O que você está procurando hoje?

Financiamento imobiliário: amortizar ou não?

“Quitinete de um quarto que eu comprei a prestação
pela Caixa Federal, au, au, au,
eu não sou cachorro não.”
(Raul Seixas, “É fim de mês”)

Muito já foi falado aqui no blog sobre financiamento imobiliário. Comentamos antes sobre o tema de hoje,  amortização do saldo devedor do financiamento. Trago um exemplo particular de um amigo que me pediu conselho. Há aproximadamente 4 anos ele financiou R$ 210 mil em 30 anos. A prestação inicial era de cerca de R$ 2 mil, sendo que menos de R$ 600 eram amortização, o restante eram juros, seguros, encargos etc.

Daí se vê que o financiamento imobiliário não é exatamente um excelente negócio, do ponto de vista financeiro. Paga-se uma carga imensa de juros, principalmente no início de contratos longos – nesse exemplo, a amortização representava 30% do valor da parcela, o restante eram custos financeiros. Mas, muitas vezes, é o negócio possível para quem quer ter seu imóvel próprio. Não é meu objetivo julgar o negócio em si, e sim opinar sobre o que se pode fazer agora, nesse caso.

O saldo devedor do financiamento atualmente é de R$ 180 mil, e é corrigido mensalmente pela TR. A prestação mensal, decrescente, está em R$ 1.800. A taxa de juros efetiva é de 9,6% ao ano. Para conceder essa taxa, o banco exigiu a contratação de cartão de crédito e abertura de conta corrente, ao custo mensal de R$ 30.

Meu amigo tem R$ 100 mil poupados em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez, que rende 9% ao ano, já descontado o Imposto de Renda. Ele é financeiramente estável e disciplinado, consegue poupar mensalmente cerca de R$ 1 mil. A dúvida dele é se deveria usar a poupança para amortizar o financiamento.

O raciocínio básico é o seguinte: se os juros do financiamento são maiores que a remuneração das aplicações, compensa amortizar. O banco oferece duas modalidades de amortização: diminuir o valor da prestação ou antecipá-las. Se a prestação está comprometendo o orçamento familiar, a melhor opção é a primeira; se a pessoa tem uma quantia de dinheiro guardada e não vê uma boa opção de investimento, ou não quer correr o risco de gastá-lo, a melhor opção é a segunda.

Caso ele estivesse com o orçamento familiar apertado, a amortização de R$ 100 mil para diminuir o valor da parcela lhe traria um alívio de aproximadamente R$ 900 por mês, pois o valor da prestação cairia praticamente pela metade.

A outra opção, mais indicada no caso dele, que é uma pessoa disciplinada e com orçamento equilibrado, é a antecipação de parcelas. Com os mesmos R$ 100 mil, ele anteciparia aproximadamente 170 prestações, ou seja, mais da metade das parcelas restantes no contrato de financiamento dele.

A minha conclusão é a de que, na atual situação, ele não deve ficar ansioso para amortizar. É uma pessoa disciplinada, com orçamento equilibrado, tem um financiamento com taxa de juros não tão alta e uma aplicação com remuneração razoável. Com isso, a descapitalização para amortização não faz muito sentido.

Como eu disse, este é um exemplo bem particular. Para o leitor que tem financiamento, sugiro que faça uma análise detalhada da sua estrutura de endividamento e investimento, para tomar a melhor decisão. Está com dúvida? Entre em contato, fale do seu caso, talvez possamos ajudar. Se preferir, use nossa calculadora abaixo e simule você mesmo o resultado de amortização por prazo ou parcela!

——-

Atualização: Para tornar mais rentáveis suas aplicações financeiras, recomendo que visite também o nosso comparador de investimentos clicando aqui!

508 comentários

  • Olá Ewerton,
    Tenho um financiamento imobiliario SAC com saldo devedor de R$ 544.977,27 com amortizacao de R$ 1.612,34 , parcela de R$ 5.620,65 e seguro mensal de R$ 170,85. Taxa de adm é R$ 25,00 e CET de 9,5%. Paguei 22 parcelas (de 360) ate agora (Junho’16).
    Tengo R$ 85.000,00 no FGTS e quero amortizar a cada 2 anos. Estimo que em 10 anos terei quitado. A dúvida entāo é a seguinte; diminuir o valor das parcelas em aprox R$ 240,00 ou diminuir numero de parcelas em 48 meses. Qual a melhor opcao hoje? Com a selic em 14,25% e um financiamento de 9,5%, penso que diminuir o valor da parcela e aplicar esses R$ 240,00 é mais vantajoso agora. Daqui 2 anos, qdo fizer a proxima amortizacao posso rever essa opcao, e se a selic estiver mais baixa que 9,5 % aí entao opto pela reducao no prazo. Está correto meu racioncínio?
    Obrigada,

    Responder
    • Fernanda, obrigado pela sua mensagem!

