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Empreendedorismo: vale a pena pensar em negócios fora da caixa?

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Instigado pelo último post do meu amigo Daniel Loureiro sobre “educação financeira de empreendedores”, resolvi também escrever sobre o tema para cuidar de um aspecto igualmente essencial dos empreendimentos: em que lugar abrir o negócio?

As condições da economia não são nada boas, como o blog tem discutido aqui intensamente. Assim, se empreender já é uma opção arriscada, as condições atuais da economia tornam os negócios ainda mais arriscados. Hoje, no Brasil, os micro e pequenos negócios empregam mais 52% da mão de obra formal. Mas de 10 empreendimentos abertos, cinco não sobrevivem mais de dois anos. Educação financeira adequada permite uma melhora substancial no conhecimento dos riscos e ajuda nesse processo de sobrevivência, como demonstrou Daniel Loureiro. E a escolha do local do empreendimento também.

Como os tempos são bicudos, resolvi abordar a alternativa de abertura de um negócio – uma loja – em um local não tão comum. Apostar em pontos não tradicionais (fora de shoppings e áreas comerciais) pode proporcionar novos clientes e custos muito menores (em especial, de aluguel). Mas, como sempre, é importante fazer uma boa pesquisa (porque há novos riscos) e ficar atento às seguintes dicas:

  • O básico: o aspecto essencial é checar se o local escolhido é capaz de oferecer infraestrutura básica para o negócio dar certo (seja cozinha, estacionamento amplo, espaço para estoque etc.). Não é por ser fora do “shopping”, por exemplo, que a infraestrutura básica não deve ser buscada. Ela é essencial.
  • A observação: vale visitar o local desejado durante vários dias, em horários diferentes. Assim, você conhece a flutuação do público e se aquele é o público alvo do seu negócio. Além das condições de funcionamento do local, estacionamento etc.
  • A competição: de novo, não é simplesmente porque está fora do shopping que não há concorrência. Pesquise se não há lojas nas proximidades que “roubem” sua provável clientela. Alguns pontos não tradicionais estão saturados. Aqui no Anchieta, por exemplo, são os salões de beleza.
  • A proteção: indispensável exigir cláusula de vigência no contrato de aluguel. A cláusula garante que, se o imóvel for vendido, o novo dono é obrigado a respeitar o contrato até o final. Você escolheu o ponto certo e na hora que o negócio decola você não pode perder o ponto, né?
  • O prazo: mas, ao mesmo tempo, escolher um local diferente é sempre uma aposta de risco. Faça um contrato de aluguel um pouco mais curto, evitando prolongar um prejuízo se o negócio não der certo.
  • A licença: por fim, verifique muito bem o licenciamento da área. Não é qualquer lugar que permite abrir um negócio. Pesquise se a zona é liberada e como obter a papelada (sim, ela existe em qualquer lugar).

E compartilho com os leitores uma experiência própria (o blog adora fazer isto). Antes de enveredar pela carreira profissional do direito, eu e um colega de Faculdade montamos uma livraria – de literatura em geral – no antigo Usina Unibanco de Cinema. Embora se tratasse de um espaço cultural, associado também à literatura, o ponto não era tradicional para a livraria. Nem era ponto de rua. Mas, mesmo novos e inexperientes, seguimos as dicas acima e a livraria foi um sucesso. Até o cinema fechar! Para quem não se lembra, chamava-se Livraria BlueNote.

Assim, para responder a pergunta do post, eu diria que sim, vale a pena pensar fora da caixa. Atento aos novos riscos, uma escolha de um ponto não tradicional pode se revelar bem vantajosa, elevando a taxa de sobrevivência do negócio. Pense nisso!

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