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Famílias mais ricas têm crianças mais felizes

Opa! O Leandro ficou maluco. Agora deu para falar o óbvio nos post’s. Não é bem assim. E falar o óbvio em algumas situações é complicado. E muitos podem até achar o contrário, as famílias ricas têm crianças mais infelizes. Mas a linha do post é outra. Não parte necessariamente de famílias muito ricas. É simples: ganhos de renda das famílias têm impacto no rendimento futuro dos filhos, no nível de escolaridade e, particularmente, na saúde física e mental. Ora, isto tem tudo a ver com uma vida financeira equilibrada e com educação financeira.

Estudo recente de três pesquisadores (Randall Akee, da UCLA; Emilia Simeonova, da John Hopkins e Jane Costello e William Copeland, da Duke University)  evidencia o impacto de ganhos de renda familiar na redução de problemas comportamentais e na melhora da saúde mental de crianças.

O estudo investigou crianças em 11 municípios localizados na Carolina do Norte, Estados Unidos. Dois destes municípios estavam localizados na reserva Cherokee, reconhecida pelo Governo Federal, de nativos norte-americanos. E um quarto do total das crianças investigadas eram, portanto, pertencentes à reserva. Ou seja, havia um importante grupo de investigados, como também um significativo grupo de controle.

Em 1997, após a abertura de um cassino nas terras Cherokee, somente as famílias nativas – pertencentes à reserva e mesmo fora dela – passaram a receber US$ 4.000 anuais, uma forma de compensação. O impacto da renda foi significativo e reduziu a disparidade de riqueza entre seus pares não-nativos. Segundo a pesquisa, a renda das famílias aumentou em quase 20%.

Além disso, os pesquisadores investigaram alguns possíveis impactos na saúde mental das crianças. Por exemplo, transtornos comportamentais, sintomas de problemas emocionais, nível de consciência e de afabilidade das crianças.

A partir do desvio padrão, e em comparação com o grupo de controle, percebeu-se que transtornos comportamentais recuaram 26,7% e que sintomas de problemas emocionais reduziram ainda mais, 35,6%. Enquanto isso, o nível de afabilidade das crianças aumentou em 30,6%. E os efeitos foram ainda mais notados nas crianças cujas as famílias eram mais pobres e tinham dados piores de transtornos mentais.

Três mecanismos foram apontados para as melhoras:

(i)            comportamentos parentais – houve um aumento acentuado na supervisão das crianças pelos pais e diminuição das tensões parentais e conjugais. Boa parte da receita extra foi gasta nas crianças com traços comportamentais mais problemáticos.

(ii)          drogas e abuso de álcool – o estudo demonstrou que o uso de drogas e o consumo de álcool sofreram redução. E um número maior de pais procurou assistência em saúde mental.

(iii)         movimentos resultantes da assistência financeira – Os nativos que viviam fora da reserva, mas  que receberam a assistência financeira, ficaram 7% mais propensos a se mudarem para lugares com níveis maiores de escolaridade e com rendimentos médios mais elevados. Os que receberam o auxílio, mas viviam na reserva, foram menos propensos em se mover.

Ou seja, a correlação é forte. Níveis altos de transtornos comportamentais e emocionais estão associados a baixos níveis de escolaridade e probabilidades de emprego. E níveis altos de afabilidade, por exemplo, detectados aos 16 anos estão associados a níveis altos desta importante característica também aos 25 anos, quando a vida profissional já se iniciou.

O dinheiro – e nosso caso uma vida financeira mais saudável e equilibrada – pode não ser capaz de comprar a felicidade, mas parece que ele torna mais fácil ser feliz… Você não acha?

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