      No seu lugar, hoje, creio que eu faria isso que você disse. Já que existe uma previsão de fazer novas amortizações no futuro, eu optaria por diminuir o valor da prestação, aplicaria mensalmente o valor economizado – e mais, se possível – e, daqui a 2 anos, reavaliaria o cenário.

      A única ressalva que faço no seu raciocínio é na parte “se a Selic estiver mais baixa que 9,5%”. O Custo Efetivo Total – CET do seu financiamento é superior a 9,5%, já que há outros encargos na prestação – seguro e Taxa de Administração. E uma aplicação que renda os 14,25% da Selic, na verdade tem um rendimento líquido de pouco mais de 12%, já que tem o Imposto de Renda. Então, daqui a 2 anos, pode ser vantajosa uma amortização diminuindo o prazo, para que suas amortizações mensais sejam maiores, e o saldo devedor passe a cair mais rápido.

      Abraço!

      Responder
  • Boa tarde amigo, tudo bem?

    Tenho um financiamento feito pela Caixa, através do programa Minha Casa minha Vida, fui verificar na agencia qual o valor que faltava para ser quitado e me informaram 58 meses no total sendo em torno de R$ 16,700,00.
    Questionei para a quitação imediata, se haveria abatimento de juros ou desconto, e me informaram que não há abatimentos e o valor a ser quitado deve ser esse.
    Essa informação procede? Pois desconheço qualquer financiamento imobiliário em que não há juros. O que devo fazer neste caso, pois acredito que a informação que a atendente da caixa me passou não procede.

    Responder
    • A informação da Caixa provavelmente está correta.

      Os dados que constam no boleto (e que, provavelmente, foram os mesmos que a agência lhe informou) trazem o valor para quitação, já sem os juros. Se você multiplicar os 58 meses pelo valor que você paga mensalmente, provavelmente o resultado vai ser bem maior que os $16.700.

      Abraço!

      Responder
  • Boa tarde Ewerton,

    Estou comprando um imóvel usado, financiando pela caixa. Estou pagando R$ 300.000,00 pelo imóvel. pelas taxas de juros em meu perfil 10,5% aa + TR. Tenho um bom valor pra dar de entrada aprox. 110 mil e + aprox 25 mil de FGTS.

    Gostaria de saber se é vantajoso financiar o máximo possível e no prazo máximo de 420 vezes, e aplicar restante do meu dinheiro em outra aplicação.

    Consigo pagar uma prestação de até uns R$ 2.500,00 .

    Poderia me dar alguma dica..? Não sei se compensa usar todo meu dinheiro pra dar de entrada e diminuir o valor financiado ou ao contrario.

    Sou bem seguro, minha idéia é pagar depois do montante e diminuir quantidade de parcelas e exposição dos juros.

    obrigado

    Responder
    • Diego, obrigado pela sua mensagem!

      A taxa de juros de 10,5% não dá tanta vantagem a essa estratégia de manter o dinheiro aplicado.

      Por isso, no seu lugar, eu usaria todo o FGTS (que rende apenas 3% ao ano, mais TR), manteria aplicada apenas uma reserva de segurança, e optaria por um financiamento com prazo menor. O prazo de 420 meses faz com que as amortizações mensais sejam muito baixas, o saldo devedor diminui muito lentamente.

      Abraço!

      Responder
  • Olá Ewerton, parabéns pela iniciativa e pela dedicação em responder todos os leitores. Estou com uma dúvida em relação a decisão que irei tomar com meu financiamento. Segue um breve resumo da situação e ficarei extremamente agradecido com seu conselho.

