiro.

Meu amigo diz que o tal colega dele aplica esses dois conselhos. Depois de viver o inferno durante décadas, conseguiu recuperar a saúde e a dignidade, arrumou um emprego, pôs ordem na vida. Tem planos de tornar-se empreendedor nas horas vagas, pagar os estudos dos filhos e comprar uma casa. Pretende ter mais dinheiro, mas vive bem com o que tem. Comparado com o que era alguns anos atrás, sente que é rico.

Não estou repetindo aquela mensagem mal usada por muitas religiões, de resignação à pobreza, já que o sentido da vida estaria em outro mundo, após a morte. Peço ao leitor atenção ao conselho número 2. Satisfação não é acomodação, é apenas um estado livre de frustração e ansiedade. Não impede o desejo de progredir. Pelo contrário, até ajuda a percorrer o caminho de forma mais leve.

Mas não vou deixar a lista com apenas 2 conselhos. Seguem outros que, se não vão deixar ninguém milionário, podem ajudar a viver melhor.

  1. Conheça sua realidade financeira. No mínimo, seus rendimentos e seus gastos. Isso é básico.
  2. Aprenda um pouco sobre investimentos. Não é hora de investir em Poupança, e Título de Capitalização não é investimento.
  3. Esforce-se para poupar.
  4. Esforce-se o dobro para não torrar dinheiro. Tentações não faltam, discipline a si e à sua família.
  5. Defina seus sonhos e planos. Pesquise quanto custa cada um deles.
  6. Aliás, conhece a Santíssima Trindade da educação financeira?
  7. Saiba que nada é garantido. Você é funcionário público, com estabilidade e aposentadoria integral? Tem uma concessão de taxi que te sustenta há anos? Vive com rendas de aluguéis de imóveis? Lembre-se de que tudo pode mudar de um dia pro outro, bastando uma lei, um Uber ou uma crise.
  8. Tenha um plano B. Sabe empreender, fabricar ou lecionar algo? Pelo menos pense a respeito. É melhor pensar nisso com calma do que assustado.

Não há problema em querer ter muito dinheiro. O problema é virar escravo dessa busca. Relaxe e viva!

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