    Acabei de completar 2 anos de financiamento com as características abaixo:

    Saldo Devedor: R$ 181.346,44
    Juros anual: 8,5 % a.a
    Juros: R$ 1.241,37
    Seguro Mensal: R$ 76,09
    Amortização: R$ 539,71
    Taxa Administração: R$ 25,00
    —————————————-
    Total Parcela: R$ 1.882,17
    Tempo de financiamento: 360 meses
    Idade Atual: 30 anos
    Valor do Imovel: R$ 620.000,00

    Atualmente, tenho R$ 35.000,00 de FGTS e R$ 30.000,00 aplicado em CDB Compromissado. Minha dúvida é se vale a pena aplicar este dinheiro para amortizar o saldo devedor do financiamento e reduzir o prazo.
    Também estou pensando em solicitar o aumento da parcela para aumentar o valor de amortização mensal e por sua vez reduzir o prazo.

    Vale ressaltar que sou disciplinado com minha finanças. Mas me incomoda muito pagar R$ 1.250,00 de juros do financiamento.

    Mais uma vez agradeço por seu tempo.

    Abraço

    Responder
    • Fernando, obrigado pela sua mensagem e parabéns pelo seu cuidado com suas finanças!

      Sei que é incômoda a sensação de entregar R$ 1250 por mês ao banco. Mas, calma. A taxa de juros do seu financiamento é de 8,5%, por isso o Custo Efetivo Total – CET provavelmente é razoavelmente inferior ao rendimento líquido das boas aplicações existentes no mercado. Como você disse que é cuidadoso, creio que isto valha também para o seu CDB.

      Se quiser saber para quanto iriam o prazo ou o valor da prestação, use a Calculadora de Amortização que o Educando Seu Bolso lançou recentemente.

      A primeira idéia que me ocorre é que você faça a amortização apenas como o FGTS, que rende apenas 3% ao ano, mais a TR. E mantenha o dinheiro aplicado por enquanto. Além de, possivelmente, ele estar “ganhando” dos juros do financiamento, funciona como uma reserva para emergências.

      Mas esta é uma idéia superficial. O Educando lançou também a Consultoria em Financiamento Imobiliário. Ela poderá te ajudar a encontrar a melhor estratégia. Sugiro que visite a página da consultoria.

      É um investimento que vale a pena, especialmente para pessoas disciplinadas. Será possível, por exemplo, programar novas amortizações com o FGTS futuro e encontrar o momento ideal para a quitação – levando em conta que o CET do financiamento aumenta um pouco a cada mês, e daqui a um tempo vai estar maior que o rendimento do CDB, especialmente se os juros da economia baixarem no futuro próximo. Abraço!

      Responder
  • Gostaria de saber se é mais vantajoso financiar um imóvel em muitas parcelas (420, por exemplo) e ir amortizando conforme possível ou diminuir o número de parcelas de imediato (120, por exemplo) se o valor da prestação se adequar ao orçamento? no caso da amortização para diminuição de prazo, os juros e taxas que seriam devidos até as ultimas parcelas também serão cobrados, mesmo adiantando o pagamento do valor daquelas parcelas?

    Responder
    • Giovana, obrigado pela sua mensagem!

      Quando fui fazer meu financiamento, optei por fazer um contrato de 360 meses, mesmo que meu orçamento suportasse uma prestação um pouco maior (e, portanto, um prazo menor). Contribuiu para minha decisão a taxa de juros de 8% ao ano, menor do que a Selic. Na época eu não entendia quase nada de financiamento imobiliário e nem imaginava que iria lidar tanto com isso, como faço hoje. Mas sabia que poderia fazer amortizações quando meu orçamento me permitisse.

      Não me arrependo da decisão. Foi bom ter um orçamento um pouco mais tranqüilo, para ir me adequando. E, pouco depois, fiz uma amortização extraordinária.

      E, por isso, acho que pode, sim, ser uma boa para você. Mas faço algumas recomendações. Primeiro: fique atenta ao Custo Efetivo Total – CET. Custos altos tornam o financiamento menos vantajoso, claro. Segundo: prazos muito longos, como 420 meses, deixam as amortizações mensais muito pequenas, o que faz com que o saldo devedor caia muito lentamente.

      Se seu orçamento permitir, sugiro um prazo um pouco menor. E sugiro também que você poupe um pouco a cada mês, para te permitir amortizações, caso a Selic a ponto de ficar menor que o CET.

      Abraço!

      Responder
  • Esqueci de comentar que tenho R$ 15.000,00 em aplicação LCI.
    E que o Financiamento é pelo Crédito imobiliário aquisição SFH, num total de 295 meses, com taxa efetiva ao ano de 7,90%. Até janeiro/16, restavam 230 meses porém após esta data fiz uma amortização de R$ 24.500, fora as parcelas mensais de 1.380,00.

    Responder
  • Dr Ewerton Veloso, parabéns pelas ótimas matérias.
    Tenho uma dúvida, adquiri um imóvel financiado pelo BB com recursos do FGTS em 2012, valor de financiamento R$ 152.000, imóvel e contrato de financiamento em meu nome e de minha esposa. Já fiz uma amortização com meus recursos do FGTS e outra amortização com recursos de premiação por participação nos resultados da empresa, estamos conseguindo ter uma situação financeira mais equilibrada, porém sem definição clara de melhores investimentos e, portanto, poupando um valor interessante todo mês, mas sempre vai acumulando um dinheiro em conta que vai sendo aplicado pelo Banco em fundos de curto prazo com resgate automático. Em setembro/16 completa-se o prazo para que eu proceda nova amortização com meus recursos do FGTS. Sempre optei por amortização reduzindo a quantidade de parcelas, mas isso antes de conhecer o seu blog, agora gostaria de sua opinião pois meu objetivo é quitar o imóvel o mais rápido possível, principalmente porque fiz a conta de que do valor da parcela que venho pagando apenas 38% é amortização e o restante é juros. Outra dúvida é que minha esposa começou trabalhar em 2014 e já está acumulado um valor interessante de FGTS, na época que adquirimos o imóvel ela não estava trabalhando e, portanto, não utilizamos recursos do FGTS dela na aquisição, é possível também usar o FGTS dela para amortização da dívida?
    Imagino que, após as amortizações já realizadas e as próximas que pretendo fazer, o saldo devedor deverá encerrar 2016 em cerca de R$ 80.000,00, em dez/15 o saldo devedor era de 121.000 R$.

    Responder
    • Rodrigo, obrigado pela sua mensagem, e parabéns pelo zelo com que vocês cuidam dos seus investimentos!

      Vou começar pela questão do FGTS de sua esposa. A Caixa publicou recentemente a nova versão do Manual da Casa Própria, que você pode acessar aqui.
      . Eu li rapidamente (foi publicado há menos de um mês), e não vi nada que diga explicitamente sobre uso do FGTS do cônjuge na amortização. Sobre consórcio eu até vi, mas sobre amortização, não. Creio que seja possível, mas recomendo que você verifique isso direito com seu gerente (peço sua compreensão por não poder ajudar, minha especialidade é nos cálculos, e não no regulamento).

      Quanto aos cálculos, realmente sua taxa de juros inspira a procurar uma estratégia para aproveitar melhor os rendimentos das aplicações existentes por aí. Mas, para fazer isso, seria necessário apurar com mais detalhes as condições do seu financiamento e dos FGTS, além do seu perfil como poupador/investidor, para fazer cálculos mais profundos, traçar os dois cenários futuros (amortizando pelo prazo ou pela prestação), para finalmente chegar a algumas opções de estratégia.

      O Educando Seu Bolso está lançando um novo produto, a Consultoria em Financiamento Imobiliário. Um dos pacotes é justamente o que você procura: comparar as amortizações por prazo e por prestação e propor uma estratégia para otimizar o lucro. É um investimento que compensa, pois é baixo, em comparação com o ganho que você pode ter ao adotar a estratégia certa.

      Se for do seu interesse, entre em contato, será um prazer atendê-lo. Abraço!

      Responder
  • Olá!

    financiei um terreno que ainda faltam 64 parcelas para pagar. o Valor presente da proxima parcela é R$2,340 e a ultima se fosse pagar hj seria R$1,290. O saldo devedor é de R$ 150.660,97 e é corrigido pelo IGPM.
    Minha dívida é: tenho R$50.000,00 na poupança, compensa pagar o retroativo ou deixar esse valor na poupança? Eu, apesar de não entender nada de economia, optaria em pagar o retroativo, pois pelas minhas contas eu conseguiria pagar 33 parcelas. Mas não consigo convencer meu marido em fazer isso…..
    queria uma opnião de terceiros, já ate pensei em contratar um consultor finaceiro mas não sei se compensa….
    desde já agradeço!

    Responder
    • Ah pelo que vi a taxa é de %12,00 (mensal ou anual? não sei dizer…)
      Outra informação: o saldo devedor corrigido é R$150,661 e o saldo devedor chamado valor presente (tavez sem os juros) é de R$112.890.

      Responder
    • Graci, obrigado pela sua mensagem!

      Pelo que entendi, não é um contrato pelo SFH, mas sim com cláusulas próprias. Então não consegui entender muito bem as condições do contrato. Creio que ele tenha uma taxa de juros de 12% ao ano, mais IGPM.

      O Educando Seu Bolso está prestes a lançar o serviço de consultoria em financiamento imobiliário. Então estamos prontos para conversar a respeito, se vocês quiserem ajuda.

      Posso adiantar que, se for mesmo da forma como entendi (12% + IGPM), compensa amortizar, pois vocês não vão conseguir uma aplicação com taxa superior a isso. Pelo menos não sem correr riscos financeiros. Mas é preciso saber direito as condições de amortização, para traçar uma boa estratégia.

      E posso dizer também que deixar o dinheiro na poupança não é um bom negócio. Hoje há aplicações bem melhores, e sem grandes riscos. Mas, repito, nenhuma que consiga superar 12% + IGPM.

      Como disse, estamos à disposição para prestar consultoria, se quiserem.

      Abraço!

      Responder
  • Bom dia! Devo alvo como 400 mil e tenho a possibilidade de amortizar 350 mil… existe margem de negociação com o banco? Ou ele vai simplesmente fazer uma conta direta de parcelas que este valor consegue quitar? Em outras palavras, existe margem para um desconto?

    Responder
    • Fernando, obrigado pela sua mensagem.

      Normalmente, nos contratos pelo SFH, não há margem para descontos. O que ocorre é a subtração simples entre o saldo devedor e o valor amortizado. No seu caso, 400 mil – 350 mil = 50 mil. A taxa de juros permanece a mesma. Aí você vai optar entre diminuir o prazo ou o valor da prestação (ou um pouco de cada, pois você pode optar por amortizar R$ 200 mil em um e R$ 150 mil no outro, por exemplo).

      Abraço!

      Responder
  • Boa noite Ewerton, parabéns pelo blog!
    Minha dúvida… atualmente tenho um saldo devedor de 176000,00 restando 393 parcelas, meu contrato utiliza o SAC.
    Pois bem, a TR influencia mensalmente no saldo devedor, pelo que li no contrato anualmente a prestação é recalculada em função do saldo devedor e parcelas não pagas, após 3 anos de contrato, este período diminui para 3 meses, justamente para não ocorrer de o residual ficar muito alto no fim do contrato. Porém tudo isto seria verdade se a TR estivesse zerada.
    No meu entender estas manobras deveriam fazer com o que o saldo devedor continuasse diminuindo como o previsto, mas o que acontece é que a prestação mesmo aumentando não consegue acompanhar a correção da TR no amortizador, que é mensal.
    Se a TR se manter alta como está, quem não quitar a dívida por meio de aportes extras terá no fim um saldo devedor residual altíssimo, parecido com os financiamentos impagáveis que se tinha no passado.
    O que fazer? Se não fui claro peço desculpas.

    Responder
    • Damin, obrigado pela sua mensagem.

      Foi bastante claro. E gostei bastante do seu comentário, não é todo mundo que tem essa noção de saldo devedor residual.

      A forma de cálculo das prestações pelo SAC varia de banco para banco. Pela Caixa, o que ocorre é que a amortização mensal é recalculada a cada ano, e é isso que faz com que não haja saldo residual alto, impagável, como ocorria no passado. Por isso não são necessários os aportes extras durante o contrato. Por outro lado, a prestação cai mais lentamente do que cairia, caso a TR estivesse zerada.

      Abraço!

      Responder
      • Ewerton, boa noite!
        Compreendo tua explicação, porém acho que faltou um porém que está derrubando esta idéia. Vou citar com números.
        Em abril de 2016 eu tinha a seguinte situação:
        Valor da Parcela Amortização(teórica) Saldo devedor TR
        1633,76 444,75 176817,36 1,00191
        Em maio de 2016 eu tinha a seguinte situação:
        Valor da Parcela Amortização(teórica) Saldo devedor
        1632,43 444,74 176605,87
        Ou seja, a TR corrige todo mês o amortizador, que deveria ser teoricamente 444,75 mas na verdade foi de 211,49 (menos da metade). Este cenário torna o financiamento uma bola de neve, que mesmo tendo mecanismos de busca anualmente que no fim das contas se tornam inúteis, pois o residual será imenso.O que concluo é que, logicamente uma ferramenta que corrige um desvio anual não consegue abater um prejuízo mensal. Esta ferramenta somente seria eficiente se a TR fosse 1, no caso, neutra.
        O desabafo é por conta de um sistema de financiamento que envolve milhões de pessoas, que acredito que ainda não se deram conta do problema.
        Enfim, no meu ver a única saída é lançar aportes extras que consequentemente fugirão da TR e dos juros.
        Espero teus comentários que serão muito bem absorvidos, um abraço!

        Responder
        • Prezado Délcio, obrigado mais uma vez!

          A correção pela TR e a atualização periódica das amortizações mensais (na Caixa a atualização é anual) fazem com que não haja residual.

          Não estou dizendo que o efeito da TR é desprezível. Especialmente para quem tem prazos longos, não é. Mas talvez não seja tão perverso como você está interpretando.

          Espero ter esclarecido. Se não, entre em contato novamente, é sempre um prazer. Abraço!

          Responder
  • Boa tarde Ewerton
    Fiz um financiamento de 180000, 00 na caixa de 300 meses. Comecei a pagar agora. A prestação é 2304, 00. A taxa de juros nominais é de 10, 6813%+ TR aa e taxa de juros efetiva 11, 2200 + TR aa. Eu posso pagar duas prestações por mês. Gostaria de saber o que é mais vantajoso: pagar duas prestações por mês (a atual e a última) ou pagar uma prestação só e o dinheiro da outra prestação investir em um CDB e quando tiver o dinheiro necessário quitar. O rendimento do CDB está 13, 59% aa.
    Obrigada!

    Responder
    • Elisangele, obrigado pela sua mensagem!

      Veja bem: os 13,59% do CDB, depois de descontado o Imposto de Renda (na menor alíquota), tornam-se 10,9% líquidos, que é menor do que os 11,22%+TR do seu financiamento (sem falar nos outros custos, como seguros, taxa de administração, manutenção de conta etc). Isto é: se considerarmos apenas a matemática, não é uma boa opção a manutenção do CDB com vistas a quitar o financiamento no futuro.

      Mas decisões financeiras devem levar em conta mais do que a matemática pura. Por exemplo, talvez você queira manter uma reserva de dinheiro para emergências. Você pode fazer essa opção, perdendo um pouquinho na matemática, mas ganhando em segurança.

      Você pode, por exemplo, aplicar no CDB durante 6 meses. Aí conseguirá acumular cerca de R$ 15 mil. E, depois disso, começar a fazer amortizações.

      Abraço!

      Responder
  • Boa noite, estou com uma dúvida com respeito ao financiamento que fiz junto a cef. Prazo 360 meses, já moro no imóvel há 10 meses e todo mês verifico o demonstrativo dava cef e até agora não foi decontado nenhuma parcela dos 360 meses. Quando irei começar a pagar as parcelas? Desde já agradeço o retorno.

    Responder
    • Alan, obrigado pela sua mensagem.

      Ué, estranho. Quando você contratou havia alguma cláusula de carência para começar a pagar? O pagamento seria feito em débito automático em conta, ou via boleto?

      Sugiro que você entre em contato com o banco rapidamente e verifique o que houve.

      Abraço!

      Responder
  • Boa tarde Ewerton,
    parabéns pelo blog.
    EStou com dúvidas com relação ao meu financiamento habitacional.
    Tenho um saldo devedor de R$ 381.000,00, prestação de R$ 3.979,00, juros/correção ao mês de R$ 2.757,27, amortização de R$ 1.101,98, seguro de R$ 119,84 e ainda 347 parcelas a pagar.
    Pretendo amortizar R$ 15.000,00 a cada 4 meses.
    Gostaria de saber se a melhor opção é diminuir o prazo ou os valores da parcela.
    Muito obrigado pela ajuda.

    Responder
    • Lucas, obrigado pela sua mensagem!

      Você não me informou a taxa de juros do seu financiamento, nem o saldo, o prazo e a data iniciais dele. Fiz uma estimativa, levei em conta uma taxa efetiva próxima de 9%.

      Nessas condições, quando você fizesse a primeira amortização, o prazo cairia cerca de 45 meses, ou a prestação cairia cerca de R$ 150.

      Mas é difícil dizer o que é melhor para você, porque isso precisaria levar em conta vários fatores e fazer uma série de cálculos. Principalmente porque você pretende fazer várias amortizações.

      Basicamente, seria necessário fazer projeções de cada um dos possíveis cenários ao longo dos próximos anos e comparar os cenários. Um consultor poderia te ajudar. Ele traçaria o seu perfil de investidor, faria todos esses cálculos e te apresentaria opções de estratégia.

      Abraço!

      Responder
  • Boa noite, Ewerton.

    Acabei de dar entrada em uma casa pelo Minha Casa, Minha Vida. Estou curioso se fiz certo em minhas escolhas sobre meu dinheiro guardado.

    Escolhi dar apenas a entrada que me pediram de R$7.500,00 e continuar com o restante do meu dinheiro que tenho em poupança, cerca de R$12.000,00.

    Devo começar a pagar depois de Julho, quando devem entregar a chave da casa. A primeira prestação é de R$641,81 e a última de R$249,12, 360 meses, a taxa deve ser de 5%aa, valor financiado de R$89.314,00. Ainda não sei sobre o custo de manutenção da conta corrente que vão me obrigar a fazer, e nem se vou se obrigado a aceitar cartão, etc.

    Minha dúvida é sobre:
    Se devo usar meu dinheiro para diminuir o valor da prestação, e quanto isso diminuiria o valor.
    Se devo pagar as ultimas parcelas, e se assim o valor da prestação também diminui.
    Ou se devo investir meus R$12.000,00 em uma aplicação mais rentável e, assim, lucrar cada vez mais. Pois acredito que a cada mês que passa, os juros do financiamento vão diminuindo, e meu montante no investimento irá aumentar.

    Sou disciplinado em não gastar o dinheiro guardado, não tendo problemas em manter o investimento.

    Mais uma opção seria a troca do meu carro por um inferior e usar o restante do dinheiro em uma das 3 opções.

    Desde já, agradeço sua ajuda.

    Responder
    • Mateus, obrigado pela sua mensagem. E parabéns pela sua lucidez e disciplina!

      Fiz uma simulação usando a calculadora do Educando Seu Bolso, que em breve estará disponível gratuitamente para o leitor. Considerei um seguro de R$ 5 e taxa de administração de R$ 25.

      No seu lugar, eu optaria por manter os R$ 12 mil aplicados em um bom investimento. Não a Caderneta de Poupança, que rende apenas 6% ao ano, mais TR. Há opções melhores, com a mesma segurança e liquidez, como CDB, LCI e LCA (que são protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC).

      Como você é disciplinado e cuidadoso, não terá dificuldade em encontrar esse investimento. Caso os juros básicos da economia caiam a ponto de não compensar o investimento, poderá retirar o dinheiro da aplicação e fazer a amortização. Mas não há previsão de que eles despenquem tanto, a ponto de ficarem inferiores ao Custo Efetivo Total – CET do seu financiamento, pelo menos no curto prazo.

      Já que você perguntou, eu respondo, usando nossa calculadora: se optar por diminuir o valor da prestação, este cairá cerca de R$ 80, mantendo o prazo. Caso opte por diminuir o prazo, este cairá cerca de 100 meses, mantendo o valor da prestação. Mas, repito: no seu lugar, eu optaria por manter o dinheiro bem aplicado.

      Quanto a trocar de carro, essa é uma decisão de cunho muito pessoal. Só te digo que, no seu lugar, se eu decidisse trocar, acharia mais coerente aplicar a diferença, e não usá-la para amortizar.

      Abraço!

      Responder
  • Ewerton,

    Muito esclarecedor teu blog.
    Agradeço imensamente tuas dicas, pois me identifiquei com várias mensagens, tanto que nem será necessário eu te fazer perguntas.

    Muito obrigado.

    Responder
    • Vitor, obrigado pela sua mensagem e pelos elogios. Nós, do Educando Seu Bolso, ficamos felizes em saber que estamos criando uma fonte de consulta para os leitores. Abraço!

      Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *